O dólar subiu para R$ 3,53 e a Bolsa fechou em baixa nesta quinta-feira (6) em meio às turbulências provocadas pela divulgação de pesquisa Datafolha mostrando que a reprovação da presidente Dilma Rousseff (PT) superou as piores taxas registradas por Fernando Collor (1990-92) no cargo às vésperas de sofrer um processo de impeachment.
Novas derrotas do governo na Câmara dos Deputados também pesaram sobre a moeda americana, que registrou a sexta alta seguida e atingiu R$ 3,57 na máxima. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,12%, para R$ 3,533. Foi a maior cotação desde 5 de março de 2003, quando a moeda americana encerrou a R$ 3,555 —valor que, corrigido pela inflação, equivaleria hoje a R$ 5,44.
O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve valorização de 1,28%, para R$ 3,535, também no maior nível desde 5 de março de 2003, quando encerrou a R$ 3,554 —ou R$ 5,44, após correção pela inflação.
Das 24 principais moedas emergentes, apenas cinco perderam valor diante da divisa americana nesta quinta-feira —e o real sofreu a maior desvalorização.
O Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, fechou em baixa de 0,55%, para 50.011 pontos. A crise política pesa, mas Vale e Petrobras contiveram a queda do índice.
O levantamento Datafolha aumentou a instabilidade política e afetou o mercado nesta quinta, afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "Houve uma volatilidade bastante forte. A economia já não ajuda, não traz boas notícias, há aumento do desemprego, da inflação, dos juros americanos. Temos um cenário sombrio pela frente."
Para Eduardo Velho, economista-chefe da Invx Global Partners, a pesquisa pode aumentar as pressões políticas da oposição sobre a presidente Dilma. A rejeição à presidente subiu para 71%, ante 65% em pesquisa realizada na terceira semana de junho.
O grupo dos que consideram a atuação da petista ótima ou boa variou para baixo, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Em junho, 10% dos consultados pelo Datafolha mantinham essa opinião. Agora, são 8%.
"Quanto maior o desgaste de popularidade do governo, maiores as pressões por um impeachment. O Congresso sente o maior isolamento político do governo e o descontentamento dos partidos com a presidente. Isso eleva a probabilidade de assumirem uma posição contrária aos ajustes defendidos pelo governo", afirma Velho.
DERROTA
Na madrugada desta quinta-feira, o governo sofreu nova derrota na Câmara. Com apoio até do PT, o plenário aprovou o texto principal do primeiro item da "pauta-bomba" que ameaça o ajuste fiscal e que eleva o salário de parte da cúpula do funcionalismo público.
"Os políticos acham que estão atacando o governo e estão atacando a economia do país. Se o ajuste tivesse sido votado em abril, a gente poderia estar em uma situação totalmente diferente da que estamos hoje", afirma Galhardo, da Treviso.
As sucessivas derrotas no Congresso também podem levar o ministro Joaquim Levy (Fazenda) a pedir demissão, afirma Eduardo Velho, da Invx. "Ele seria como o diretor financeiro de uma empresa que está de mãos atadas. Quanto mais o cenário fiscal se deteriora, maior a probabilidade de que ele peça demissão. Aí sim ocorreria um choque cambial."
O Banco Central deu continuidade às intervenções no mercado cambial e vendeu 6.000 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Ao todo, a autoridade monetária já rolou o correspondente a US$ 1,167 bilhão, ou cerca de 12% do lote total, equivalente a US$ 10,027 bilhões. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo dia útil do mês, como de praxe, o BC rolará cerca de 60%.
Para Tarcisio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista, a autoridade monetária deveria aumentar suas intervenções no mercado cambial. "O real desvalorizado pressiona a inflação em um momento em que o Banco Central aumenta os juros do país justamente para conter a alta dos preços", diz. "Mas a alta dos juros não vai atrair o investidor, porque temos uma crise de credibilidade no país. Não é pela elevação dos juros que o BC vai segurar o dólar no país", diz.
Nos Estados Unidos, o número de novos pedidos de auxílio-desemprego subiu menos que o esperado na semana passada, sugerindo que as condições do mercado de trabalho continuam a se apertar.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 3.000, para 270 mil, segundo números ajustados sazonalmente, na semana encerrada em 1º de agosto, informou o Departamento do Trabalho dos EUA nesta quinta-feira. O número de pedidos para a semana anterior não foi revisado.
