Jéssica
Mello
O Hospital São Camilo, de Esteio,
teme o fechamento de serviços nos próximos meses. A instituição,
que atende apenas pelo SUS, deve começar a trabalhar em parceria com
a Fundação Getúlio Vargas, de Sapucaia do Sul, para não deixar a
população da região sem atendimento. As cirurgias de urgência e a
traumatologia ficarão com a equipe de Sapucaia, enquanto Esteio será
responsável pela assistência pediátrica. A expectativa é reduzir
R$ 130 mil mensais. “Essas medidas têm efeito momentâneo.
Precisamos de ações mais concretas e que o Estado puxe para si a
responsabilidade pela suspensão dos serviços”, diz a diretora
administrativa, Tatiane Dela Pase.
Na terça-feira, os dirigentes da
instituição foram à Secretaria Estadual de Saúde (SES) em busca
de posicionamento. “Precisamos de certezas, mesmo que seja de
cortes, para nos planejar e diminuir gastos. O que não pode é
ficarmos sem saber quando e quanto vamos receber”, alega.
A empresa que realiza exames anunciou
que suspenderá os atendimentos caso não haja pagamento. No local,
são realizados mensalmente, em média, 554 ecografias, 2,4 mil raios
X e 327 tomografias. 'A suspensão do serviço inviabiliza o
atendimento no hospital”, ressalta o diretor técnico, Marcelo
Saldanha.
Além do repasse de novembro de mais
de R$ 1 milhão, a instituição afirma não ter recebido R$ 1,7
milhão em junho e não tem previsão de contar com R$ 3,7 milhões.
“Este é um momento desesperador para a saúde pública. Estamos
com dívidas de dois meses e redução nos repasses, mas não sabemos
até quando conseguiremos segurar.” O hospital teve corte de 60%
dos repasses e os pagamentos são feitos com atraso. “Se não fosse
o adiantamento do município, não conseguiríamos manter a folha de
pagamento em dia, mas estamos em atraso com fornecedores,
terceirizadas, médicos e anestesistas autônomos”, explica
Tatiane.
Em 2014, o hospital investiu R$ 600
mil na expansão da UTI Neonatal, que passou de cinco para dez leitos
e de sete para 15 (atendimento intermediário). Os espaços nunca
foram usados. A instituição faz parte da Rede Cegonha. Um contrato
temporário seria feito com o Estado para viabilizar o serviço.
Segundo a SES, “os novos serviços precisam da habilitação do
Ministério da Saúde”.
Fonte: Correio do Povo, página 14 de
9 de julho de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário