AdsTerra

banner

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Marchezan cita plano para ampliar leitos de UTI, mas alerta para limite da estrutura em Porto Alegre

Prefeito considera decreto como um sinal para a sociedade de que as pessoas precisam ficar em casa

Marchezan reitera risco de Porto Alegre ter mortes sem atendimento por Covid-19

Após a publicação de um novo decreto com medidas mais drásticas para conter a expansão do novo coronavírus em Porto Alegre, o prefeito Nelson Marchezan Júnior falou nesta segunda-feira sobre a iniciativa que, entre outras coisas, proibiu o funcionamento de salões de beleza, academias e do Mercado Público. A medida também interditou parques na Capital. Marchezan relatou que a cidade tem um plano de contingência para aumento de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) contra a Covid-19, mas alerta que há um limite na estrutura. 
"A gente tem feito diariamente o aumento da disponibilização de leitos. Temos um plano de contingência para UTIs de Covid-19, onde vamos ampliando conforme a necessidade. Começamos pelos hospitais federais, o Clínicas e o Conceição e depois buscamos hospitais privados que têm equipamentos públicos, como é o caso do Hospital Parque Belém. Tudo para que a gente possa abrir mais vagas no Hospital Conceição. Só que há um investimento por trás disso porque estes leitos são fechados, eles precisam de separação física para evitar a contaminação de outros pacientes. Agora avançamos à primeira fase com a aquisição de leitos na Santa Casa e passamos a pagar por isso e vamos usar, se a necessidade for essa, leitos em outros hospitais. É um planejamento, mas temos um limite de estrutura, sendo que 30% dos leitos de UTI são ocupados por uma única doença: coronavírus. E estamos diante de uma pandemia, por isso a necessidade do bloqueio das atividades e da restrição de circulação", afirmou Marchezan. 
O prefeito salientou que Porto Alegre ainda corre risco de perder pacientes para a Covid-19 sempre prestar o atendimento necessário contra a doença. "É compreensível que as pessoas se cansem do isolamento, que fiquem irritadiças, mas não podemos perder a racionalidade e passar para a agressão, buscando responsáveis. O culpado é o vírus e tudo que nós pudermos fazer para evitar mortes nós iremos fazer. O que nós precisamos fazer é mandar um sinal para a sociedade e este sinal é que estamos correndo o risco de ter pessoas morrendo sem atendimento. É um sinal para que as pessoas fiquem em casa e até por isso falo que precisamos da colaboração dos grandes empresários e das grandes empresas que entendam o momento e orientem seus trabalhadores. Eles são grandes influenciadores", disse Marchezan em entrevista à Rádio Guaíba. 
Marchezan recordou o período em que Porto Alegre teve uma estabilização na expansão da Covid-19, segurando a demanda por leitos de UTI a partir de 10 de abril. "E a partir daí a gente passou dois meses com uma demanda estabilizada e com base nisso nós retomamos várias atividades. A última liberação ocorreu no final de maio e em junho tivemos uma aceleração na solicitação de unidades de tratamento intensivo. Infelizmente, todas as nossas projeções se concretizaram e hoje temos 175 leitos de UTI ocupados em Porto Alegre. Mais do que isso, o que nos preocupa é a velocidade de crescimento por pedidos de leitos e só poderemos parar com isso com novas restrições", explicou. 
De acordo com o prefeito, o leito de UTI não é algo que vire uma propriedade da prefeitura. "A gente contrata leitos de UTI em hospitais da cidade e isso tem um custo de R$ 2,7 mil por dia. Agora, é preciso dizer que nenhum lugar do mundo teve estrutura para suportar a demanda por leitos de UTI. A Itália, a Espanha, o Reino Unido e os Estados Unidos não conseguiram controlar isso por conta de uma pandemia descontrolada. Não tem como parar com isso sem afetar a circulação de pessoas", argumentou. 

Mudanças a partir desta terça-feira

Mercado Público e Mercado Bom Fim – Determinado o fechamento, sendo permitido apenas o sistema de delivery (tele-entrega); fica permitido para os estabelecimentos do ramo de alimentação com acesso externo o funcionamento também pelo sistema pague e leve (take away). Fica permitido o funcionamento das lotéricas com acesso externo e um cliente para cada atendente.
Super e hipermercados – Controle de acesso na entrada, lotação máxima de 50% do estabelecimento e do estacionamento, além de recomendação para que apenas uma pessoa por família acesse o estabelecimento.
Academias – Proibido funcionamento, inclusive em shopping, condomínios e clubes sociais, salvo apenas para treinamento físico de atletas profissionais contratados.
Comércio e serviços – Somente estão autorizados a funcionar o comércio e os serviços considerados essenciais e os expressamente permitidos pelo art. 13 do decreto 20.625. Ficam fechados salões de beleza e barbearias, comércio e serviço de chips e aparelhos telefônicos e comércio de veículos.
Ferragens e comércio de materiais de construção – Podem abrir com equipes reduzidas e com restrição do número de clientes, na proporção de um cliente para cada atendente, sendo vedada a formação de filas, internas e externas, e a aglomeração de pessoas.
Missas e cultos – Atividade só pode acontecer por meio de captação audiovisual, com o ingresso no estabelecimento apenas da equipe técnica.
Parques e praças – Está vedado o acesso ao público dos parques Moacyr Scliar, Chico Mendes, Germânia, Gabriel Knijnik e Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia). O comércio de ambulantes em parques e praças também fica proibido.
Estacionamentos públicos – Estão fechados desde o último sábado os bolsões e estacionamentos públicos. Quem transpor os bloqueios será multado R$ 195,23 e terá cinco pontos acrescidos na Carteira Nacional de Habilitação.
Área Azul – Quem estacionar entre as 7h e 19h em uma das 5 mil vagas da Área Azul será multado em R$ 195,23, cinco pontos na CNH e remoção do veículo. As vagas em torno de hospitais continuarão em operação.
Vale Transporte – Os vales-transportes dos funcionários das atividades suspensas pelo decreto serão bloqueados a partir de quinta-feira, dia 9, e os ônibus não aceitarão pagamento em dinheiro entre as 6h e 10h.
Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário