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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Ibraoliva cobra mais controle sobre azeite de oliva importado

 Entidade pede intensificação e divulgação de análises de verificação do óleo vendido como extravirgem, que nem sempre atende aos critérios de qualidade dessa categoria


Extravirgem, mas só no rótulo. Segundo o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) , resultados de testes feitos por técnicos ligados ao Ministério da Agricultura com azeites de oliva coletados pelo país indicam que a grande maioria dos produtos apresentados ao consumidor com esse nome não atende ao padrão indicado na embalagem. Para reverter esse quadro, o setor cobra do governo federal mais controle sobre o óleo importado que ingressa no mercado nacional. Uma das reivindicações é a intensificação das estimativas periódicas que atestam a certificação do extravirgem.

Essas análises são feitas pelo chamado Painel Sensorial do azeite de oliva do Ministério da Agricultura , grupo formado por especialistas em identificar aromas e sabores do produto extravirgem e reconhecido pelo Conselho Oleícola Internacional (COI) . “A nossa busca é que implementem e divulguem cada vez mais esses testes. Empresas estão sendo autuadas, os produtos (fora de padrão) estão sendo retirados do mercado, mas é preciso dar visibilidade a isso”, diz o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes.

Na segunda semana deste mês, lideranças da entidade tiveram reuniões com representantes da Secretaria de Comunicação da Presidência e dos Ministérios da Justiça e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília. “Para nós, foi muito forte. Já está sendo agendada uma reunião com o Mapa para gerar mais títulos para os técnicos”, afirma Fernandes.

No Brasil, o azeite de oliva é classificado em quatro categorias com base no teor de acidez e outros critérios de qualidade. Considerado o mais nobre, o extravirgem é o produto sem defeitos e apresenta acidez inferior a 0,8%, enquanto o virgem é um óleo de qualidade testado, com acidez de até 2%. O tipo único refere-se ao óleo que passou por processos químicos para retirada de impurezas e foi misturado ao azeite virgem, mas pode ser usado na alimentação. O quarto tipo, o lampante, tem acidez superior a 2% e é impróprio para o consumo humano.

Segundo Fernandes, muitos produtos importados entram no país com a classificação errada – e preços atraentes na comparação com as marcas nacionais. Oferecido nas gôndolas como extravirgem, o tipo único acaba sendo o óleo de oliva mais vendido no Brasil, afirma o executivo. “Mas é um azeite de segunda categoria. A gente não quer tirar o mercado nem do tipo único e nem do virgem, mas que (a diferença entre as categorias) seja esclarecida e, principalmente, que conste nenhum rótulo a classificar corretamente”, destaca o executivo.

Costa Doce tem recorde de colheita

Apesar do início do clima durante o ano de 2022, os produtores dos azeites Costa Doce, em Dom Feliciano e Camaquã, encerraram a colheita deste ano com o recorde de 150 mil quilos de azeitonas. O volume é quase o dobro do obtido pela família Vignatti na safra passada com as 40 mil árvores das cultivares de Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Picual, Coratina e Frantoio. 

Um dos diferenciais desta safra foi a automatização da colheita, que chegou a 40% na Fazenda Fortaleza. “Se considerarmos também a derriçadeira, que disponibilizamos aos trabalhadores, podemos dizer que estamos cada vez mais próximos da automação da colheita”, salientou o proprietário da Costa Doce, Milton Vignatti. 

O resultado já está no mercado, que recebeu recentemente 20 mil litros de azeite extravirgem da marca, dentre os quais os rótulos Blend Médio, Blend Intenso, Koroneiki e o lançamento da marca: Picual. “O processo de produção aprimorado e o lagar próximo dos pomares permitem um menor espaço de tempo entre a colheita e a acompanhamento, o que é determinante para a alta qualidade dos azeites”, explica Vignatti. O benefício da fruta foi inserido na propriedade ainda em 2017. “Nosso processo é muito particular. Nossas frutas não demoram mais do que duas horas para chegarem do pé até dentro da máquina”, explica. Segundo Vignatti, os planos para a próxima safra são de expansão. “Mais máquinas estão vindo. A inovação no campo é uma realidade cada vez mais consolidada para nós”, afirma. 

Correio do Povo

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