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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Sem acordo, governo adia decisão sobre teto de juros para consignado do Auxílio Brasil

 Entre os técnicos, a avaliação é de que o consignado voltado para uma população tão vulnerável precisa de uma limitação



Divergências sobre a fixação de um teto de juros retardam a regulamentação da operação de empréstimo consignado aos beneficiários do programa Auxílio Brasil.

O assunto tem sido tema de reuniões diárias no Ministério da Cidadania. Entre os técnicos, a avaliação é de que o consignado voltado para uma população tão vulnerável precisa de uma limitação dos juros cobrados pelos bancos. A defesa dos técnicos é de que o limite dos juros seja fixado pelo menos igual ao do INSS, de 2,14%. O ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, defende internamente a fixação de um teto de juros.

A criação de um consignado com garantia do Auxílio Brasil é uma medida polêmica, considerada pelos especialistas da área social uma estímulo ao endividamento de pessoas que já vivem em condições de alta vulnerabilidade e insegurança alimentar.

Representantes de entidades jurídicas, de defesa do consumidor e personalidades de diversos setores chegaram a assinar uma nota "Em Defesa da Integridade Econômica da População de Vulneráveis" pedindo o adiamento do consignado.

Segundo a diretora institucional da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Carvalho, nesta terça-feira, houve um debate no Conselho Nacional de Assistência Social sobre o assunto.

"Pedimos que o Ministério da Cidadania fosse chamado. Eles vão dando esperanças para os beneficiários. As agências bancárias estão pré-cadastrando e não ativam o empréstimo. Acredito que exista uma dicotomia entre eles", afirma.

Para ela, a situação é muito grave porque gera esperança na população desde março. "As famílias estão endividadas e com dificuldade de manter o mais básico; Muitas famílias vão se endividar mais para poder pagar as contas básicas de casa", diz.

A diretora avalia que o atraso é uma estratégia eleitoral da campanha à reeleição do presidente. Ela acredita que os empréstimos devem sair mais próximo do período entre o primeiro turno e o segundo turno, quando as pessoas estarão recebendo o dinheiro.

Os bancos já têm uma lista com um pré-cadastro dos interessados. Como antecipou o Estadão, grandes bancos resolveram ficar de fora da oferta do consignado.

Em 12 de agosto passado, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, assinaram decreto regulamentando o consignado. Mas o início da liberação das operações depende de regulamentação de normas complementares do Ministério da Cidadania, que ainda não foram publicadas.

Calendário

Ao contrário do que ocorreu em agosto, quando o Auxílio Brasil de R$ 600 começou a ser pago no dia 9, o Ministério da Cidadania não vai antecipar pagamento em setembro. Uma das razões apontadas é a dificuldade de operacionalização da antecipação diante da necessidade de verificação neste mês de duas condicionantes do programa social: frequência escolar e vacinação das crianças.

Para outubro, mês das eleições, o governo vai antecipar o cronograma. A ideia do governo é transferir o calendário de pagamento para a primeira quinzena do mês. Em setembro, o calendário começa no dia 19.

R7 e Correio do Povo

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