Candidata à prefeitura trouxe a deputada federal para uma série de agendas
A visita da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) foi estratégica para a campanha de Maria do Rosário (PT) à prefeitura de Porto Alegre: aproximar-se de alguns grupos e engajar a militância, especialmente a feminina. Objetivo esse que foi bem-sucedido. Na segunda agenda da deputada em solo gaúcho, no "Encontro com Mulheres", Benedita motivou e emocionou um salão cheio de mulheres militantes de diferentes núcleos.
Com um discurso voltado ao empoderamento feminino e o incentivo para que as mulheres ocupem os espaços de poder, relembrou um pouco da sua trajetória, incentivou candidatadas e exaltou a chapa formada por Maria e Tamyres Filgueira (PSol), afirmando que essa era "campanha da qual não poderia deixar de estar aqui".
Benedita não poupou elogios à Rosário, conhecida de longa data e a quem chamou de "irmã gêmea". Para a chapa, deu ainda um conselho, enquanto primeira mulher negra a ocupar um assento na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, em 1983.
“Vocês terão olhares não só porque são duas mulheres, mas porque são duas mulheres com uma vice-prefeita negra e isso tem um preço. Essa dobradinha tem um preço e incomoda. Ela ainda não é possível na política do mundo de hoje, vocês desafiaram, se colocaram e terão que segurar essa barra”, afirmou.
Foi justamente relembrando sua trajetória e motivando as candidatas à vereança presentes que emocionou as presentes, levando, inclusive, Tamyres às lágrimas. Ela contou que ao assumir o governo do Rio de Janeiro, em 2002, após Anthony Garotinho renunciar para concorrer à presidência, questionaram se ela “saberia morar em um Palácio (dos Bandeirantes)”.
“Me perguntaram como eu ia lidar com aquelas artes que tinham no Palácio, com aqueles tapetes, aquelas peças, aquelas mesas de Dom Pedro, e eu disse: eu juro, eu sou a pessoa mais prepara para morar naquele Palácio. Sabe por quê? Porque a maior parte da minha vida eu passei limpando tapete, limpando cristal”, relatou.
Finalizou sua participação, em tom emotivo, puxando o coro: “companheira me ajude, eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”.
Críticas e ‘alfinetadas’ ao adversário
Por parte de Rosário e Tamyres não faltaram elogios à Benedita. Com um discurso igualmente alinhado ao incentivo às mulheres, também aproveitaram para tecer críticas ao principal adversário, o prefeito Sebastião Melo (MDB).
A petista tocou em dois pontos sensíveis da gestão emedebista, as enchentes, a qual afirmou não ser uma "tragédia de ordem natural", uma vez que teve "abandono e irresponsabilidade ambiental"; e as investigações na Secretaria de Educação, que chamou de “desmandos de corrupção e graves problemas que nossa Porto Alegre precisa livrar-se”.
Já Tamyres trouxe a pauta de gênero, ao afirmar que outras chapas escolheram uma representante feminina “só para dizer que tem mulher”. “Porque eles sabem que é uma mulher que está ali para tirar os nossos direitos, para excluir o nosso povo das decisões”.
Correio do Povo
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