BOLSA
O cenário político interferiu no desempenho da Bolsa nesta sessão, mas a alta de ações da Vale e da Petrobras impediu uma queda maior do Ibovespa.
Os papéis preferenciais da mineradora Vale subiram 1,82%, para R$ 15,67. As ações ordinárias tiveram alta de 3%, para R$ 19,58. A valorização ocorreu apesar da queda dos preços do minério de ferro no exterior. A commodity caiu 0,67%, para US$ 56,40.
As ações da Petrobras, que abriram em baixa, se recuperaram e subiram nesta quinta-feira, antes da divulgação do balanço da companhia. As ações mais negociadas da empresa tiveram alta de 3,10%, para R$ 10,32, enquanto as ações com direito a voto registraram avanço de 4,28%, para R$ 11,46.
Ações de bancos fecharam sem tendência. Os papéis do Itaú Unibanco caíram 0,38%, para R$ 29,04, enquanto as ações do Banco do Brasil cederam 2,76%, para R$ 21,10. Os papéis preferenciais do Bradesco se valorizaram 0,19%, para R$ 26, e os ordinários caíram 0,37%, para R$ 27,14.
As ações da Braskem lideraram as altas do Ibovespa após a petroquímica anunciar lucro lucro líquido de R$ 1,05 bilhão no segundo trimestre, forte aumento ante o resultado positivo de R$ 124 milhões registrado um ano antes e apoiado em ganhos cambiais e crescimento da receita. Os papéis fecharam o dia com avanço de 6,55%, para R$ 13,50.
Fonte: Folha Online - 06/08/2015 e Endividado
Impostômetro em R$ 1,1 trilhão
São Paulo – O total de impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros neste ano alcançou R$ 1,1 trilhão neste sábado, de acordo com o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). No ano passado, o mesmo valor foi atingido no dia 30 de julho, 12 dias depois, o que mostraria o aumento da carga tributária brasileira. Para o presidente da ACSP, Alencar Burti, a antecipação em relação a 2014 é explicada também pela elevação de preços: “O aumento é apenas nominal e não real e é explicado pela alta de preços e não pelo crescimento da atividade econômica”.
Fonte: Correio do Povo, página 5 de 19 de julho de 2015.
Incentivo à agricultura familiar
Um acordo firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e uma organização não governamental (ONG) vai dar maior suporte para a produção e o consumo de alimentos vindos da agricultura familiar e de assentamento rurais brasileiros. A meta do convênio é preservar e valorizar aqueles produtos alimentares que são típicos do país. Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, esse termo de cooperação é importante no sentido de consolidar a segurança alimentar e nutricional do povo brasileiro. Consta do protocolo o intuito de estimular para que alimentos mas saudáveis sejam produzidos, isso tudo contando com o apoio técnico da Agência Técnica e Extensão Rural, além da divulgação da variedade alimentar do país, atualmente ainda pouco conhecida da população, seja na diversidade, seja na sua capacidade nutricional.
Hoje, a existência de grandes contingentes de pessoas aglomeradas nas cidades faz com as demandas aumentem muito em todos os segmentos, inclusive na alimentação, que deve ser cada vez mais saudável. O país é um grande exportador de produtos primários, como grãos, que são produzidos em larga escala. A tarefa de abastecer o mercado interno com alimentos de boa qualidade, com implicações na saúde preventiva, e de valores acessíveis à população acaba sendo cumprida pela agricultura familiar. É por isso que políticas públicas que fortaleçam o setor são estratégicas e fundamentais para o nosso desenvolvimento.
Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 26 de julho de 205, página 2.
Joseph Blatter renuncia ao COI
Além do recente anúncio de que não vai concorrer à reelição na presidência da Fifa, Joseph Blatter também renunciou ao lugar que tinha como membro do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ele não se apresentou a uma nova disputa para mais oito anos no cargo.
Fonte: Correio do Povo, página 19 de 4 de agosto de 2015.
Jornalismo e literatura, por Dilso José dos Santos
'” escrita é a incapacidade de ver o mundo sem as pontas dos dedos. É sentir a vida em braile enquanto dedilha (para ela) algumas composições.”
