EUA e Ucrânia assinam acordo para acesso aos recursos naturais ucranianos

 Negociação era um dos obstáculos para apoio do governo Trump no conflito com a Rússia

Ucranianos seguem sob ataques russos | Foto: Genya Savilov / AFP / CP


Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram nesta quarta-feira (30), em Washington, um acordo que estabelece um fundo de investimento para a reconstrução do país devastado pela guerra e concede à administração do presidente Donald Trump acesso aos recursos naturais ucranianos. Principalmente minérios de terras raras.

Após árduas negociações, a Ucrânia afirma ter garantido seus interesses, incluindo a plena soberania sobre suas próprias terras raras, vitais para as novas tecnologias e em grande parte ainda não exploradas. Trump havia exigido os direitos sobre a riqueza mineral da Ucrânia como compensação pelos bilhões de dólares em armas americanas enviadas durante o mandato do ex-presidente democrata Joe Biden, após a invasão russa ocorrida há pouco mais de três anos.

Paralelamente a esse acordo, estão em andamento múltiplas negociações diplomáticas em busca de uma saída para o conflito bélico.

Ao anunciar a assinatura do acordo em Washington, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que ele demonstra "o compromisso de ambas as partes com a paz e a prosperidade" na Ucrânia.

A ministra da Economia ucraniana, Yulia Sviridenko, declarou no Facebook que o acordo financiaria projetos minerais, de petróleo e gás, além de infraestrutura.

Trump havia solicitado inicialmente US$ 500 bilhões em riqueza mineral — aproximadamente quatro vezes a contribuição dos Estados Unidos à Ucrânia desde o início da guerra.

O magnata republicano recusou-se a oferecer garantias de segurança à Ucrânia e rejeitou a aspiração do país de aderir à Otan. No entanto, Trump afirmou nesta quarta-feira que a presença americana no terreno beneficiaria a Ucrânia.

AFP e Corrieo do Povo

Câmara de Porto Alegre reduz tempo para veículo estacionado ser considerado abandonado

 

Lei aprovada define redução de 30 para 15 dias o prazo para a remoção de via pública

Após 15 dias na rua os veículos em mau estado podem ser recolhidos pela Prefeitura | Foto: Divulação / EPTC / PMPA / CP

Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou nesta quarta-feira, o projeto de lei que reduz de 30 para 15 dias o prazo para o veículo estacionado em via pública ou estacionamento público ser considerado abandonado. A proposta altera a lei que trata sobre a remoção de veículos abandonados em logradouros públicos. O projeto é de autoria do vereador Aldo Borges.

O projeto também lista quais aspectos definem um veículo abandonado: inapto à utilização; vandalizado; queimado; em nítido mau estado em decorrência do tempo ou de ação voluntária ou involuntária; carroceria com sinais evidentes de severa colisão ou de ferrugem significativa; ao menos dois pneus murchos ou ausência de rodas; sem placas ou identificação; e depositado em partes fracionadas, como carroceria ou chassi.

"A alteração na Lei nº 10.837/2010 representa um passo importante na modernização da legislação municipal, buscando assegurar um ambiente urbano mais ordenado, seguro e eficiente para todos os cidadãos de Porto Alegre", justifica o autor.

Correio do Povo

ChatGPT está sendo ensinado a ser menos “puxa-saco” dos usuários, segundo a OpenAI

 Novas correções estão em andamento e devem ser implementadas nos próximos dias

Novas correções estão em andamento e devem ser implementadas nos próximos dias | Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP / CP


OpenAI decidiu reverter uma atualização no modelo GPT-4o do ChatGPT depois que usuários relataram que o chatbot havia se tornado excessivamente submisso, concordando com qualquer afirmação, mesmo as potencialmente perigosas.

A mudança foi anunciada pelo CEO e cofundador da OpenAI, Sam Altman, no último domingo, 27, por meio da rede social X (ex-Twitter). Segundo ele, a atualização havia deixado o ChatGPT "irritante" e "extremamente sicofante", termo que define alguém bajulador.

