A Expodireto, em Não-Me-Toque, que começa nesta segunda, dia 10, está entre as exposições mais importantes do agronegócio gaúcho e nacional
Completando 25 edições, a Expodireto Cotrijal é festejada com orgulho entre os pioneiros do evento, que hoje é um dos principais momentos do calendário do agronegócio gaúcho e nacional. As comemorações são também enaltecidas com a coincidente decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) de estabelecer 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas, pois a história do evento que ocorre desde esta segunda-feira, dia 10, até a próxima sexta-feira, dia 14, em Não-Me-Toque, se mistura ao modelo de associativismo que assegurou o notável desenvolvimento da agropecuária da Região do Planalto Médio e do Estado.
“É uma feliz coincidência, não é? A feira fazer 25 anos num ano tão importante para o cooperativismo, com o reconhecimento da ONU. Só vamos conseguir resolver as questões climáticas, a desigualdade e a pobreza se agirmos coletivamente”, afirma Gelson Lima, superintendente da área de produção vegetal da Cotrijal.
Roveni Doneda, 72 anos, produtora de soja, trigo e cevada, sabe, pela experiência de uma vida inteira, o significado da escolha da ONU, que foi a mesma adotada por seu pai há mais de seis décadas. “Meu pai era associado da Cotrijal. Ele ensinou que ser da cooperativa e ser cooperativista é sempre ter alguém ao lado”, diz Roveni, em episódio de uma série de vídeos produzida pela Cotrijal, comemorativa aos 25 anos.
Dedicado às culturas de soja, milho, trigo, canola e aveia, Alexandre Possamai, 48 anos, filho de uma família que “sempre foi de agricultores”, acredita que a primeira edição da Expodireto, em 2000, “foi um divisor de águas para o desenvolvimento da região”, com o evento se tornando “o lugar para buscar soluções para quase tudo”. Possamai explica que a parceria proporcionada pela cooperativa e pela Expodireto se traduz, por exemplo, na atualização constante para uma agricultura cada vez mais vinculada à alta tecnologia. “Sempre precisamos de auxílio e suporte da cooperativa”, afirma.
Ao mesmo tempo em que propicia informação e conhecimento ao agropecuarista, a Expodireto facilita a apresentação da novidade ao produtor.
“O setor de máquinas agrícolas evoluiu muito nas últimas décadas, com a incorporação de novas tecnologias, como a internet das coisas e a inteligência artificial. E tudo isso passou pela Expodireto nesses últimos 25 anos”, garante Claudio Bier, presidente do Sindicato de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers).
Em 2025, além da motivação sugerida pela homenagem da ONU, o foco do evento, diferentemente do que ocorre em eventos similares do agro, estará menos concentrado nos resultados dos negócios. Isso se dará tanto por decisão da direção da Cotrijal, de não anunciar cifras totais das transações, muita vezes contestadas em feiras de todos os setores, quanto pelo desempenho provavelmente menos expressivo na comparação com edições anteriores.
“A feira vai ocorrer dentro de seu propósito. Um ano, talvez mais evidente em inovações, em outro ano, em investimentos. Outro ano é para discutir questões mais naturais do setor”, aponta Lima. Em 2025, a estiagem estará em pauta.
O presidente da Central Sul/Sudeste do Sicredi, Márcio Port, considera que a data de realização do evento, na segunda semana de março, insere a Expodireto em um espaço de tempo privilegiado para debates relevantes. “A Expodireto começa a discutir e reúne lideranças antes de ser lançado o Plano Safra”, lembra. “Isso é positivo para o que vem pela frente durante o ano”, diz Port.
Correio do Povo

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