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Período
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1967
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Área
do Conflito
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Oriente
Médio
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Protagonistas
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Israel,
Egito, Síria, e Jordânia. Em menor escala, Arábia Saudita,
Iraque e Argélia
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Histórico
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Após
a retirada das tropas da FENU (Força de Emergência das Nações
Unidas), que garantiam o cessar fogo, dez anos depois do conflito
árabe-israelense de 1956, o Egito voltou a ocupar o deserto do
Sinai. O líder egípcio Nasser ordenou, em maio de 1967, o
fechamento do estreito de Tiran, vital para Israel, aumentando sua
popularidade no mundo árabe, fazendo com que a Síria e a
Jordânia mobilizassem suas tropas para apoiá-lo em caso de um
revide israelense. O pano de fundo era a questão palestina e os
ataques da OLP (Organização pela Libertação da Palestina) aos
judeus. Coerente com sua doutrina militar de “ataques
preventivos”, Israel já havia mobilizado suas forças armadas
no início de junho e o Alto-Comando tentava convencer o
primeiro-ministro da necessidade de atacar logo as forças que
ameaçavam as fronteiras do país. Assim, ao amanhecer do dia 5 de
junho, a Força Aérea Israelense (FAI), efetuou um ataque
coordenado às principais bases aéreas do Egito, destruindo
praticamente todos os seus aviões no solo (240 aeronaves de um
total de 254 eliminados em todo o conflito) e inutilizando as
pistas, marcando o início da Guerra dos Seis Dias. Bases
jordanianas e sírias (45 de seus 142 aviões destruídos) também
foram bombardeadas. Durante a guerra, a vantagem da FAI era
patente: destruíra 350 aviões árabes e perdera apenas 31. No
Sinai, o exército egípcio possui sete aviões e cerca de 950
carros de combate, distribuídos em posições defensivas. Por
outro lado, o Exército israelense montara a Operação Lençol
Vermelho, segundo o padrão clássico de guerra-relâmpago, com
cerca de 680 tanques e suas guarnições bem treinadas, infantaria
e paraquedistas avançando maciçamente sobre as posições
inimigas, eliminando-as e atingindo o canal de Suez. A operação
foi lançada junto com o ataque da FAI, descrito acima, em 5 de
junho. A 7a.BRing.Blindada e os paraquedistas
capturaram as cidades de Rafia e Khan Yunis. Mais ao sul, no
entroncamento rodoviário de Bir Lahfan, os Centurion israelenses
emboscaram uma coluna de T-55 e uma brigada de infantaria
mecanizada, destruíndo 14 tanques e diversos caminhões de
munição e combustível. A divisão blindada do Gen. Ariel Sharon
(atual primeiro-ministro de Israel) capturara a fortaleza de Abu
Aweigila, no deserto, após intensos bombardeios e a ajuda de um
batalhão de paraquedistas desembarcados de helicóptero dentro do
forte. Em 6 de junho, devido à exaustão das tropas israelenses,
as operações foram modestas. No dia seguinte, porém, os
combates recrudesceram. Na entrada do desfiladeiro de Mitla,
contando com apenas nove Centurion, o Exército israelense
rechaçou repetidas ofensivas das tropas inimigas, com alguns
confrontos a uma distância de 100 metros, deixando no local 157
carros de combate egípcios destruídos ou abandonados. Neste
mesmo desfiladeiro, em 8 de junho, os israelenses emboscaram a 3a.
Div. Inf, a 6a.Div. Mecanizada e parte da 4a.Div.
Blindada do Egito, aniquilando 60 tanques, 100 canhões e 300
veículos. Para reabrir o estreito de Tiran, foi enviado um grupo
de combate para o sul da península, a fim de encontrar-se com uma
força de paraquedistas que saltara em Sharm-el-Sheikh, mas não
houve luta pois a guarnição egípcia havia batido em retirada.