Durante a última semana, a empresa refez parte do código do modelo e reintroduziu a atualização com ajustes na terça-feira, 28. Ainda assim, Altman afirmou que novas correções estão em andamento e devem ser implementadas nos próximos dias.

A mudança de comportamento do chatbot não passou despercebida. Diversos usuários relataram nas redes sociais que o ChatGPT respondia com elogios exagerados mesmo a ideias perigosas ou irresponsáveis.

Além do comportamento submisso, o ChatGPT deixou de apresentar argumentos contrários ou de alertar usuários sobre atitudes imprudentes. Em fóruns como Reddit e no próprio X, usuários passaram a chamar o GPT-4o de "modelo mais desalinhado de todos os tempos".

De acordo com a própria OpenAI, o comportamento excessivamente complacente acontece por conta de um desequilíbrio nos ajustes do modelo, que passou a priorizar demais o feedback positivo de curto prazo. Ou seja, para agradar, a inteligência artificial (IA) deixou de cumprir uma das premissas básicas: questionar, ponderar e oferecer alternativas.

A empresa explicou que o desenvolvimento do modelo é guiado por uma "Especificação do modelo", conjunto de princípios e instruções para nortear a conduta da IA. No entanto, a ênfase exagerada em agradar usuários levou a um desalinhamento prático com esses princípios, algo que agora está sendo reavaliado.

Essa não é a única controvérsia recente envolvendo a OpenAI. Na mesma semana, a empresa teve de ajustar filtros no modelo para impedir que o chatbot iniciasse conversas de cunho sexual com menores de idade, após a publicação de uma denúncia pública.

Outra frente de mudança inclui o estudo de marcação ("watermark") em imagens criadas por IA, para identificar automaticamente conteúdos gerados artificialmente e evitar confusões com obras humanas. O recurso deve acompanhar a liberação do gerador de imagens para todos os usuários do ChatGPT.

Ainda nas palavras de Altman, até frases simples como "por favor" e "obrigado", se repetidas em grande escala, podem aumentar o consumo de energia da plataforma, um detalhe que reacendeu o debate sobre a sustentabilidade do uso massivo de IA.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Filha de Bruce Willis e Demi Moore conta que ainda toma banho com as irmãs: “Não acho estranho”

 Em um podcast disponibilizado na terça-feira, Rumer fala sobre a maternidade e as escolhas que fez para criar a filha Louetta, de quase 2 anos

A atriz e modelo admite que os hábitos familiares podem soar estranhos para outras pessoas, mas isso não as incomoda | Foto: Instagram / Reprodução / CP


Rumer Willis, 36, filha de Bruce Willis e Demi Moore, comentou no podcast sobre maternidade What in the Winkler? que ainda toma banho com as irmãs, Scout, 33, e Tallulah, 31.

Durante o episódio disponibilizado na terça, 1º, Rumer fala à apresentadora Zoe Winkler sobre maternidade e as escolhas que fez para criar a filha Louetta, de quase 2 anos. Ela conta que a menina ainda dorme na mesma cama que ela, e que pretende manter o hábito pelo maior tempo possível.

“Não vai durar para sempre”, afirma. “Honestamente, eu espero que Lou ainda durma comigo na cama quando ela tiver a minha idade. Eu ainda durmo na cama com a minha mãe e não acho estranho.”

A atriz e modelo admite que os hábitos familiares podem soar estranhos para outras pessoas, mas reforça que isso não as incomoda. “Nós todas ainda tomamos banho juntas, eu e as minhas irmãs. É esse o tipo de lar em que eu cresci. As pessoas podem achar que isso é louco e estranho, mas eu não acho.”

Recentemente, Demi surgiu ao lado de Bruce Willis em um vídeo que comemorava o aniversário de 70 anos do ator, diagnosticado com demência frontotemporal em 2022. Na publicação, Rumer se declara: “Para o Rei... Te amo, papai. Feliz aniversário.”

