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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Brasil deixa Mercosul, caso Argentina "crie problema", diz Bolsonaro

Presidente avalizou fala do Ministro da Economia, Paulo Guedes

Bolsonaro avalizou fala de Guedes sobre eventual saída do Mercosul

Bolsonaro avalizou fala de Guedes sobre eventual saída do Mercosul | Foto: Marcos Correa / Presidência / CP Memória

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O presidente Jair Bolsonaro concordou nesta sexta-feira com a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que caso o candidato da oposição, Alberto Fernández, vença as eleições presidenciais na Argentina e apresente resistência à abertura econômica do Mercosul, o Brasil deixará o bloco. Fernández, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, recebeu 47% dos votos nas primárias realizadas no último domingo. O atual presidente, Mauricio Macri, ficou com 32%.

"O atual candidato que está à frente na Argentina, ele já esteve vistando o (ex-presidente) Lula, já falou que é uma injustiça ele estar preso, já falou que quer rever o Mercosul. Então o Paulo Guedes, perfeitamente afinado comigo, falou que se criar problema, o Brasil sai do Mercosul, e está avalizado", disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã.

O presidente brasileiro disse que está disposto a conversar Fernández, mas que o argentino "vai ter que dar o sinal". "Por causa do viés ideológico, o meu sentimento (antes de ser eleito) é que tinha que acabar com o Mercosul. Lógico, nós chegamos, afastamos o viés ideológico, o contato foi excelente com Macri, excelente com o Marito (presidente do Paraguai, Mario Benitez), o do Uruguai (Tabaré Vázquez), apesar de ser um pouco da esquerda, deu pra conversar", disse Bolsonaro.

Bolsonaro, entretanto, espera a reeleição de Maurício Macri. "Olha a Argentina aqui, o que aconteceu com a bolsa, com o dólar, com as taxas de juros. O mercado deu sinal que não vai perdoar a esquerda na Argentina novamente. Os empresários não vão investir mais enquanto não resolver a situação política lá", disse.

O mercado financeiro da região atravessa momentos de volatilidade, após a vitória de Fernández nas eleições primárias. No dia seguinte à votação, o índice Merval, da Bolsa de Buenos Aires, caiu 37,93%, na maior queda diária no mercado de ações na história do país, e o dólar chegou a superar a barreira de 60 pesos argentinos, mas fechou em 52,14 pesos. A moeda do país vizinho desvalorizou-se 14,99% somente nessa segunda-feira. Para conter a saída de capitais, o Banco Central da Argentina aumentou os juros básicos do país para 74% ao ano.

Coaf no Banco Central

Bolsonaro defendeu transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central por meio de uma proposta já em andamento no Congresso. Ele reafirmou que o conselho será transferido para a instituição financeira para que concursados do BC trabalhem no órgão. Segundo o presidente, uma versão de medida provisória para o Coaf deve estar pronta e pode ser assinada quando o ministro da Economia, Paulo Guedes estiver em Brasília.

Para o presidente, emendar um projeto de lei ou uma medida provisória que já está na Câmara facilita a tramitação da transferência do Coaf. "Se puder pegar um projeto ou uma MP andando na Câmara, é melhor", disse, pontuando ter intenção de resolver o assunto "o mais rápido possível". A mudança no Coaf foi anunciada por Bolsonaro com a justificativa de blindar o conselho do "jogo político".


Agência Brasil e Correio do Povo

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