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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Lula afirma que não pediu que Europa e EUA mudassem postura sobre guerra na Ucrânia

 Em entrevista à TV portuguesa, o presidente defendeu uma solução negociada entre Rússia e Ucrânia

Em visita a Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atenuar as declarações discutidas que haviam sido dadas sobre a Guerra na Ucrânia. Em entrevista exclusiva à TV portuguesa, o petista disse que "nunca" pediu que a União Europeia e os Estados Unidos tivessem uma postura diferente em relação ao conflito. Lula afirmou apenas querer que se falasse em paz e defendeu uma solução negociada entre a Rússia e a Ucrânia.

"Nunca pedimos que Europa e Estados Unidos tenham tolerado outro comportamento. O que nós queremos é que eles também comecem a falar em paz", afirmou Lula. "O que o Brasil não quer é se alinhar à guerra, é se alinhar a um grupo de países que constroem a paz. Se todo o mundo está envolvido diretamente na guerra, a pergunta que eu faço é: quem vai conversar sobre paz?"

Em viagem à China na semana passada, Lula havia afirmado que a Ucrânia também era responsável pela guerra, e acrescentou que Europa e EUA estimularam o conflito. "A decisão da guerra foi tomada por dois países", disse o presidente em entrevista coletiva. “O presidente Putin não toma iniciativa de parar, o Zelenski não toma iniciativa de parar, e Europa e Estados Unidos terminam dando uma contribuição para a continuidade dessa guerra”, afirmou.

A fala gerou forte reação negativa tanto de europeus quanto de estadunidenses. Segundo a Casa Branca, o posicionamento de Lula sobre o conflito era "profundamente problemático" e "equivocado" e repetia propaganda da Rússia e da China. Na sequência da viagem à Ásia, o presidente foi ainda a Abu Dabi, onde repetiu que a "decisão de guerra" era responsabilidade tanto da Ucrânia, invadida, quanto da Rússia.

Após uma enorme repercussão, Lula mudou de tom e passou a destacar que o Brasil sempre condenou as ações da Rússia. Ele repetiu este posicionamento na entrevista ao jornalista Paulo Dentinho, sublinhando que "o Brasil não tem uma posição ambígua": "Eu não sei quem é que interpreta (isso dessa forma), o Brasil tem uma posição clara, o Brasil condena a Rússia por invadir o espaço territorial da Ucrânia, ponto".

Neste sábado, 22, em entrevista coletiva ao lado do presidente português, Marcelo Rebelo, Lula afirmou que nunca equiparou as responsabilidades dos dois países em conflito. "Eu nunca igualei a Rússia e a Ucrânia. Sei o que é invasão e que é integridade territorial", disse o petista. "Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz."

O presidente acrescentou que é preciso reunir um grupo de países para dar continuidade a um processo de resolução do conflito. "É preciso construir uma narrativa que convença Putin e Zelenski de que a guerra não é a melhor maneira de resolver os problemas", acompanhou.

Lula também respondeu sobre os protestos da direita portuguesa contra sua visita ao país. "Em Portugal também tem uma certa polarização com um lado mais extremista de direita com os outros partidos, mas eu não tenho nenhum problema, eu não vim aqui para entrar na polêmica com o Parlamento português", disse. "Eu vim aqui para cumprir uma agenda e as pessoas não são obrigadas a gostar do Lula, não são obrigadas a gostar do Presidente do Brasil."


Agência Estado e Correi odo Povo

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