Moradores de Águas Claras, em Viamão, questionam estudo de impacto ambiental na região

 Grupo já vem alertando as autoridades desde a semana passada para o impacto que as obras podem vis a causar na comunidade e na economia da população que vive na região

Moradores estão mobilizados contra a conclusão das obras no local | Foto: Jamir Silva / Divulgação / CP


Contra a exploração e retirada de milhões de litros de água por parte da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) /Aegea, que atualmente está em obras na área rural de Águas Claras, em Viamão, moradores locais, mais uma vez se mobilizam neste final de semana para tentar frear as atividades da Companhia no local. Para este sábado, a partir das 13h30, está programada uma passeata com a participação de carros de som, integrantes dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), piquetes, jipeiros com concentração na parada 82. A caminhada segue até a parada 78. A finalidade é chamar a atenção para o impacto ambiental e econômico que o efeito das obras vai causar população local.

De acordo com o professor Jamir Silva, que integra a comissão de Moradores de Águas Claras, são três importantes aspectos que devem ser levados em consideração. "Não somos contra ao fato de levar água para outro local, mas desde que haja um plano de manejo adequado e se demonstre que não haverá um impacto ambiental. Isso não nos foi apresentado em nenhum momento. Além disso, estão sendo abertos entre seis e oito poços em área considerada de preservação ambiental, onde existem nascentes."

Conforme o professor, um dos pontos mais importantes é que é perigoso para a comunidade que reside na área o volume de água que deverá ser retirado do local com a conclusão da obra. "Hoje, a comunidade consome três milhões de litros de água por dia. A Corsan quer retirar de 47 milhões a 73 milhões de litros por dia. Isso é 26 vezes mais e vai causar não só um impacto ambiental como também econômico, pois vai afetar as produções agrícolas e pecuárias, como a produção de arroz, de soja, o gado leiteiro e muitas outras."

A Corsan informou que em dezembro de 2024 foi concluído o estudo ambiental da área, conduzido pela empresa especializada Water Services and Technologies. O documento comprovou a viabilidade hídrica da região e apontou que a abertura de poços tubulares profundos não compromete a disponibilidade de água, tampouco interfere nos poços já existentes.

O estudo foi entregue aos órgãos ambientais competentes, conforme exigência da legislação vigente. A Companhia realiza monitoramento hidrogeológico periódico e atua em conformidade com os protocolos ambientais estabelecidos pelos órgãos municipais, estaduais e federais.

Correio do Povo

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