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segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Reino Unido faz um minuto de silêncio pela morte de Elizabeth II

 Funeral da monarca teve participação de dezenas de líderes mundiais


O Reino Unido fez um minuto de silêncio neste domingo, às 20h locais (16h de Brasília), pela morte de sua rainha, Elizabeth II, cujo funeral de Estado com a participação de dezenas de líderes mundiais e enterro ocorrerão na segunda-feira.

O minuto de silêncio em nível nacional foi seguida na capela ardente, instalada no Westminster Hall, com a paralisação da fila dos britânicos, que desde a quarta-feira desfilam em frente ao caixão da monarca, que passou sete décadas no trono.

Os britânicos aproveitam as últimas horas para prestar seus respeitos à única rainha que conheceram até sua morte, aos 96 anos, em 8 de setembro, após passar sete décadas no trono. A capela ardente fechará suas portas às 06h30 locais (02h30 de Brasília) de segunda-feira.

"Decidi me juntar, no último minuto, à fila e aqui estamos. Vou poder vê-la, então estou muito emocionado", disse à AFP Chris Young, um bombeiro de 50 anos, que calcula ter ficado "talvez sete horas" esperando para se despedir de "uma dama realmente especial".

A transcendência da monarca que mais tempo reinou o país se evidencia na lista de presentes no serviço fúnebre, como não se via em Londres desde a morte, em 1965, de Winston Churchill, que liderou o país durante a Segunda Guerra Mundial.

Dirigentes visitam a capela ardente 

Sua nora, a rainha consorte Camilla, destacou que Elizabeth II foi "uma mulher só" em um mundo de homens. "Não havia mulheres primeiras-ministras, nem presidentes. Ela era a única, então penso que forjou seu próprio papel", afirmou a esposa do rei.

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden; da França, Emmanuel Macron; do Brasil, Jair Bolsonaro, assim como os monarcas da Espanha, Suécia, Noruega, Luxemburgo, Mônaco, Bélgica e Holanda, além do imperador japonês Naruhito, acompanharão o funeral de Estado na Abadia de Westminster.

Bolsonaro aproveitou a visita a Londres e improvisou um comício eleitoral na residência do embaixador brasileiro. Ele também passou pela capela funerária da rainha, assim como Biden e sua esposa Jill, além do rei da Espanha, Felipe VI, sem o seu pai, Juan Carlos I, de quem está distante devido a um escândalo sobre sua fortuna que abalou a coroa espanhola.

Pai e filho se encontraram a caminho da recepção no Palácio de Buckingham.

O presidente dos Estados Unidos assinou o livro de condolências oficial, momento em que aproveitou para elogiar a monarca. "Já expliquei que minha mãe e meu pai pensavam que todos (...) mereciam ser tratados com dignidade e foi exatamente isso que ela transmitiu", assim como "a noção de serviço", disse Biden, para quem "o mundo é melhor graças a ela".

Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle, também visitaram a capela. "No Brasil, temos forte em nossa lembrança ainda sua passagem por lá, em 1968. Por tudo que ela representou para o seu país e para o mundo", tuitou Bolsonaro, após assinar o livro de condolências na Lancaster House.

A quantidade de líderes mundiais e o funeral de modo geral representam um desafio de segurança "maior que os Jogos Olímpicos de 2012", disse o vice-comissário da Scotland Yard, Stuart Cundy.

O funeral de segunda-feira começará com o transporte do caixão da rainha, que está no Parlamento britânico, para a Abadia de Westminster.

Às 11H00 (7H00 de Brasília) começará a cerimônia fúnebre, oficiada pelo deão de Westminster, David Hoyle, e com um sermão de Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, da qual o monarca da Inglaterra é o chefe desde o rompimento de Henrique VIII com Roma no século XVI.

Após a cerimônia, o caixão de Elizabeth II será levado em uma montaria, com a participação de militares, pelas ruas de Londres até o Wellington Arch, em Hyde Park Corner, em um cortejo que deve ser observado por um milhão de pessoas.

A partir deste ponto será levado de carro até o Castelo de Windsor, a 30 quilômetros de distância, onde acontecerão uma nova cerimônia fúnebre, apenas para a família, e o enterro.

Por um momento "que não vai se repetir"

Espera-se que centenas de milhares de pessoas se reúnam ao longo do trajeto e milhões devem assistir ao funeral em pubs, telões instalados em parques e até cinemas exibirão o rito.

Desde sábado, 48 horas antes do cortejo fúnebre, muitas pessoas já estavam posicionadas em diferentes pontos do trajeto. Este é o caso de Fiona Ogilvie, 54 anos, que serviu na RAF (Força Aérea Real) e aguardava perto da Abadia.

"Quando você entra para a RAF promete lealdade à rainha e é algo que fica com você", explicou à AFP, antes de elogiar Elizabeth II como "alguém que nunca fugiu a seu dever".

Carol Chadwick, enfermeira de 64 anos, e o marido Tim estão na Praça do Parlamento com suas cadeiras de camping e abastecidos com sanduíches. "Estamos aqui para prestar nossa homenagem, mas especialmente porque é um momento histórico que não vai se repetir".


AFP e Correio do Povo

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