A TEORIA E A PRÁTICA DA DESFAÇATEZ - 29.08.25

 Por Alex Pipkin - PHD


 


É curioso como certos teóricos parecem acreditar que a realidade deve se curvar às suas abstrações, ignorando que, na prática, os líderes podem agir de forma diametralmente oposta às teorias, convertendo princípios em caricaturas. Como, por exemplo, já se perguntaram o que sentem os judeus no Brasil — que tanto contribuíram para o desenvolvimento econômico e social do país e ajudaram pessoas de todas as raças e religiões — ao ver o governo se alinhar com inimigos da civilização e desrespeitar a memória do Holocausto?

Esses teóricos vivem como marionetes de suas próprias hipóteses, encenando realidades que jamais existirão fora do papel. Criam modelos sofisticados, suposições engomadas, hipóteses coloridas, tudo para se deliciar com sua própria inteligência em círculos de autoelogio. O problema não está em simplificar para iluminar um princípio, está em confundir o cartaz didático com o mundo real: cruel, imprevisível, inexorável.

Essa confusão não se limita a salas universitárias ou artigos ignorados. Ela invadiu a diplomacia brasileira. Durante décadas, a política externa do Brasil foi benchmarking global. Era respeitada por sua moderação, prudência e racionalidade, capaz de dialogar com todos os blocos sem se render ao populismo ou ao ressentimento. Esse patrimônio, construído com paciência e competência, agora é dilapidado com a mesma displicência que certos acadêmicos dedicam a papers irrelevantes.

O presidente Lula, acompanhado de seu assessor especial Celso Amorim — notório antissionista, cuja retórica frequentemente flerta com o antissemitismo — transformou a diplomacia em palco de devaneios ideológicos, de antissemitismo e de provocações grotescas. Vimos o Brasil, historicamente mediador ponderado, envergonhar-se ao comparar a defesa legítima de Israel contra terroristas assassinos — que estupraram, queimaram vivos e sequestraram inocentes — ao Holocausto. O Holocausto! Cuspindo na memória das vítimas, no rosto da civilização e na esperança de todos que ainda acreditam na bondade humana.

Não se trata de gafe, mas de desfaçatez. Não é um tropeço verbal; é uma escolha política: alinhar-se com terroristas, assassinos, ditadores, autocratas, teocracias como a do Irã — em suma, com o próprio eixo do mal. Uma guinada consciente, mas destruidora, que lança o Brasil na contramão da civilização. Alinhando-se ao rancor, ao ressentimento e a uma narrativa que flerta abertamente com o antissemitismo, Lula arrasta consigo não apenas a imagem do governo, mas a própria credibilidade da nação.

A ironia maior é que esse tipo de postura confirma o que muitos críticos sempre disseram, ou seja, de que teorias, sejam de relações internacionais ou filosofia política, são simplificações imperfeitas da realidade. Podem ser úteis, desde que reconhecidas como abstrações. Mas quando confundidas com prática, produzem catástrofes. Lula é um experimento vivo daquilo que não deve ser feito: uma diplomacia que despreza incentivos, custos e consequências, como se o mundo fosse um seminário de “clube inglês” globalista, sectário e manipulador, que governa ideias independentemente da verdade, regozijando-se com seus próprios delírios.

O resultado é trágico! A destruição da credibilidade de um país que já foi admirado por sua prudência. Hoje, em vez de respeito, colhemos desconfiança. Em vez de liderança, caricatura. O Brasil, que já soube ser protagonista equilibrado, agora é visto como aprendiz de agitador, convertido em bufão internacional, transformado em piada em salões que antes respeitavam o país. Triste, para ser econômico.


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