segunda-feira, 3 de junho de 2024

Patrulha aérea do MG utiliza visão noturna em ações após dilúvio no Rio Grande do Sul

 Esquadrilha Pégasus dispõe de tecnologia de guerra para ações no RS


A equipe de operações aéreas da Polícia Militar de Minas Gerais salvou vidas no Rio Grande do Sul. Inspirada no cavalo alado símbolo da imortalidade na mitologia grega, a Esquadrilha Pégasus tem como lema “a ajuda que vem do céu”, máxima que foi aplicada ao pé da letra no auxílio à população gaúcha.

Neste domingo, o grupo decolou rumo ao estado natal. O retorno ocorre com a certeza de missão cumprida, mais de um mês após as chuvas e enchentes que motivaram a vinda dos soldados.

Além do apoio mineiro, o RS também contou com reforço aéreo vindo do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará, Maranhão, Goiás, Rondônia e Distrito Federal.

A primeira etapa das ações teve como foco o resgate a vítimas do dilúvio e no transporte de ajuda humanitária ao Vale do Taquari, Porto Alegre e região Metropolitana. Depois, as aeronaves também foram utilizadas para transporte de ajuda humanitária e ações de policiamento.

Equipamento de Visão noturna

Minas Gerais é o único estado que instalou óculos de visão noturna em helicópteros da PM. De fabricação norte-americana, o dispositivo é utilizado pelo Exército Brasileiro que, em 2012, autorizou a compra de 36 peças aos policiais mineiros.

O equipamento é avaliado em mais de R$ 110 mil por unidade. Já a instalação da tecnologia para uso em aeronaves, ultrapassa R$ 500 mil.

A medida que os resgates avançavam, a Esquadrilha Pégasus também passou a executar voos de policiamento. Em Porto Alegre, a patrulha aérea teve foco nos bairros Sarandi e Humaitá, na zona Norte. Na região Metropolitana, ações em Canoas e Eldorado do Sul foram prioridade.

“O óculos de visão noturna é uma tecnologia de guerra, utilizada em áreas com baixíssima ou nenhuma luminosidade. O equipamento foi acoplado nos capacetes, então sobrevoamos áreas no mais completo breu”, afirmou o tenente-coronel Alexandre Miranda.

Um exemplo em que a tecnologia foi aplicada ocorreu no bairro Mathias Velho, em Canoas. Na ocasião, a equipe do MG foi convocada para localizar um bandido que, após disparar contra policiais militares, tentava se esconder na escuridão. O criminoso foi encontrado e acabou morrendo em confronto com as forças de segurança.

"Conseguimos distinguir em detalhes a movimentação no escuro, não apenas de pessoas, mas também de animais em áreas de mata. Quando apagamos as luzes do helicóptero, o alvo não consegue enxergar nossa aproximação, apenas ouve o barulho do giro da hélice”, destacou o tenente-coronel da Esquadrilha Pégasus.

Retorno para Belo Horizonte

Aos 48 anos, o tenente-coronel Alexandre Miranda mora em Belo Horizonte, mesma cidade onde nasceu. Após mais de um mês, ele contava as horas para reencontrar a esposa e as duas filhas, de 16 e quatro anos, que o aguardam na capital mineira.

O oficial, no entanto, garantiu que não vai esquecer dos hábitos que adquiriu no convívio com os gaúchos.

"Sempre fui admirador do rock gaúcho, mas ainda não havia provado o chimarrão, que agora pude experimentar e gostei bastante. Vou levar um pouco comigo, além de bomba e uma cuia. Pretendo manter esse hábito em Belo Horizonte”, disse o tenente-coronel.

O retorno da Esquadrilha Pégasus ao estado de origem não enfraquece laços com os militares do RS. De acordo com o major João Marcelo Gonçalves, que é piloto de helicóptero do Batalhão de Aviação da Brigada Militar, o trabalho integrado com a PM mineira reforçou os princípios que as duas instituições têm em comum.

“Nesta missão, os policiais militares do Comando de Aviação da Polícia Militar de Minas Gerais reforçaram valores que há muito estavam esquecidos: desprendimento, resiliência e humildade. Deixarão um legado incalculável a todos que voam para servir”, enfatizou o major João Marcelo.


Correio do ovo

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