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quarta-feira, 19 de abril de 2023

Dois jogadores são alvos no RS de operação contra manipulação de resultados no futebol

 Operação Penalidade Máxima, deflagrada pelo MP de Goiás, cumpriu mandados de busca e apreensão em Santa Maria, Erechim e Pelotas

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), prestou apoio ao MP de Goiás nesta terça-feira no cumprimento de três mandados de busca e apreensão nas cidades de Santa Maria , Erechim e Pelotas. A ofensiva está relacionada à operação Penalidade Máxima, deflagrada pela instituição goiana. Os alvos gaúchos foram dois jogadores de futebol.

Uma operação havia sido deflagrada em 14 de fevereiro deste ano para obtenção de provas de suposta associação criminosa especializada na manipulação de resultados de partidas de futebol profissional. Apontando que o certo grupo criminoso atua mediante a cooptação de atletas para uma combinação de resultados nas partidas por meio de ações como, por exemplo, o cometimento de pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras iniciativas.

O objetivo do esquema criminoso é viabilizar o sucesso em apostas esportivas de grandes títulos. Em contrapartida, segundo a apuração, os atletas recebem parte dos ganhos, em caso de sucesso no esquema. Estima-se que cada suspeito tenha recebido aproximadamente R$ 150 mil por aposta.

Conforme já apurado, o grupo criminoso atuou mediante cooptação de jogadores profissionais de futebol, com oferta de valores entre R$ 50 mil a R$ 100 mil aos atletas para que eles comentem certos eventos nos jogos.

A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a recompensa a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de permanência máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado tempo no intervalo do jogo. 

Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores visam possibilitar que os investigados obtenham grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os lucros. 

O trabalho investigativo indicou que o grupo teria atuado, no mínimo, em três partidas ocorridas na final do ano passado na série B do Campeonato Brasileiro de Futebol. Estima-se que os valores envolvidos no esquema ultrapassem o montante de R$ 600 mil.

Há suspeitas de que o grupo criminoso tenha atuado concretamente também em ao menos cinco jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022, bem como em cinco partidas dos campeonatos goiano, gaúcho, mato-grossense e paulista, todos em 2023.

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), também prestou apoio ao MP de Goiás com a execução de dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Chapecó e Tubarão.

A operação ocorreu ainda em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP ), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP). No total foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e outros 20 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados pela Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.


Correio do Povo

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