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Charge do dia - 1º.05.2025

 


Míriam Leitão é eleita imortal da Academia Brasileira de Letras

 Jornalista irá ocupar a cadeira número 7 da ABL, em vacância desde a morte de Cacá Diegues

Míriam Leitão é a nova imortal da Academia Brasileira de Letras, escolhida para ocupar a cadeira 7, que era de Cacá Diegues | Foto: Saulo Cruz / Agência Senado / CP


Míriam Leitão foi eleita imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quarta-feira, 30. A jornalista e escritora de 72 anos ocupará a cadeira 7, que pertenceu ao cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro. A eleição aconteceu na sede da ABL no Rio de Janeiro, com urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Míriam venceu com 20 votos, superando o economista, ex-senador e ministro Cristovam Buarque, que recebeu 14 votos. No total, 16 nomes estavam inscritos na disputa, incluindo Tom Farias, Rodrigo Cabrera Gonzales e Edir Meirelles.

Miriam Azevedo de Almeida Leitão nasceu em Caratinga, Minas Gerais, filha do reverendo Uriel de Almeida Leitão, pernambucano, e de Mariana Azevedo de Almeida Leitão, mineira. Formada na Universidade de Brasília (UnB), exerce a profissão há 40 anos. Iniciou sua carreira em Vitória (ES), tendo atuado em diversos órgãos de comunicação, tais como Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, Veja, O Estado de S. Paulo, O Globo, Rádio CBN, Globo News e Rede Globo. Foi repórter de assuntos diplomáticos da Gazeta Mercantil e editora de economia do Jornal do Brasil.

Em 1972, quando estava grávida, foi presa e torturada física e psicologicamente pela ditadura militar brasileira por ser militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Desde 1991 é funcionária do Grupo Globo.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

STF invalida lei de Porto Alegre que proíbe linguagem neutra em escolas

 Legislação foi sancionada em junho de 2022 na Capital gaúcha

STF invalida lei que proíbe linguagem neutra em escolas de Porto Alegre | Foto: Pedro Piegas / CP Memória


O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucionais leis dos municípios de Porto Alegre (RS), Muriaé (MG) e São Gonçalo (RJ) que proibiam o ensino da chamada linguagem neutra em escolas públicas e privadas e previam sanções a estabelecimentos e a profissionais de educação em caso de descumprimento das normas.

A decisão foi tomada no julgamento das Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 1158, 1162 e 1164, na sessão virtual encerrada no último dia 24. As ações foram propostas pela Aliança Nacional LGBTI+ e pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh).

O relator das ações, ministro André Mendonça, destacou que há sucessivos julgados no STF no sentido de que estados e municípios devem observar as normas gerais editadas pela União, em especial a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996) e as disposições da Base Nacional Comum Curricular.

Quando lei foi aprovada e sancionada em Porto Alegre

Câmara de Porto Alegre aprovou em maio de 2022 o projeto de lei que garantia aos estudantes do município “o direito ao aprendizado da língua portuguesa de acordo com as normas e orientações legais de ensino”. O texto vetava, com isso, o emprego da chamada linguagem neutra, sem uma definição de gênero. Foram 20 votos a favor e 11 contra.

De acordo com a justificativa dos vereadores na época, “a dita linguagem neutra” propõe que troquemos a vogal marcada, substituindo, por exemplo, os alunos e as alunas por “artimanhas linguísticas” como xs alunxs ou @s alun@s”.

Os parlamentares disseram ser equivocado pensar que a utilização do masculino genérico – por exemplo, os alunos, para descrever uma sala com meninos e meninas – seja uma característica sexista da sociedade.

Um mês depois, em junho de 2022, o projeto foi sancionado pelo prefeito Sebastião Melo (MDB).

Correio do Povo

Governo vê com simpatia redução de jornada de trabalho, diz ministro

 Proposta de redução de jornada máxima de 44 horas para 40 horas semanais é alvo de debate no Congresso

Luiz Marinho em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil


Ao comentar o encontro com centrais sindicais nessa terça-feira (29), no Palácio do Planalto, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o governo federal vê com simpatia a proposta de redução de jornada máxima de 44 horas para 40 horas semanais.

“Esse é um debate extremamente importante. O governo vê com muita simpatia a necessidade e a possibilidade de reduzir a jornada máxima do país para 40 horas. Acho que o país está preparado para isso. Mas o ambiente de debate não é com o governo. O debate é com o Congresso Nacional porque é por emenda constitucional”.