Raramente na história militar uma vitória tão ampla foi
conquistada em tão breve espaço de tempo: bastaram quatro dias
para desbaratar um exército de sete divisões. Em relação à
Jordânia, que tinha o mais adestrado e poderoso exército dos que
enfrentaram os judeus nessa guerra, a FAI eliminou a Real Força
Aérea jordaniana e bombardeou posições da Legião Árabe,
eliminando a possibilidade de uma ofensiva inimiga em direção ao
mar Mediterrâneo, o que isolaria a Galileia do resto do país,
deixando-a vulnerável a um ataque da Síria. Nesta frente, a luta
por Jerusalém merece registro: entre 5 e 7 de junho, forças
israelenses, entre elas a 55a.Brigada Paraquedista,
enfrentaram uma luta encarniçada e exaustiva, de rua em rua,
contra os membros da Legião Árabe e seus blindados, num
confronto de 57 horas, após o qual Israel eliminou as ameaças à
margem oeste e expandiu suas fronteiras até o rio Jordão. Mas o
custo foi alto: os jordanianos infligiram aos israelenses suas
mais pesadas baixas sofridas durante a guerra dos Seis Dias, com
550 mortos e 2.500 feridos. A Síria, após o fracasso de seus
aliados no Sinai e na margem do Jordão, adotou uma estratégia de
defesa passiva. O Exército sírio bombardeava o território
israelense de suas posições fortificadas nas colinas de Golan,
só vulneráveis a forças terrestres. Uma ofensiva foi lançada
em 9 de junho, pela Brigada Golani com apoio de uma brigada
blindada e ataques aéreos da FAI, para reconquistar as colinas. A
luta se desenvolveu na área de Tel Azzaziat e Tel Faher, ao
norte, apinhadas de casamatas, trincheiras, campos minados e
ninhos de metralhadoras, onde estas posições foram dominadas
depois de combates intensos. Ao sul, um ataque de infantaria
através do rio Jordão tomou as elevações perto de Bnot Yaaqov
e os paraquedistas lançados de helicóptero conquistaram Butmiye.
Dominando Quneitra, a meio caminho da capital síria Damasco, os
israelenses obrigaram o inimigo a pedir ajuda da União Soviética
e da ONU por um cessar-fogo, obtido na noite de 10 de junho.
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Forças
envolvidas
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Egito:
100.000 homens (sete divisões de infantaria); 950carros de
combate (T-34/85, T-55, Sherman e SU-100); 450 aviões de combate.
Perdas humanas: 10.000 mortos, 20.000 feridos e 5.500 capturados.
Perdas materiais: 500 tanques destruídos, 300 capturados e 10.000
veículos diversos apresados; 254 aviões eliminados.
Jordânia:
Legião Árabe e brigadas blindadas. Perdas humanas: 6.000 mortos
e um número não revelado de feridos.
Síria:
Brigadas de Infantaria, 450 tanques (mais 200 na reserva), 142
aviões de combate e poderosa artilharia. Perdas humanas: 2.500
mortos e 5.000 feridos. Perdas materiais: 100 tanques, 200 peças
de artilharia e 45 aviões.
Israel:
Diversas brigadas de infantaria, 55a.Brigada de Inf.
Paraquedistas, 200 aviões de combate, 680 (Centurion, M-48,
Sherman e AMX13). Perdas: 550 mortos e 2.500 feridos (frente
jordaniana); 115 mortos e 306 feridos (frente síria); 31 aviões
abatidos.
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Principais
batalhas
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Ataque-relâmpago
da FAI às bases aéreas do Egito, Jordânia e Síria, combate no
desfiladeiro de Mitla, conquista do complexo de Abu Aweigila,
ocupação da faixa de Gaza, luta pela cidade de Jerusalém,
conquista das colinas de Golan.
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Resultado
final
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Ocupação,
por parte de Israel, da península do Sinai, da faixa de Gaza, da
cidade de Jerusalém e das colinas de Golan.
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Fonte:
Military Power Review –
http://www.militarypower.com.br/frame4-warSixDays.htm
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