Governo de Roraima vai refazer pedido de envio da Força Nacional

O governo de Roraima vai refazer o pedido de envio da Força Nacional para o estado. O documento deve ser protocolado amanhã (9).

No ano passado, em novembro, após a morte de dez detentos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo, o estado chegou a pedir ajuda federal, mas teve o requerimento negado pelo Ministério da Justiça.

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Agora de manhã, a assessoria do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou que a pasta ainda não recebeu nenhum contato pessoal do governo de Roraima;

O trabalho de identificação e liberação dos corpos dos detentos mortos na Penitenciária Monte Cristo deve ser encerrado ainda neste domingo (8).

Até o momento, segundo a Secretaria de Comunicação do governo estadual, 28 corpos foram identificados e 17 liberados para as famílias.

Ontem (7), uma vistoria encontrou mais dois corpos enterrados no presídio, aumentando para 33 o número de mortos. Novas inspeções podem ser feitas hoje.

As visitas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, que ocorrem aos domingos, estão suspensas por questão de segurança.

 

Agência Brasil

 

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RR: denúncia de mulher de detento levou segurança de presídio a encontrar corpos

 

Graziele Bezerra, do Radiojornalismo

Os corpos enterrados na área da cozinha da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (Roraima), foram encontrados nesse sábado (7) após denúncia de Simone Alves, mulher de um dos detentos. Depois de uma varredura, forças de segurança do presídio encontraram os dois corpos, que devem ser liberados hoje (8) pelo Instituto Médico-Legal.
Os detentos apelidaram de cozinha um pátio onde vivem em barracas. Com isso, subiu para 33 o número de mortos no presídio, na madrugada de quinta (5) para sexta-feira.

"Me ligaram e confirmaram. Desde ontem [sexta-feira], já tinham falado: “Simone, o 'seu' Jaime tá morto. Cavaram um buraco aqui e enterraram ele. Eu fiz foi ver”. E o estado de Roraima sabe que tem celular lá dentro. Então me ligaram e me falaram que o meu marido tá enterrado lá dentro, na cozinha. E o que tá faltando para desenterrar o meu marido, gente?, disse Simone ao fazer a denúncia.

A Secretaria de Justiça e Cidadania, responsável pelo presídio, chegou a negar, mas a confirmação veio pouco tempo depois com o secretário adjunto, major Francisco Castro.

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"Havia um informe de que haveria mais dois detentos mortos no local. Foi feita a varredura pelos policiais e pelos agentes e, de fato, localizados dois detentos, que estavam enterrados na dependência da ala", afirmou o major.
Ele nega que tenha havido negligência por parte da perícia na vistoria anterior. "Depois do evento que ocorreu, todo o presídio foi inspecionado, só que é de praxe. Toda vez que ocorre um evento crítico, várias inspeções são feitas, justamente para que a gente tenha a certeza de que possam ter ocorrido mais mortes".

O primeiro sábado do ano foi de muita espera para dezenas de familiares de detentos mortos na Penitenciária Monte Cristo. Durante todo o dia houve aglomeração em frente ao Instituto Médico-Legal, de pessoas em busca de informações sobre os parentes.

O IML não confirmou a identificação de 28 mortos, entre os 31 que já haviam sido encaminhados para o Instituto. Pelo menos 17 corpos já foram liberados para as famílias.

Segundo o perito do Instituto de Identificação de Roraima, Lucas de Farias Rodrigues, o trabalho é demorado por causa do estado em que os corpos chegaram ao IML. Dos 31 corpos, 15 estavam sem cabeça e outros tiveram braços e pernas arrancados.

"As digitais já foram levantadas, elas estão na ficha, e esses fragmentos, essas identificações são inseridas no nosso banco de dados. Isso é o que está sendo aguardado. Aí, à medida que vão sendo trazidos, vamos confrontando e dizendo que aquela digital é daquela pessoa; vamos devolvendo para o IML e o IML vai devolvendo às famílias".

 

Agência Brasil

 

 

 

Após massacres, OAB vai acionar Corte Interamericana de Direitos Humanos

 

Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e seccionais do Amazonas e de Roraima informaram hoje (6) que vão acionar a Corte Interamericana de Direitos Humanos contra o Estado brasileiro, em decorrência dos massacres ocorridos em penitenciárias daqueles estados, nesta semana, quando ao menos 89 pessoas foram mortas em meio a rebeliões.

Nesta sexta-feira, 33 presos foram assassinados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Boa Vista, a maior do estado de Roraima. O massacre ocorreu pouco depois de 56 presos terem sido mortos durante rebelião que durou 17 horas, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, entre os dias 1º e 2 de janeiro.

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Para os governos do Amazonas e de Roraima, a guerra entre facções rivais foi a principal motivação para as mortes. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou hoje (6) que diversos fatores contribuíram para as tragédias.

De acordo com o presidente da OAB, Claudio Lamachia, o Estado brasileiro perdeu o controle das prisões, que encontram-se na mão do crime organizado. Segundo Lamachia, o objetivo da atuação na Corte Interamericana é obrigar o Estado a tomar providência para garantir a aplicação das leis e o Estado Democrático de Direito.

“O que ocorreu no início desta semana, no estado do Amazonas, e o que ocorreu ontem, no estado de Roraima, é a demonstração mais clara, cabal e definitiva da total falência do Estado brasileiro na administração do sistema prisional”, afirmou Lamachia, em mensagem a jornalistas.

O Estado brasileiro já responde ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos por violações nas unidades prisionais do Rio Grande do Sul (Presídio Central de Porto Alegre), Rondônia (Urso Branco), Pernambuco (Aníbal Bruno) e Maranhão (Pedrinhas), além de São Paulo (Parque São Lucas).

 

Agência Brasil

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