Em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Marinho lembrou que diversos projetos que tratam da redução da jornada de trabalho tramitam no Congresso Nacional, inclusive o da jornada 6x1. É um “outro debate que casa com a redução da jornada máxima no país”, observou.

“Sempre chamo a atenção para o seguinte: o fim da escala 6x1 é uma discussão importante. É o turno mais cruel para os trabalhadores, em especial, para as trabalhadoras. Ter só um dia de folga na semana acaba sacrificando demais as mães. Portanto, há uma necessidade de debate”, analisou.

E prosseguiu: “O tema, lá no Congresso Nacional, tem a simpatia do governo, tem muita resistência, especialmente do empresariado do comércio e do serviço também. Agora, é preciso ter maturidade e seriedade no debate. Espero que no Congresso os deputados e senadores possam estar sensíveis para enfrentar esse debate com trabalhadores e empregadores.”

O ministro do Trabalho acrescentou que “é importante a gente ter a visão da previsibilidade e da sustentabilidade da economia para não gerar um transtorno. Mas acredito eu, sinceramente, que é plenamente possível falar em redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e um processo de negociação em convenções coletivas que busque estabelecer as necessidades da economia”, concluiu.

Agência Brasil e Correio do Povo

Dia do Trabalhador será de tempo firme e temperatura agradável no RS; veja a previsão

 Maio deve ter chuva abaixo da média, segundo a MetSul

O amanhecer terá nevoeiro em parte do estado | Foto: Maria Eduarda Fortes


Um ano após as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, maio de 2025 inicia com sol e sem previsão de chuva no estado. Conforme a MetSul Meteorologia, o território gaúcho estará sob a influência de um centro de alta pressão que garante tempo firme.

O feriado de Dia do Trabalhador terá amplos períodos de céu claro. No decorrer do dia, entretanto, nuvens altas do tipo Cirrus começam a ingressar.

O amanhecer terá nevoeiro em parte do estado, especialmente no Centro e no Leste gaúcho. O começo do será novamente frio, com previsão de geada em pontos da Serra e Aparados. A tarde será de temperaturas agradáveis.


Como fica o clima em maio 📅

Maio é o terceiro e, historicamente, o mais frio mês do outono em que as características já se aproximam do inverno, especialmente na segunda metade do mês.

A precipitação média histórica na capital gaúcha é de 112,8 mm. Porto Alegre, com dados desde 1910, teve em 2024 não só o maio mais chuvoso já visto como o mês com maior precipitação da série com 539,9 mm, o que não se repete em 2025.

Chuva abaixo da média 💧

Maio começa com o Pacífico em neutralidade, sem El Niño ou La Niña, o que persistirá. Modelos de clima, em geral, indicam um maio de chuva abaixo da média na maior parte do Centro-Sul do Brasil enquanto no Sul, exceção do Paraná, o sinal é de chuva perto e regionalmente acima da média.

Não se espera um mês com muito alta frequência de dias com chuva, entretanto episódios de instabilidade farão com que a precipitação possa terminar com valores acima da média em particular em parte do Rio Grande do Sul.

O primeiro episódio de chuva mais ampla e com volumes mais alto deve se dar entre os dias 7 e 9. O cenário não é igual a 2024 não sendo esperados volumes extremos.

Frio 

Não se espera um maio de muito frio, segundo a MetSul. A tendência é de temperatura perto ou acima da média.

Dias frios marcarão presença, mas parte significativa do mês terá dias amenos ou agradáveis com alta incidência de nevoeiro. Alguns dias terão tardes quentes, mas a caracterização de veranico depende de ao menos quatro dias seguido de temperatura alta.

MetSul Meteorologia e Correio do Povo

A perigosa aliança entre Putin e Kim

 A presença da Coreia do Norte lutando ao lado das tropas russas foi agora escancarada por Putin

No dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma trégua de três dias a ser cumprida na guerra que trava contra a Ucrânia, escancarou-se algo que se sabia, mas que não havia tido ainda uma confirmação oficial: a presença da Coreia do Norte lutando ao lado das tropas russas. E este escancaramento se deu quando Putin anunciou, também nesta segunda-feira, que havia sido retomada a província de Kursk, numa ação que teve a decisiva participação de soldados da Coreia do Norte.

