Trump dobra tarifas para aço e medida afeta o Brasil

 Decreto entra em vigor nesta quarta-feira

Brasil, diretamente e via México, despachou 5,3 milhões de toneladas em 2024 | Foto: Unsplash / CP


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decreto dobrando as tarifas de importação sobre aço e alumínio, elevando de 25% para 50%. A medida entra em vigor nesta quarta e afeta as exportações do Brasil, segundo maior fornecedor de aço ao mercado americano. Grande parte do volume que desembarca nos Estados Unidos, cerca de 90%, é de material semiacabado, ou seja, placas. Siderúrgicas americanas importam esse tipo de aço e beneficiam o material para fabricação de automóveis, eletrodomésticos e máquinas e equipamentos.
O Brasil, diretamente e via México, despachou 5,3 milhões de toneladas em 2024. No ano passado só o Canadá havia superado o Brasil na venda de aço aos americanos. No caso do alumínio, a dependência dos EUA é menor. O país foi o destino de 15% das exportações de alumínio do Brasil em 2023. O principal comprador do alumínio brasileiro é o Canadá, que absorveu 28% das exportações desse produto naquele ano, segundo a Associação Brasileira do Alumínio.

O objetivo é "combater de forma mais eficaz os países que continuam a despejar excedentes de aço e alumínio a preços baixos nos Estados Unidos", diz o texto. "Aumentar as tarifas impostas previamente vai proporcionar mais apoio a essas indústrias e reduzir ou eliminar a ameaça à segurança nacional representada pelas importações de itens de aço, alumínio e derivados", acrescenta o decreto.

Trump anunciou essa decisão na semana passada, durante visita a uma fábrica da US Steel na Pensilvânia, um estado estratégico em termos eleitorais e berço da siderurgia americana.

O Canadá apresentou em março uma queixa perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a primeira leva de tarifas sobre o aço e o alumínio, com o argumento de que elas são "incompatíveis com as obrigações dos Estados Unidos" em matéria de comércio internacional, segundo a OMC.

*Com agências internacionais.

Correio do Povo

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