Em telefonema, Lula e Putin falam sobre guerra na Ucrânia e Brics

 Conversa durou aproximadamente 40 minutos

Lula expressou a disposição do Brasil de contribuir para uma saída pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia | Foto: Ricardo Stuckert / PR / CP


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu um telefonema de seu contraparte russo, Vladimir Putin, neste sábado, 9, e ambos conversaram sobre o Brics e a guerra na Ucrânia. Lula expressou a disposição do Brasil de contribuir para uma saída pacífica para o conflito.

O telefonema entre os dois líderes ocorreu dias antes de uma reunião entre Putin e o presidente americano, Donald Trump, na próxima semana, no Alasca, visando encontrar um caminho para pôr fim à guerra iniciada há mais de três anos.

Durante a conversa, que durou aproximadamente 40 minutos, Putin 'compartilhou informações a respeito de suas discussões em curso com os Estados Unidos e os recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia', e 'agradeceu o empenho e interesse do Brasil nesse tema', segundo nota do Palácio do Planalto.

Lula 'enfatizou que o Brasil sempre apoiou o diálogo e a busca de uma solução pacífica e reafirmou que o seu governo está à disposição para contribuir com o que for necessário', acrescentou o comunicado.

Em outra nota, o Kremlin ressaltou que o presidente brasileiro 'expressou apoio aos esforços destinados a ajudar a resolver a crise ucraniana'.

Trump e Putin vão se encontrar em 15 de agosto no Alasca, estado americano próximo à Rússia, para tentar pôr fim ao conflito na Ucrânia, apesar das múltiplas advertências ucranianas e de países europeus de que Kiev deveria participar das negociações.

Ao anunciar a cúpula com Putin, Trump disse que 'haverá algum intercâmbio de territórios', mas horas depois, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse que 'os ucranianos não entregarão sua terra ao ocupante'.

O Palácio do Planalto lembrou que Brasil e China lançaram, em setembro de 2024, 'um grupo de amigos' para se colocar à disposição das partes quando quisessem discutir a paz. Desde que voltou ao poder, em 2023, Lula tem tentado mediar o conflito desencadeado pela invasão russa do território ucraniano, em fevereiro de 2022. Mas tem sido apontado por críticos de Moscou por equiparar o agressor ao agredido.

Lula mantém boas relações com seu contraparte russo e em 9 de maio inclusive participou, em Moscou, das comemorações do 80º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazista.

Ainda segundo o Kremlin, durante o telefonema, os dois chefes de Estado também 'confirmaram seu compromisso mútuo' em avançar nos laços bilaterais e no âmbito do BRICS, o bloco de 11 países emergentes, também formado por Índia, China e África do Sul.

AFP e Correio do Povo

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