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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Cirurgião plástico gaúcho é indiciado por estupro e assédio sexual contra mais de 20 mulheres

 


A Polícia Civil encaminhou ao Ministério Público (MP), nesta quinta-feira (12), os inquéritos da investigação sobre os crimes de assédio sexual e estupro supostamente cometidos contra 21 pacientes pelo cirurgião-plástico gaúcho Klaus Brodbeck, 54 anos. Preso preventivamente desde o mês passado, ele deve ser indiciado também por coagir testemunhas.

Chama a atenção o número de mulheres diretamente atingidas pela conduta do médico: mais de 100 relataram ter sofrido abuso e ao menos 24 se apresentaram para contar o que sabiam.

Ainda no que se refere às vítimas, muitas não poderão processar o agressor por que o crime prescreveu. Além disso, algumas delas residem fora do Rio Grande do Sul, portanto fora da jurisdição dos investigadores do Estado: há relatos que chegam de Estados como Santa Catarina, , São Paulo e Minas Gerais.

Segundo a Polícia Civil, os detalhes fornecidos pelas vítimas têm sido convincentes, deixando claro que o cirurgião plástico extrapolou os limites aceitáveis da conduta adequada de um profissional da saúde.

Nos próximos dias, a Promotoria responsável pelo caso no MP deve se manifestar sobre as conclusões do inquérito, com três caminhos possíveis a partir de então: a denúncia do investigado à Justiça, um pedido de apuração complementar ou o arquivamento do processo.

A namorada de Klaus, que não está presa, foi incluída no processo e deve responder por também constranger e ameaçar vítimas. Ela chegou a divulgar vídeos nas redes sociais, com mensagens prometendo retaliação a quem procurasse as autoridades para depor contra ele.

Ela também se manifestou de forma considerada ofensiva à Policia Civil e aos investigadores do caso – fato que acabou contribuindo para a prisão preventiva do investigado.

Tanto ele quando a parceira negam as acusações. Conforme os advogados de defesa, as denúncias envolvem tentativa de extorsão, sentimento de vingança por procedimentos estéticos com os quais elas não ficaram satisfeitas. Também sugere que várias delas teriam combinado seus depoimentos para incriminar o médico.

Solicita, ainda, que seja concedida liberdade ao cirurgião-plástico enquanto ele responde ao processo, a fim de evitar problemas de saúde por conta do fato de ele sofrer de diabetes. Por fim, argumentam que a namorada agiu por impulso emocional ao ameaçar possíveis depoentes, sem intenção de atingir qualquer pessoa.

Relembre

Os casos começaram a ganhar holofotes exatamente há um mês, no dia 13 de julho – a prisão foi realizada três dias depois, em uma residência que possui na cidade de Gramado (Serra Gaúcha). Em seguida, foi a vez da namorada ser detida para esclarecimentos.

E se no início eram 12 mulheres a denunciar Klaus, em duas semanas esse contingente chegou a mais de 100 na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), encarregada da investigação. “Há provas contundentes, incluindo exames e perícias de outros inquéritos que estavam em andamento na Operação”, declarou recentemente a titular da unidade, Jeiselaure Souza.

Em âmbito profissional, ele já havia sido alvo de mais de 20 processos internos pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) ao longo das últimas duas décadas. Mas em pelo menos 15 dessas sindicâncias, o desfecho foi a absolvição ou o arquivamento das denúncias, inclusive no Conselho Federal da atividade.

Já no começo deste mês, o cirurgião finalmente foi punido pelo órgão de classe com a interdição cautelar. Com essa medida, fica impedido de exercer a profissão por um ano, ou até que o caso seja encerrado.

O Sul

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