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terça-feira, 2 de agosto de 2022

Nancy Pelosi chega a Taiwan e desafia advertências da China

 Presidente da Câmara dos EUA voou em um avião militar dos EUA para o Aeroporto Songshan de Taipei

Nancy Pelosi desembarcou em Taiwan na noite de terça-feira 

A presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, desembarcou em Taiwan na noite de terça-feira (2), desafiando dias de advertências cada vez mais severas da China que aumentaram as tensões entre as duas superpotências globais. Imagens de televisão ao vivo mostraram a legisladora de 82 anos que desceu de um avião militar dos EUA no Aeroporto Songshan de Taipei, e foi recebida pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu.

"A visita de nossa delegação do Congresso a Taiwan honra o compromisso inabalável dos Estados Unidos em apoiar a vibrante democracia de Taiwan", disse Pelosi momentos após o pouso de seu avião. Afirmou também que sua viagem "de forma alguma" contradiz a política oficial dos EUA, que reconhece "uma China" e não reconhece oficialmente Taiwan como um Estado independente. 

Pequim, que considera Taiwan uma província rebelde, criticou as ações "extremamente perigosas" dos Estados Unidos. "Os Estados Unidos constantemente distorcem, obscurecem e esvaziam a política de 'Uma China'", disse o Ministério das Relações Exteriores de Pequim em comunicado após o avião de Pelosi aterrissar em Taiwan. "Esses movimentos, como brincar com fogo, são extremamente perigosos. Aqueles que brincam com fogo perecerão com isso".

Aviso da China

Mais cedo, a China advertiu que o governo dos Estados Unidos "pagaria o preço" se a presidente da Câmara visitasse Taiwan durante sua viagem pela Ásia. Pequim considera Taiwan parte de seu território que deve ser reunificado, inclusive pela força se necessário, e advertiu que encararia uma visita de Pelosi à ilha como uma provocação. Pelosi é a principal autoridade americana a visitar Taiwan desde Newt Gingrich, então presidente da Câmara de Representantes, em 1997.

"Estados Unidos carregarão a responsabilidade e pagarão o preço por minar a soberania e a segurança da China", disse à imprensa a porta-voz da diplomacia da China, Hua Chunying. O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, afirmou que o "abuso de confiança dos Estados Unidos sobre a questão de Taiwan é desprezível", em um comentário publicado no site do ministério e que não menciona Pelosi.

Rússia se solidariza com a China

A Rússia expressou "solidariedade absoluta" a sua aliada China, um gesto que responde ao fato de Pequim ter se recusado a condenar a invasão russa da Ucrânia. "Tudo o que está relacionado com esta viagem e uma possível visita a Taiwan é pura provocação. Isto agrava a situação na região e aumenta as tensões", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Embora a Casa Branca enfrente uma situação delicada com a viagem, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse que Pelosi "tem o direito" de visitar Taiwan. "Não há motivo para que Pequim transforme uma possível visita, coerente com a política americana há tempos, em uma crise", insistiu

Kirby citou relatórios do serviço de inteligência segundo os quais a China prepararia possíveis demonstrações de força militar que poderiam incluir o lançamento de mísseis no Estreito de Taiwan ou incursões de "grande escala" no espaço aéreo taiwanês. Diante do cenário, o ministério da Defesa de Taiwan afirmou nesta terça-feira que o território está "decidido, capaz e confiante" de que conseguirá proteger a ilha das crescentes ameaças da China.

Kirby recordou que Pelosi viaja em um avião militar e que, embora Washington não tema um ataque direto, isto"aumenta os riscos de um erro de cálculo".  Ele reiterou que a política americana não mudou a respeito de Taiwan.

Isto significa o apoio ao governo autônomo taiwanês, ao mesmo tempo que reconhece Pequim acima de Taipé e se opõe a uma declaração formal de independência por parte de Taiwan ou a uma tomada pela força por parte da China.

AFP e Correio do Povo

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