Trump assina decreto que eleva tarifas a dezenas de países; Brasil tem maiores taxas

 Brasil aparece na lista com 10%, mas receberá adicional de 40% como sanções politicamente motivadas

Presidente dos EUA tem sido questionado por tarifas excessivas | Foto: Jim Watson / AFP / CP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na noite desta quinta-feira um decreto que impõe tarifas mais altas a dezenas de países com os quais Washington afirma ter um déficit comercial. As novas tarifas aduaneiras, deste decreto em específico, oscilam entre 10% e 41%, sendo a mais alta para a Síria, enquanto União Europeia (UE), Japão e Coreia do Sul estarão sujeitos a 15%. Efetivamente, o Brasil terá as maiores taxas, com 40% adicionados aos 10% da lista; por conta de decreto anterior que anunciava a sanção por motivações políticas; entre elas o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Curiosamente, no caso da União Europeia, as taxas já apresentam os valores definidos em acordo. Quanto aos adicionais brasileiros, o novo decreto não faz qualquer menção. A decisão anterior, contudo, explicava que 40% seriam adicionados ao estabelecido nessa nova lista.

Além disso, Washington aumentou em 5%, para 15%, os encargos para Costa Rica, Bolívia e Equador, e manteve intactos os previstos em abril para Venezuela (15%) e Nicarágua (18%). As novas taxas começarão a ser cobradas em 7 de agosto, sete dias após a data anunciada originalmente. O adiamento tem como objetivo dar tempo às aduanas para se prepararem, explicou uma fonte do alto escalão.

Em documento no qual Washington detalha as novas tarifas, o Brasil aparece com 10%, mas apenas até 6 de agosto. O governo norte-americano anunciou na quarta-feira que, sobre essa taxa mínima universal aos produtos brasileiros importados, vai acrescentar 40 pontos percentuais, o que equivale a 50%, devido, principalmente, ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado.

Como Trump havia ameaçado, ele aumentou de 25% para 35% as tarifas sobre os produtos canadenses que entram nos Estados Unidos fora do T-MEC. "O Canadá não cooperou para conter o fluxo contínuo de fentanil e outras drogas ilícitas, e tomou medidas de represália contra os Estados Unidos”, criticou a Casa Branca em um documento. “Os cartéis mexicanos operam cada vez mais laboratórios de síntese de fentanil e nitazeno no Canadá”, acrescentou o governo americano, sobre dois opioides sintéticos que preocupam os Estados Unidos.


AFP e Correio do Povo

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