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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Narcos

 O debate sobre drogas é necessário. Respeito (com grandes ressalvas) o argumento econômico trazido por aqueles que traçam um paralelo com a lei seca, nos Estados Unidos, no início do século passado. Bebida era proibida

Guilherme Baumhardt

O presidente da Colômbia, o esquerdista e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, conseguiu reunir um festival de idiotices em poucas frases durante a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. E revelou, de quebra, o que todos já sabem: que ele não passa de um “narco-presidente”.

Disse a mente turbinada: “Os poderes decidiram que cocaína é o veneno e deve ser perseguida, mesmo causando um baixo número de overdoses, muitas por resultado de misturas com outras substâncias”. E completou: “Entretanto, carvão e petróleo devem ser protegidos, mesmo que seus usos levem a humanidade à extinção”. Eu, particularmente, não conheço ninguém que tenha ficado viciado em cheirar escapamento de caminhão, mas sei de gente que perdeu a vida para as drogas.

Há, também, uma clara safadeza na fala do ex-guerrilheiro. Quem lidera hoje a agenda global irracional contra o petróleo é justamente a esquerda. Se você acha que é um exagero, basta olhar para Greta Thunberg. A mocinha que é lamentavelmente usada por grupos de interesse olhou e fez cara feia para quem? Donald Trump ou Joe Biden? Trump (sem demonstrar qualquer abalo) era criticado. Biden fechou as linhas que garantiam abastecimento aos Estados Unidos e reduziam a dependência energética dos norte-americanos do combustível vindo de outros países.

Há inteligência nessa área. Falo de grupos que defendem e desenvolvem novas tecnologias, que substituirão o petróleo em breve, mas que não ignoram a existência de componentes econômicos essenciais. Obrigar um país pobre a usar apenas energia verde é condenar uma parcela da população à pobreza e afastar investimentos, que gerariam emprego e renda. Já tratamos disso aqui.

Voltando ao presidente colombiano. As ligações da esquerda com o narcotráfico são históricas. Se você acha novamente que há um exagero, cito dois exemplos: há um candidato em Minas Gerais, que disputa uma cadeira na Câmara Federal. Ele se veste de verde, tem folha de maconha em tudo que é material de campanha e o jingle (bastante criativo) de campanha beira a apologia. O partido dele? O PSol.

Vou além. Marcelo Freixo, que já foi do PSol e defendeu abertamente uma política de descriminalização das drogas, vislumbrou a possibilidade de ser eleito governador no Rio de Janeiro. E o que fez? Tomou um banho ideológico, vestiu o uniforme de esquerda light e agora, no PSB, posa de moderado. Quando perguntado sobre o assunto, afirma: “Não sou mais a favor”. Acredita quem quer.

As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) promoveram mais de 21 mil sequestros. A orientação ideológica da turma? Marxistas. Como se financiavam? Tráfico de drogas, especialmente a cocaína. Se você acha que essa gente está distante, “lideranças revolucionárias” já estiveram no Brasil, no Rio Grande do Sul. Na Venezuela, o atual ditador Nicolás Maduro é acusado de associação com o tráfico de drogas. E esta turma tem candidatos nas eleições brasileiras. Você sabe quem são. Gostam de usar o vermelho e relativizam ditaduras latino-americanas.

O debate sobre drogas é necessário. Respeito (com grandes ressalvas) o argumento econômico trazido por aqueles que traçam um paralelo com a lei seca, nos Estados Unidos, no início do século passado. Bebida era proibida. Mas era produzida e chegava aos consumidores. A legalização resolveu o problema. Há, porém, uma grande diferença: o caminho até a dependência é muito mais longo no caso do álcool. O vício não é imediato. Logo, o tempo para mudança de rota, também é maior.

Com estes é possível fazer um debate inteligente. Com a turma do “libera geral”, eu guardo distância segura.


Correio do Povo

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