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sábado, 22 de abril de 2023

Resposta às falsificações históricas correntes na internet

 Durante o Iluminismo, surgiu uma série de mitos sobre a Idade Média que tentou reduzir esse período à maior pestilência moral da história. Cintos de castidade, que nunca existiram; a queima de bruxas, feita por protestantes no século XVI; e outra série de mitos, como o direito da primeira noite, foram distorcidos para desacreditar a nobreza e a Igreja. A literatura e o cinema, mais interessados ​​em satisfazer o imaginário popular do que na fidelidade histórica, perpetuaram essas imagens estereotipadas ao longo de um período que durou quase mil anos.

É um absurdo pensar que nossos ancestrais medievais não preservaram os antigos saberes botânicos, principalmente os relacionados à limpeza do corpo, pois é ridículo pensar que as mulheres, as principais responsáveis ​​por esses hábitos domésticos, fossem incapazes de realizar essas tarefas.
Pessoas em contato direto com os ensinamentos do Cristianismo não negligenciaram algo tão básico. Pentear o cabelo e lavar os pés faziam parte do ritual litúrgico. Os mosteiros tinham salões de banho. Na Bíblia existem vários versículos onde se fala da limpeza corporal, visto que o corpo é um reflexo da alma. Durante as peregrinações, os banhos, além de tirar o pó da estrada, eram um sinal de purificação e renovação batismal. Outro exemplo interessante é encontrado nas regras dos Templários:
« Quem serve a Deus é necessário que seja limpo por dentro e por fora, pois assim diz o Senhor: sê limpo, porque eu sou. »
Talvez seja nossa superioridade tecnológica e nossas obsessões higiênicas que nos levem a crer que, sem torneira, chuveiro ou aspirador de pó, a vida de nossos ancestrais passava-se em sujeira.
-Os banhos (de origem romana, alguns dizem bizantina, que por sua vez imitavam os gregos):
Desde a Idade Média, os banhos serviam não apenas para lavar o corpo e receber esfoliantes, mas também para embelezar e, acima de tudo, por motivos de saúde (banhos medicinais e curativos). Nos tratados de medicina medievais se recomendava o banho, o que se fazia com regularidade, tanto nos banhos públicos, nos rios e em casa. Os banhos públicos também eram utilizados como atividade social: as pessoas conversavam, brincavam, faziam negócios. Se o tempo o permitisse, poderiam tomar banho (lazer) em rios, lagos, etc.
Sabe-se da existência de inúmeras "casas de banhos", sendo necessárias no mundo urbano, dando-lhe também prestígio. As cartas municipais indicam o uso habitual dessas instalações.
-Limpeza diária: O procedimento básico consistia lavar as partes mais suscetíveis a manchas: rosto, mãos, axilas, pés (e partes íntimas). Algo que deveria ser feito após o trabalho ou antes de ir para a cama para não manchar a cama.
Um trapo (pano) e o uso de detergente orgânico ou sabonete (sim, existia) bastariam para essa limpeza diária.
Os recipientes utilizados seriam: bacias e jarros, bacias, caldeirões, baldes, bacias (mesmo com pernas de ferro que os sustentavam, e mesmo algumas que mantinham a água quente e outras para água fria), banheiras de madeira de diversos tamanhos (algumas destas banheiras com um pano colocado como uma tenda).
Como não havia local específico para o banho nas residências, a banheira era colocada no quarto ou na cozinha (próximo ao fogo para poder esquentar a água com mais facilidade no inverno) e depois eram retiradas.
No século 12, lemos receitas para fazer sabão em barra . Serão as mulheres que transmitirão essas receitas por via oral, além de perfumes, pomadas e cosméticos. Cuidaram também de transmitir conhecimentos de higiene em geral, oral, capilar e depilação.
O texto é baseado em artigos da estudiosa espanhola de costumes medievais, Consuelo Sanz de Bremond Lloret.
Para saber mais:
María de las Nieves Fresneda González: Atuendo, aderezo, pócimas y ungüentos femeninos en la Corona de Castilla, (siglos XIII y XIV)
Gabriela Fernanda Canavese: Ética y estética de la civilidad barroca. Coacción exterior y gobierno de la imagen en la primera modernidad hispánica.
Penélope Stavrianopulu Boyatzi: los baños en bizancio: arquitectura, medicina y literatura.
Luís Lobera de Ávila: El vanquete de nobles cavalleros (1530).
Luis Lobera de Ávila: Régimen de la Salud (1551)
O Imperialista




Fonte: https://www.facebook.com/groups/4127901240565937/?multi_permalinks=6488198481202856%2C6487486194607418%2C6483524805003557%2C6480730211949683&notif_id=1682073018233809&notif_t=group_highlights&ref=notif

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