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terça-feira, 23 de abril de 2024

Milei anuncia 1º trimestre de superávit financeiro na Argentina desde 2008

 Críticos ao governo afirmam que cálculo usado pelo governo é “difícil de sustentar” nos próximos meses

Mandatário argentino exaltou número econômico 

O presidente Javier Milei comemorou nesta segunda-feira como uma "façanha histórica" o primeiro trimestre com superávit financeiro que a Argentina registra desde 2008. Ele advertiu a população que não espere uma saída da recessão "de mãos dadas com os gastos públicos". O setor público registrou em março um superávit financeiro de mais de 275 bilhões de pesos (US$ 309 mil dólares, R$ 1,60 milhão, na taxa oficial de câmbio), "conseguindo, assim, e depois de mais de quase 20 anos, um superávit financeiro de 0,2% do PIB durante o primeiro trimestre do ano", disse Milei em rede nacional.

O presidente assumiu em dezembro determinado a reduzir a zero o déficit fiscal, uma meta mais ambiciosa do que a imposta pelo próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual a Argentina tem um acordo de crédito de US$ 44 bilhões (R$ 229 bilhões).

Para isso, ele empreendeu um draconiano ajuste que inclui, entre outros, a paralisação de obras públicas, demissões de funcionários, fechamento de dependências do governo, corte de subsídios, aumento de tarifas públicas e o congelamento de orçamentos em momentos em que a inflação beira os 290% ao ano e a pobreza afeta metade da população. "Se o Estado não gastar mais do que arrecada e não recorrer à emissão, não há inflação. Não é mágica", expressou Milei, um economista ultraliberal que se define como "anarcocapitalista".

O economista Carlos Melconian, crítico do governo, disse nesta segunda-feira aos jornalistas que é necessário analisar "como continuar a história, porque o mecanismo pelo qual foram encontrados números positivos é difícil de sustentar ao longo do tempo".

A atividade econômica da Argentina caiu -4,5% em dezembro em relação ao ano anterior e -4,3% em janeiro, segundo o instituto de estatísticas estatal. Nesta terça-feira será divulgado o número de fevereiro, que os analistas esperam que seja igualmente elevado.

AFP e Correio do Povo

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