terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Mesmo com pequena elevação, calor e ausência de chuva podem piorar situação do Rio Gravataí

 Prefeitura pede que moradores façam o uso consciente da água diante da preocupação com o nível do rio

Nível baixo do Rio Gravataí causa exposição da vegetação e do lixo acumulado no manancial | Foto: Camila Cunha


Com 0,73m na Estação de Captação da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), a situação da bacia hidrográfica do Rio Gravataí segue em condição alerta nesta segunda-feira. Ao contrário da situação que chegou a ser registrada na semana passada, quando a condição crítica causou a suspensão da captação para agricultura, ela voltou a ser liberada neste início de semana.

Dados do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS) da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), indicam o nível do manancial em 1,35m na estação de captação de Alvorada. O índice é superior em 7 centímetros aos 1,28m que deixavam o rio em condição de alerta no final da semana passada.

Apesar dos números, a previsão de chuvas irregulares associada ao calor que deve aumentar a crise hídrica é o que mais preocupa moradores. Índices preliminares desta segunda-feira já demonstram que o rio está em declínio gradual e deve ser levado novamente à condição crítica.

No balneário Passo das Canoas, um dos pontos mais afetados, a situação já impacta quem frequenta o rio. No espaço que costumava ser ocupado pela corrente d’água, crianças se banhavam na água rasa na manhã de segunda-feira.

No mesmo local, o autônomo Renato Fernandes, de 30 anos, que conhece bem o local que costuma visitar para pescar, relata a preocupação com o baixo nível do rio. “Está muito baixo. Atravessei de barco e já pega com o remo no chão. Em outras épocas a água estaria bem mais para cima”, relata.

Um morador das proximidades, que prefere não se identificar, também relata sua preocupação e receio com falta d’água. “O rio baixou pouco nos últimos dias, está mantendo o mesmo nível, o problema é continuar este calor e tempo seco. Se continuar sem chover, ele vai baixar muito mais, não tenho dúvidas”, afirma.

Há alguns quilômetros dali, embaixo da ponte sob a ERS 118, a escassez d’água fica ainda mais evidente. Lixo, raízes secas e um fino córrego dão mostras da situação grave vivida pelo manancial.

O pescador amador Jair Rambo da Silva, 56 anos, conhece bem o local e afirma que em alguns pontos a profundidade caiu drasticamente. “Tinha lugares com quatro metros e agora está na canela da gente”, compara. Para ele, a situação é preocupante. “Ano passado foi horrível e agora estamos recém no início do verão. Está começando a ficar precária a situação. O medo é que falte água”, alerta.

O cenário preocupa a Prefeitura de Gravataí, que reforçou o pedido para que a população faça uso responsável da água. Entre as recomendações estão evitar desperdícios ao escovar os dentes, reduzir o tempo de banho e substituir mangueiras por baldes ao lavar calçadas e veículos. “Contamos com a colaboração de todos para que medidas de racionamento não precisem ser adotadas. Pequenas atitudes fazem a diferença e ajudam a preservar nosso rio, garantindo o abastecimento para toda a cidade.”, diz a nota da administração municipal.

Conforme a Corsan, a situação na Região Metropolitana segue a mesma da semana passada, sem previsão ou risco de desabastecimento para a população.

Nível do Rio Gravataí | Jair Rambo da Silva tenta pescar sob ponte na RS-118, em Gravataí


Correio do Povo

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