A Ucrânia nega que fora retomada a província que invadira em agosto de 2024, porém Putin fez um aberto agradecimento ao líder norte-coreano Kim Jong-un e aos soldados do mesmo país “pela participação decisiva na ofensiva que levou à libertação da região de Kursk”. Elogiou ainda “o heroísmo, o alto nível de treinamento e a dedicação dos soldados norte-coreanos, que participaram ativamente dos combates e defenderam nossa pátria como se fosse a deles”.

ALIANÇA

Vê-se, portanto, que a participação norte-coreana ao lado dos russos não é pequena. Tanto que Putin disse que mais de 4 mil soldados norte-coreanos já teriam morrido nos confrontos contra os ucranianos. Por aí pode-se dimensionar que o contingente enviado por Pyongyang não deve ter baixado de 12 mil soldados.

Esta aliança traz um enorme perigo para o mundo ocidental, pois se tratam de dois dirigentes inconfiáveis e altamente perigosos. Putin já comprovou isto com a guerra que trava contra a Ucrânia. E Kim Jong-un tem ameaçado constantemente seus vizinhos Japão e Coreia do Sul, com o lançamento de mísseis de longo alcance e capazes de carregar ogivas nucleares. O que lhe valeu o apelido de “Gordinho Fogueteiro”.

BOMBA

E é justamente este aspecto nuclear que preocupa o Ocidente. Kim dirige um dos países mais paupérrimos do mundo, mas, está determinado a produzir a bomba atômica. E a Rússia de Putin poderia ser o apoio que lhe está faltando para tal. É de se imaginar que tipo de acordo fora feito entre os dois dirigentes para levar Kim a mandar seus soldados para morrerem na Ucrânia, numa guerra que não tem nada a ver com seu país.

Evidente que tem que ter sido algo de muito interesse para a Coreia do Norte. Viria coroar os esforços que a dinastia Kim vem desenvolvendo há anos, passando de pai para filho o sonho de se tornar potência nuclear. Algo que tem o total apoio das Forças Armadas do país. Basta observar o entusiasmo dos militares demonstrado nas imagens que são feitas a cada lançamento de um foguete pelo país.

TRÉGUA

Já quanto à trégua na guerra com a Ucrânia, anunciada por Putin, é para vigorar de 8 a 10 de maio, quando se celebra o Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. E aqui é preciso fazer uma ressalva de que a Rússia teve um papel fundamental naquela guerra, para livrar o mundo do nazismo comandado por Hitler.

E Putin não perde oportunidade, para dizer que serão celebrações “da vitória da União Soviética e seus aliados contra a Alemanha nazista”. Ou seja, aproveita para lembrar da União Soviética, que ele tem lamentado profundamente sua desintegração, colocando-a à frente dos demais aliados. Aliás, as ações que Putin vem desenvolvendo visam colocar a Rússia novamente à frente de uma aliança regional de países.

MEDIAÇÃO

Porém, fazer uma parada e logo retomar a guerra contra a Ucrânia é algo sem cabimento. Por que não estabelecer uma trégua agora, de pelo menos 30 dias, para as partes sentarem-se a uma mesa de negociação? A propósito, o presidente norte-americano Donald Trump há muito que está pretendendo ser o mediador desse conflito. O problema é que seu posicionamento só favorece a Rússia e significa uma rendição da Ucrânia.

De qualquer forma, fica a curiosidade sobre o que foi a conversa que tiveram Trump e Zelensky, por ocasião do funeral do para Francisco, quando sentaram-se frente à frente em uma das dependências do Vaticano. Isto porque Zelensky disse que “o diálogo fora produtivo”. Porém, fica a dúvida sobre essa produtividade, pois, os dois dirigentes tinham combinado de voltar a se reunir mais tarde e depois cancelaram o encontro.

Assim é que, em meio a este impasse, o que cresce é a preocupação da altamente perigosa aliança de Vladimir Putin com Kim Jong-un.


Correio do Povo