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terça-feira, 8 de outubro de 2019

EUA começa retirada de tropas entre Síria e Turquia

Washington não deve se opôr sobre intervenção turca na região

Turquia anunciou ofensiva contra milícias curdas que atuam na fronteira

Turquia anunciou ofensiva contra milícias curdas que atuam na fronteira | Foto: Kena Betancur / Getty Images North America / AFP / CP Memória

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As forças dos Estados Unidos no Norte da Síria iniciaram nesta segunda-feira sua retirada das zonas próximas da fronteira com a Turquia, o que abre caminho para uma ofensiva militar turca contra milícias curdas e aviva o temor sobre o retorno dos jihadista à região. As Forças Democráticas Sírias (FDS), aliança de combatentes curdos e árabes, anunciaram em um comunicado que as "forças americanas se retiravam das zonas de fronteira com a Turquia", ao mesmo tempo que a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) confirmou uma retirada das tropas dos Estados Unidos de posições importantes em Ras al Ain e Tal Abyad.
O governo dos Estados Unidos anunciou nesse domingo à noite que a retirada permitirá à Turquia realizar "em breve" uma incursão militar "prevista há algum tempo no Norte da Síria". O presidente turco Recep Tayyip Erdogan afirmou nesta segunda-feira que o exército do país está pronto para iniciar a qualquer momento as operações contra milícias curdas na Síria, após o anúncio de Washington de que não vai apresentar oposição à intervenção.
"Há uma frase que sempre usamos: podemos chegar a qualquer noite, sem aviso", disse Erdogan à imprensa. A Turquia está decidida a "limpar" o norte da Síria de "terroristas" que ameaçam sua segurança, declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu. "Estamos decididos a proteger nossa segurança limpando esta região de terroristas", insistiu Mevlüt Cavusoglu.
A Turquia classifica como "terroristas" as milícias curdas da Síria, por seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização curda que protagoniza uma guerrilha violenta no território turco desde 1984. A ONU afirmou nesta segunda-feira que se prepara para o pior na região Norte da Síria, após a retirada dos Estados Unidos e sua anuência a uma intervenção militar turca. "Não sabemos o que vai acontecer (...) nos preparamos para o pior", declarou o coordenador humanitário da ONU para a Síria, Panos Moumtzis, em uma entrevista coletiva em Genebra.

Ressurgimento do EI?

A situação reflete uma mudança de estratégia por parte dos Estados Unidos, que abandona os curdos, cujas milícias foram o principal aliado de Washington na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI). As FDS advertiram que uma operação turca provocaria o ressurgimento do EI e acabaria com "anos de exitosos combates" contra os jihadistas, uma declaração rejeitada por Ancara.
Alguns líderes do EI poderiam retornar, segundo as FDS, um cenário que também ameaçaria as prisões e os acampamentos que os curdos dirigem e que abrigam vários jihadistas e suas famílias. As FDS, apoiadas pela coalizão internacional antijihadista liderada por Washington, lutaram durante anos contra o EI e conquistaram em março seu último reduto na Síria, em Baguz.
"As forças dos Estados Unidos, depois de derrotar o califado territorial dos EI, não estarão mais na área imediata", afirma um comunicado divulgado pela Casa Branca no domingo. "As Forças Armadas dos Estados Unidos não apoiarão nem se envolverão na operação", completa a nota.
Erdogan havia afirmado na semana passada que a Turquia estava perdendo a paciência com Washington a respeito da criação de uma "zona de segurança" na Síria. E ameaçou com uma operação militar iminente. A "zona de segurança" deve ser criada entre a fronteira turca e as zonas sírias controladas pela milícia curda da Unidades de Proteção Popular (YPG), que integram as FDS.


AFP e Correio do Povo


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