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Renan: Legislativo não vai abrir mão de aprimorar ajuste fiscal
O Legislativo não vai abrir mão de aprimorar o ajuste fiscal proposto
pelo governo, afirmou hoje (24) o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), ao discursar para empresários e parlamentares. No início do
mês, o presidente do Senado devolveu ao Executivo a medida provisória
que reduz a desoneração da folha de pagamento. O presidente do Senado, Renan Calheiros, diz que o ajuste fiscal, como está, tende a não ser aceitoArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil “O
ajuste, como está, tende a não ser aceito pelo Congresso porque é
recusado pelo conjunto da sociedade, e o Legislativo é a caixa de
ressonância da população”, disse Renan, na abertura de evento da
Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O
presidente do Senado defendeu a negociação como padrão a ser seguido em
relação às medidas de ajuste como ocorreu, por exemplo, com a correção
da tabela do Imposto de Renda. “Não é imposição de um lado e muito menos
a rendição, de outro [lado]”, ressaltou.
“A desoneração da folha
de pagamentos foi importante para manter os empregos. É um erro, e não
seria o primeiro a querer ajustar as contas públicas em detrimento dos
mais pobres e em prejuízo do setor produtivo. O fim da desoneração, como
quer o governo, será um colapso no aumento da produtividade e do
emprego no Brasil”, acrescentou.
Renan disse que país vive um
momento “difícil” e “grave”. Ele reconheceu a necessidade de fazer o
ajuste fiscal, destacando que é preciso diminuir o tamanho do Estado
brasileiro e reduzir o número de ministérios. “Se aplaudimos
recentemente o [Programa] Mais Médicos, está na hora do programa menos
ministério. Vinte, no máximo”.
“A
lógica perversa de aumentar a receita através de impostos, tributos,
serviços públicos e combustíveis precisa ser substituída pelo corte de
custos do Estado brasileiro”, acrescentou o senador.
Ao fim do
discurso, Renan ressaltou que o Congresso Nacional está unido na defesa
do emprego, dos salários e da retomada do crescimento e informou que
negocia com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), a elaboração de uma pauta que priorize as urgências
nacionais, com tramitação privilegiada nas duas Casas do Parlamento.
ATRASOS NOS PAGAMENTOS DA
VENEZUELA ÀS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS SOMAM US$ 5
BILHÕES E DEVEM DOBRAR!
(BBC, 19) 1. O Brasil nunca
escondeu que viu na Venezuela socialista de Hugo Chávez, um mercado
atraente para suas empresas. "A presença da Venezuela no Mercosul
(...) abre oportunidades para várias empresas", disse a presidente
do Brasil, Dilma Rousseff, quando deu as boas vindas ao país vizinho
e rico em petróleo ao bloco regional em julho de 2012. E
vários números sugerem que a aposta brasileira valeu a pena.
Somente ano passado, o gigante sul-americano tinha em seu intercâmbio
comercial com a Venezuela um superávit 3,45 bilhões de
dólares. Para o Brasil, este saldo positivo foi o contra peso em sua
balança comercial total, que no mesmo ano de 2014 registrou seu
primeiro déficit anual neste século.
2.
Especialistas como Oliver Stuenkel, professor de relações
internacionais da Fundação Getulio Vargas, em São
Paulo, calculam que as empresas brasileiras têm contratos na
Venezuela na ordem dos 20 bilhões de dólares. Brasil e
Venezuela estreitaram as relações no âmbito dos
mandatos de seus ex-presidentes Lula e Chávez. "A questão
econômica (na Venezuela) é mais importante do que qualquer
fator político", disse ele. "O comportamento brasileiro até
hoje foi principalmente pautado por interesses econômicos".
3. As
empresas brasileiras têm uma ampla gama de atividades na Venezuela:
desde distribuição de alimentos e outros bens de consumo em
um mercado com graves problemas de escassez, até grandes obras de
infraestrutura. A construtora Odebrecht, por exemplo, tem uma dúzia
de projetos na Venezuela, incluindo a extensão do metrô de
Caracas, a colocação de uma ponte de 11,4 km sobre o Lago de
Maracaibo (oeste do país) e o desenvolvimento da central
hidrelétrica Tocoma (ao leste).
4. A queda dos preços
do petróleo é um dos fatores que dificultam os
negócios entre Brasil e Venezuela. Além disso, a lista de
produtos brasileiros exportados para a Venezuela é extensa: as
carnes bovinas têm um peso importante, mas também o leite, o
açúcar, a medicamentos, máquinas, shampoo,
lâminas de barbear... No entanto, as dificuldades dos importadores
venezuelanos para conseguir dólares provocaram atrasos
significativos no pagamento dos exportadores brasileiros, uma vez que
empresas brasileiras instaladas no país vizinho também
tiveram problemas para enviar fundos para suas matrizes.
5. A
Câmara de Comércio Venezuela-Brasil estimava no início
deste ano que os pagamentos em atraso somavam 5 bilhões de
dólares. Mas um oficial venezuelano, que falou sob a
condição de anonimato por ser um tema sensível, disse
à BBC que esses valores poderiam dobrar. No entanto, ele disse que
os atrasos de forma geral e os problemas de liquidez que causaram na
Venezuela o colapso dos preços do petróleo, provocaram uma
recente contração no comércio bilateral. As
exportações brasileiras para a Venezuela caíram 47%
nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo
período de 2014, enquanto o superávit comercial caiu 53%.
"Ninguém pode dizer que o impacto de um colapso venezuelano afetaria
apenas alguns setores da economia brasileira", disse Stuenkel. "Na
situação atual, com tantas notícias negativas, seria
outro fator que afetaria de forma muito negativa o quadro".
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