O
deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RS) esteve em Porto Alegre e por
onde ele anda a imprensa anda atrás em busca de declarações
bombásticas e de posicionamentos em favor das minorias. Não foi
diferente desta vez. O deputado que ganhou fama com ex-BBB (que país
este nosso com suas celebridades televisivas!) veio defender a
liberação da maconha, “como forma de combater o crime
organizado”.
Aproveitou
para criticar a aprovação do Plano Municipal de Educação sem ter
incluído a discussão sobre a tal identidade de gênero que tira da
família, na prática, o pátrio poder da educação sexual de seus
filhos, deixando que a escola se encarregue de dizer a uma criança
que ela pode escolher o seu sexo.
O
que pouca gente conhecer é um projeto do ex-BBB que é mais um
ataque à família brasileira. Trata-se do projeto de lei 5.002/13,
de sua autoria em parceria com a deputada Erika Kokay (PT-DF), que
obriga o SUS e os planos de saúde no custeio de tratamentos
hormonais e cirurgias de mudança de sexo para maiores de 18 anos e
também a sua liberação da alteração do prenome, sem necessidade
de autorização judicial. Até aí, tudo bem. A democracia permite
tais propostas legislativas.
Agora
o absurdo: o deputado Wyllys e sua colega petista querem que menores
de 18 anos também sejam “beneficiados” pelo projeto (tratamento
pelo SUS, mudança de sexo e de prenome) desde que seus pais façam
um requerimento às devidas instâncias que cuidam desses assuntos.
Se
os pais não concordarem, o adolescente poderá recorrer à
assistência da Defensoria Pública para autorização judicial,
mediante procedimentos sumaríssimos, que devem levar em consideração
os princípios de capacidade progressiva e o interesse superior do
interessado.
Menores
de 18 anos no conceito daqueles parlamentares podem ser de qualquer
idade. Um menino de oito anos, por exemplo, pelo projeto, poderá
buscar sua mudança de sexo ou de prenome numa Defensoria Pública.
Os pais não terão chance de interferir, caso sejam contra a posição
do filho. É assim que pensa o deputado Jean Wyllys, uma estrela do
recente evento em Porto Alegre. Que figura! Que país este nosso
Brasil!
Estranho
silêncio (1)
Em
2013, o deputado João Campos (PSDB-GO) propôs uma moção de
repúdio a Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, por suas
declarações homofóbicas contra seu adversário Henrique Caprilles,
nas eleição presidencial.
Estranho
silêncio (2)
Maduro
declarava sempre que podia que Caprilles era gay e num comício ao
lado de sua mulher, disse em tom de deboche: “Eu sim tenho mulher,
escutaram? Eu gosto de mulheres”. Referia-se ao fato de Caprilles
ser solteiro e que, por isso mesmo, não poderia ser presidente da
Venezuela.
Estranho
silêncio (3)
Nenhum
deputado federal que defende a liberdade sexuall e ataca com
ferocidade a homofobia tratou de defender Caprilles da agressão
sofrida. É que todos – Jean Wyllys e outros parlamentares
ativistas – eram e são simpatizantes de Maduro. Isto significa
apenas o seguinte: os “nossos”, como Maduro, podem ser
homofóbicos, mas “eles” não.
O
mesmo em Cuba
A
turma que idolatra o homofóbico Maduro e por isso fica silente, age
da mesma maneira com relação a Cuba. Lá, os gays não têm direito
a qualquer legislação semelhante à existente no Brasil. O escritor
cubano gay Raynaldo Arenas jamais recebeu uma moção de
solidariedade das entidades brasileiras simpáticas a Cuba. Sua vida
foi retratada no filme “Antes que Anoiteça”.
Também
no Irã
Quando
o maluco do então presidente do Irã Mohmoud Ahmadinejad (amigão de
Lula) declarou que “não há homossexuais no Irã porque isso é
coisa da decadência ocidental”, o silêncio da militância e da
defensoria gay brasileira foi semelhante à paz dos cemitérios.
Barulho pela causa gay e seus direitos só no Brasil.
Fonte:
Correio do Povo, página 5 de 5 de julho de 2015.
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