Sempre existirá o jornal. A arte, nem se fala. A literatura ganhou silhueta através dele (até o mundo recebeu novos pares de olhos por conta dessa união). A moça (a literatura), há tempos que já faz camada sob peles. As linhas ganharam força e acabaram por formar veias que percorrem, até hoje, os corpos das edições, cheirando a tinta fresca de impressão. Precisamos dele (do jornal, o físico). Tal como aquele pãozinho francês que parece fazer o sol acordar junto conosco. E, mesmo em termos de rapidez digital, faz-se necessária a medida, a credibilidade que organiza alguns fatos a partir de olhares mais calmos. Desses que sabem pensar e investigar todas as fontes antes de apertar OK perigoso da divulgação. O dia a dia precisa de faros apurados e de pessoas que sabem se expressar pelos dedos. De gente que não tenho medo da chuva ou do frio ao ser puxado por uma das pontas da vida, esta que exige todos os dias certa novidade para poder amarrar-se.
Sei que hoje dispomos de uma gama de informações. Mas até que ponto pode-se confiar nelas? O hábito de ler um jornal não se apaga por isso. Pois veja bem: visitamos nossas redes sociais. Pensamos com a ajuda do Google. Contudo, a imprecisão dos fatos ainda é um fantasma que perambula ao redor de todos, pelo menos dos que gostam de pensar pouco mais seriamente sobre as coisas. Não há certezas. Tente fabricar uma mentira, por exemplo. Exponha a peça no Facebook. Sei que em menos de um minuto será capaz até de atear fogo em uma casa que nem existe. Só que ela existirá, ganhará potência e velocidade. Tempo que pode ser perigoso e, em certos casos (como já se viu), fatal. Outro dia mesmo ouvi falar em um linchamento. Verdade? Não, engano. Só que a pessoa morreu. Eis o despreparo de quem não é e não tem compromisso profissional em colorir – cuidadosamente – alguns aspectos da mesma verdade.
Deixemos as invenções para a arte. Ela é quem sabe contar as melhores mentiras, tudo sem precisar danificar o mundo com isso (ela o engorda, deixa-o maior). Quanto aos fatos, há quem saiba apurar, sentir o momento e a hora certa de expor, sem danos, a notícia. Acho melhor.
Enfim, é certo, o jornalista busca: a literato inventa/”brincria”. Casamento perfeito. Ação e cor. Cor e ação. Coração. Tamborilar afinado por dois tambores que se animam pela mesma canção. É isso.
Professor e mestre em Letras
Fonte: Correio do Povo,edição de 2 de agosto de 2015, página 2.
Israel prende extremista
Violência contra palestinos motivou medida
Jerusalém – Os serviços de segurança israelenses anunciaram nesta segunda-feira a detenção de um líder judeu extremista. Meir Ettinger, primeiro indivíduo a ser preso após o incêndio criminoso que matou um bebê palestino na sexta-feira, na Cisjordânia ocupada. Segundo a imprensa israelense, ele seria o cérebro de um pequeno grupo responsável pelo incêndio em 18 de junho da Igreja de Multiplicação, às margens do lago Tiberíades, uma das principais do cristianismo.
Meir Ettinger, de 20 anos, é o neto de Meir Kahane, um rabino que fundou o movimento antiárabe Kach, assassinado em 1990 em Nova Iorque. No início de 2015 ele havia sido proibido de entrar na Cisjordânia pelo período de um ano, assim como em Jerusalém, “em razão de suas atividades”. Nos últimos dias, Meir Ettiger negou, em seu blog, a existência de uma “rede clandestina judaica” e justificou o ataque contra o “pecado” que representa segundo ele, a existência de igrejas e mesquitas qualificadas como “lugares de culto pagão”.
De acordo com a imprensa local, Ettinger pode ser colocado em detenção administrativa por vários meses em função do endurecimento da política anunciada pelo governo contra os “terroristas judeus”. A detenção administrativa, comumente utilizada contra palestinos, pode agora ser aplicada a judeus caso as provas reunidas não sejam suficientes para justificar o início de um processo judicial, ou se os suspeitos se recusarem a falar durante os interrogatórios.
A Polícia israelense também abriu uma investigação sobre as ameaças postadas nas redes sociais contra o presidente Reuven Rivlin, que condenou o “terrorismo judeu”, anunciou seu porta-voz nesta segunda-feira. No mesmo dia do ataque contra a família palestina, Rivlin publicou em sua página no Facebook um texto em árabe e em hebraico intitulado “Mais do que vergonha, sinto dor”. “A dor do assassinato de um bebê, a dor de ver meu povo escolher o caminho do terrorismo e perder sua humanidade”, escreveu ele.
Fonte: Correio do Povo, página 7 de 4 de agosto de 2015.
