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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

“AH, MAS SE NÃO FOSSE PELA CORRUPÇÃO…”

cn-conversabar

– Viu só? Aprovaram a PEC que estabelece o teto de gastos da União. Agora a inflação do ano anterior servirá como limitador do orçamento público federal para o período seguinte. Parece interessante, pois o endividamento estatal desmesurado gera expectativa de aumento de impostos e trava os investimentos privados, além de obrigar o governo a demandar mais crédito dos agentes emprestadores para quitar suas despesas – pressionando para cima a taxa básica de juros, o que, por sua vez, também empaca a produtividade nacional e gera desemprego…

Ah, mas se não fosse pela corrupção, nem precisava nada disso. O Brasil é um país muito rico, e se não fosse pela roubalheira, haveria dinheiro para isso tudo e ainda sobrava…

– E os estados também vão precisar estancar a gastança desenfreada, se quiserem renegociar suas dívidas com Brasília. Já não era sem tempo, visto que doze deles já preveem significativos rombos em suas contas em 2017, e em alguns a situação é de calamidade financeira, com empregados públicos recebendo salários parcelados (a gratificação natalina ainda é um sonho distante para muitos) e empresas públicas sendo extintas…

Ah, mas se não fosse pela corrupção, nem precisava nada disso. O Brasil é um país muito rico, e se não fosse pela roubalheira, haveria dinheiro para isso tudo e ainda sobrava…

– Também foi apresentada a proposta de reformulação da Previdência Social, visando aliviar a transferência de recursos obtidos por meio de impostos para cobrir o déficit entre recolhimentos e pagamentos efetuados. Está longe do ideal, visto que somente a criação de fundos individuais para cada trabalhador poderia solucionar os problemas criados por este sistema em que uma geração da população economicamente ativa financia a próxima, mas é melhor do que permitir que, em breve, todo o Tesouro Nacional seja direcionado quase que exclusivamente para pagamento de aposentadorias…

Ah, mas se não fosse pela corrupção, nem precisava nada disso. O Brasil é um país muito rico, e se não fosse pela roubalheira, haveria dinheiro para isso tudo e ainda sobrava…

– Também há previsão de que, até 2018, ocorram 34 leilões de concessões e privatizações, incluindo ativos em rodovias, ferrovias, terminais portuários, mineração, geração e distribuição de energia e saneamento básico. Claro que poderíamos ir muito além e transferir para a iniciativa privada toda e qualquer atividade produtiva que por ela pudesse ser desenvolvida – e neste conceito entrariam, claro, a Petrobrás e dezenas de estatais criadas nos últimos anos, que representam prejuízos bilionários para os cofres públicos…

Ah, mas se não fosse pela corrupção, nem precisava nada disso. O Brasil é um país muito rico, e se não fosse pela roubalheira, haveria dinheiro para isso tudo e ainda sobrava…

– Michel Temer diz que a reforma tributária será foco do governo em 2017, no intuito de tornar menos complexa e pesada a carga de impostos a que são submetidas as empresas nacionais – sem mencionar que, ao fim e ao cabo, quem paga esses impostos são os consumidores que estão na última ponta da cadeia produtiva, e para quem são repassados todos os custos de produção…

Ah, mas se não fosse pela corrupção, nem precisava nada disso. O Brasil é um país muito rico, e se não fosse pela roubalheira, haveria dinheiro para isso tudo e ainda sobrava…

– Bom, já que você refuta a necessidade de toda e qualquer reforma sob este mesmo argumento, então podemos pensar em medidas que visem reduzir a corrupção no país, especialmente restringindo o escopo de atuação do estado na atividade econômica. Os políticos e funcionários públicos só se vendem porque possuem privilégios para oferecer em troca, correto? Ou seja, a intervenção estatal na economia, em todas as esferas da administração pública, por meio de suas regulações, isenções fiscais direcionadas, empréstimos concedidos com juros muito abaixo dos praticados no mercado e inúmeros contratos superfaturados, gera um terreno fértil para que corruptos e corruptores operem e façam suas negociatas acontecerem. Além disso, também se faz necessário punir com rigor os malversadores do dinheiro obtido junto aos pagadores de impostos, aplicando penas severas àqueles que, junto a empresários que preferem lucrar às margens do livre mercado, encheram os bolsos de propinas; um deles, por sinal, era Presidente da República até 2010…

Ah, mas se não fosse pela corrupçMAS HEIN?

 

Por um Brasil sem Populismo!

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