domingo, 9 de março de 2025

Maioridade da Feira de Agricultura Familiar na Expodireto

 Participação das agroindústrias na Expodireto de Não-Me-Toque se iniciou há 18 anos e em 2025 chega a 222 empreendimentos

Pavilhão da Agricultura Familiar é um dos atrativos da Expodireto 2025 | Foto: Maria Eduarda Fortes / CP Memória


Neste ano em que a Expodireto chega a um quarto de século, a Feira de Agricultura Familiar, um dos pontos mais visitados do parque de exposições de Não-Me-Toque, chega à maioridade. O pavilhão para abrigar as agroindústrias no Parque da Cotrijal foi construído em 2008.

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) não tem o número de participantes daquele ano, mas garante que, de lá para cá, o encontro de comercialização de produtos coloniais que representam a cultura gastronômica do Rio Grande do Sul só cresceu. Há 18 anos, a Expodireto recebeu cerca de 153 mil visitantes e fez negócios na casa dos R$ 268 milhões, já quebrando recordes na época.

O vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti, que exerce também o cargo de diretor de feiras da entidade, afirma que em 2025 o pavilhão que recebe a feira, nas proximidades do espaço da Emater/RS-Ascar dentro do parque, vai contar com 222 expositores que ocuparão 192 estandes, número semelhante de empreendimentos ao registrado no ano passado e que expressam a produção de 122 municípios gaúchos.

Quarenta e nove expositores participarão da feira pela primeira vez. Zanetti acredita que, por ser dedicado ao público em geral, o evento da agricultura familiar não vai enfrentar impactos na comercialização, decorrentes das dificuldades trazidas pela estiagem.

“Enfrentamos mais um ano de dificuldades, mas provavelmente os problemas serão mais sentidos nos grandes negócios, como na compra de máquinas”, ressalta Zanetti. Em 2024, a agricultura familiar teve faturamento histórico acima de R$ 3 milhões.

Em quase duas décadas de participação da agricultura familiar em Não-Me-Toque, um dos empreendimentos mais antigos e constantes no evento, que estreou no pavilhão em 2010, é a agroindústria Embutidos Weber, estabelecida no próprio município sede da Expodireto. Cristian, o pai, Ernani, a mãe, Dulce, e a irmã, Heidi, tocam juntos a fábrica que produz cinco mil quilos de derivados de carne suína, entre salames, linguiças, copa, bacon, torresmo e banha. O jovem conta que as receitas dos produtos têm origem dentro da própria família, que as desenvolve com o apoio técnico de um engenheiro de alimentos.

Na Expodireto, os Weber vão lançar o salame com borda de pimenta, mas levarão ao estande outros itens de seu portfólio, pois pretendem atingir a meta de uma tonelada de alimentos vendidos entre os dias 10 e 14 de março.

“A feira é muito importante para divulgar e agregar valor ao nosso produto”, afirma Cristian, que em 2019, em sua primeira participação na Expointer, em Esteio, venceu o 8º Concurso de Produtos da Agricultura Familiar, na categoria Salame.

Cristian relata que a empresa é habilitada pelo Sistema Unificado de Sanidade Industrial (Susaf), o que lhe permite vender a produção para todo o Rio Grande do Sul, mas entraves logísticos o impedem. "Hoje a gente distribui para a nossa região por falta de transportadora apta a levar nosso produto para municípios mais distantes", completa.

Correio do Povo

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