Israelenses são sequestrados
Jerusalém – Israel afirmou nesta quinta-feira que os dois de seus cidadãos estão sequestrados em Gaza, um deles pelo Hamas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em um comunicado que considera o “Hamas responsável pelo bem-estar dos homens”. Nem o Hamas nem o seu braço armado – as brigadas Ezedin al Qasam – fizeram qualquer comentário oficial.
Fonte: Correio do Povo, página 8 de 10 de julho de 2015.
Focus prevê alta de 9,23% no ano
Brasília – Pela 15ª semana seguida, os mais de cem economistas das instituições financeiras consultadas pelo Banco central, por meio do relatório focus, aumentaram a previsão para a inflação deste ano, que passou de 9,15% para 9,23%. Houve piora também na previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Os analistas estimam agora que a economia brasileira passe por uma contração de 1,76% neste ano, ante 1,7% previsto na semana anterior.
Fonte: Correio do Povo, página 4 de 28 de julho de 2015.
Juros da dívida grega podem ser reduzidos
Alternativa será possível, mas somente depois da primeira revisão do acordo
Berlim – A chanceler alemã Angela Merkel disse ontem à TV pública alemã ARD que é possível discutir uma redução nos juros e um prazo maior para a dívida da Grécia. Mas condicionou a alteração do cronograma de pagamento das parcelas e a redução da taxa de juros da dívida da Grécia ao cumprimento das exigências do novo pacote de resgate concedido pelos credores. Segundo observou Merkel, somente depois que a primeira revisão do acordo for realizada – e desde que seja bem-sucedida – será possível discutir o alívio nas condições para o país pagar os seus débitos. Merkel, no entanto, descartou a possibilidade de um perdão parcial da dívida, uma das principais reivindicações dos políticos gregos. Os bancos gregos reabrem hoje após três semanas. Os saques ainda estão limitados e o controle do capital continua em vigor.
A chanceler sinalizou que somente se o país saísse da zona do euro seria possível tratar da questão. O abatimento de parte do endividamento grego, que chegava a R$ 320 bilhões de euros (R$ 1,1 trilhão) antes do novo pacote de resgate, é defendido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para quem a dívida atual é considerada insustentável.
Merkel prometeu “negociar duro” para assegurar que Atenas cumpra os acordos. “Já foi dado um alívio à Grécia (em 2011). Tivemos uma redução da dívida por parte dos credores privados e então estendemos os prazos e reduzimos os juros”, lembrou o chanceler. 'Podemos falar sobre essas possibilidades de novo. Mas não agora, somente depois da revisão do acordo”, acrescentou.
O governo de esquerda da Grécia concordou em aumentar impostos, reformar o sistema de aposentadorias e privatizar estatais em troca de uma ajuda de 86 bilhões de euros (R$ 309 bilhões) nos próximos três anos. O novo pacote, além de não conter qualquer tipo de perdão, impõe pesadas condições aos gregos, com medidas de “aperto” econômico que não apenas Atenas tinha prometido não adotar, mas que também foram recusadas por 61% da população em um referendo.
O novo plano ainda não foi concluído, mas já vem sendo criticado por atores-chave do acordo, que duvidam de suas possibilidades de êxito. Logo depois de o acordo ter sido assinado, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, se referiu ao tratado como um texto no qual ele mesmo não acredita. O ministro grego da Economia, Euclide Tsakalotos, se manifestou na mesma linha. “Não sei se tomamos a decisão correta”, assinalou.
Fonte: Correio do Povo, página 4 de 20 de julho de 2015.
Palácio teve festas e reuniões
Inaugurado em abril de 1954 pelo então governador do Estado, Ernesto Dornelles, o Palácio das Hortênsias já teve seus anos de glória, quando era local de descanso do chefe do Executivo estadual. Na época, e em muitos anos seguintes, o palácio foi palco de solenidades oficiais e de reuniões do secretariado. Recentemente, o local foi usado durante alguns dias pelo ex-governador Tarso Genro (PT) e pela ex-governadora Yeda Crusius (PSDB).
O prédio original, um antigo casarão de madeira, no entanto, foi substituído nos anos 1980 e reinaugurado em 1983. À época, a família Sopher doou o seu Solar instalado em Porto Alegre, de arquitetura portuguesa, que foi desmanchado e remontado peça por peça no local que deverá ser vendido agora pelo governo do Estado.
Fonte: Correio do Povo, página 4 de 23 de julho de 2015.
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