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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

ENDIVIDAMENTO EXCESSIVO É PROBLEMA DO FINANCIADOR - Gilberto Simões Pires

 ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS

No dia 28/12, o Banco Central informou que a parcela da renda das famílias, acumulada nos últimos 12 meses, COMPROMETIDA COM DÍVIDAS com o SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (leia-se -bancos-) alcançou 49,7%, percentual recorde de toda a série, iniciada em 2005. Ontem, 18/01, a Confederação Nacional do Comércio divulgou o resultado da Pesquisa de ENDIVIDAMENTO e -INADIMPLÊNCIA- das famílias, informando que em 2021 o endividamento TOTAL atingiu 70,9%, com crescimento de 4,4 pontos percentuais sobre 2020, o maior aumento registrado nos últimos 11 anos, quando começou a série histórica.


MODO -PÂNICO-

Pois, antes que os leitores entrem em MODO -PÂNICO-, com as costumeiras NARRATIVAS da MÍDIA ABUTRE, é importante observar que apesar do AUMENTO DO ENDIVIDAMENTO, os indicadores de INADIMPLÊNCIA apresentaram QUEDA NA MÉDIA ANUAL. Segundo o levantamento, 25,2% das famílias afirmaram estar com contas em atraso, ou seja, 0,28 pontos percentuais a menor que no ano anterior, quando 25,5% dos entrevistados faziam parte desse grupo.


RENEGOCIAÇÃO DAS DÍVIDAS

Como bem informa a pesquisadora da CNC, Izis Ferreira, ENDIVIDAMENTO é todo e qualquer compromisso financeiro do futuro, como cartão de crédito, empréstimos, contas de luz, prestações, etc. Já a INADIMPLÊNCIA é quando o consumidor possui alguma dessas dívidas em atraso. E neste quesito -INADIMPLÊNCIA- o número de famílias sem condições de pagar as dívidas que estão em atraso está em 10,5%, com redução de 0,56 pontos percentuais, frente aos 11% registrados em 2020. Detalhe importante: a RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS, assim como, o maior controle dos gastos, proporcionaram condições para que as famílias ampliassem tanto o ENDIVIDAMENTO quanto o CONSUMO, com capacidade de pagamento.


RETORNO AO CONSUMO

O que precisa ser dito e repetido é que o ANO DE 2021 foi marcado pelo RETORNO AO CONSUMO, que por sua vez e ímpeto promoveu um extraordinário AUMENTO DOS PREÇOS RELATIVOS. Estes dois fatores, como bem lembra Izis influenciaram diretamente os indicadores de endividamento, mas com motivações distintas para famílias com renda até 10 salários-mínimos, e famílias com renda acima de 10 salários-mínimos. - “Nas famílias mais pobres, o endividamento aumentou para complementar a renda, já que a -inflação- de itens básicos, como alimentação, medicamentos e habitação foi maior. Para os mais ricos, durante o primeiro ano de pandemia, eles pouparam, pois não estavam consumindo os serviços, por conta das restrições. Depois da segunda onda, com a vacinação, as flexibilizações geraram um aumento no consumo, e consequentemente no endividamento, já que essa faixa de renda mais alta usa muito o cartão de crédito como meio de pagamento.”, explica a pesquisadora.


CATEGORIAS DE DÍVIDAS

Mais, a pesquisa revela que dentro das categorias de dívidas, o uso do CARTÃO DE CRÉDITO chegou a 82,6%, sendo o principal tipo de endividamento, e também o maior número na média histórica. Em segundo lugar, vêm os CARNÊS, sendo usado por 18,1% dos entrevistados, seguido por FINANCIAMENTO DE CARRO, com 11,6% e FINANCIAMENTO DE CASA, com 9,1% dos entrevistados.


RISCO

Tudo leva a crer que a INADIMPLÊNCIA deverá crescer, a considerar que em dezembro o indicador de CONTAS EM ATRASO atingiu 26% das famílias. Isto não significa, como aponta o estudo, que a situação venha a ficar -fora de controle-. Entretanto, quem deve se preocupar é quem CONCEDE CRÉDITO. Todo financiador deve saber do RISCO QUE CORRE quando resolve aprovar e conceder crédito. Isto vale para bancos, empresas comerciais e todos aqueles que entregam seus produtos e prestam serviços com a promessa de receber mais adiante.  


Pontocritico.com

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