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sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Governo do RS cede área em Guaíba para nova fábrica de aviões

 Aeromot assinou termo de cessão de uso oneroso do terreno de 250 hectares


Uma das principais empresas brasileiras no ramo da aviação que fornece soluções tecnológicas e diferenciadas para diversos segmentos, a Aeromot vai construir uma fábrica em Guaíba, na Região Metropolitana da Capital. O anúncio foi realizado na tarde desta quinta-feira, no Palácio Piratini, quando o governo do Estado assinou termo de cessão de uso oneroso do terreno de 250 hectares. A área onde será erguido o empreendimento era destinada à instalação de uma montadora de veículos na década de 1990.

O projeto prevê investimentos de R$ 300 milhões e abertura de até 1,3 mil vagas de emprego. De acordo com o presidente da Aeromot, Guilherme Cunha, o Centro Tecnológico Aeromot (CTAero) contará com uma pista de 1.800 metros, o que permitirá atender grande parte da estrutura aeronáutica executiva no Brasil. A estrutura terá ainda hangares e centros de pesquisa e desenvolvimento de novos materiais, como o grafeno. A primeira etapa do projeto, no entanto, envolve a realização de estudos técnicos de viabilidade para a construção da pista de aviões e de uma fábrica de aeronaves.

Segundo Cunha, já existe um estudo prévio sobre a área. “Vamos começar a trabalhar nas licenças ambientais”, afirma. A expectativa é de que as licenças prévias sejam obtidas em menos de 12 meses. “Queremos iniciar a produção não só de aeronaves, mas de outros produtos que estão vindo juntos em 2025”, destaca. A Aeromot foi escolhida pela Diamond Aircraft - uma das maiores fabricantes de aeronaves a pistão do mundo - para ser distribuidora e centro de serviços autorizados com exclusividade no Brasil. A empresa austríaca possui uma linha completa de aeronaves para aviação geral e executiva.

“Temos acordo e plano para começar um produto que a gente representa que é um avião da Diamond Aircraft de sete lugares que vai ser inicializada a produção. Esse produto é catalisador para um projeto muito mais macro, muito mais amplo”, reforça. Conforme Cunha, a maior parte dos postos de trabalho será destinada a especialistas em aeronáutica. “Vai existir muita visita de proprietários, de pessoas que vão não somente na fábrica, mas no aeroporto, porque é um aeródromo privado, não é para passageiros”, destaca, acrescentando que a estrutura prevê ainda a construção de hotel e restaurante.

Cunha garante que a demanda do mercado nacional justifica o empreendimento. “Nosso projeto já é viável pelo mercado nacional, mas nosso objetivo e autorização é para exportar para países da América do Sul. Devem ser produzidas de 40 a 50 aeronaves”, projeta, acrescentando que a ideia é contar com várias linhas de produção no local. “Não é somente aeronaves, temos drones, peças e produtos para outros grandes fabricantes que a gente já produz e já fornece. É uma miscigenação de produtos aeronáuticos. A expectativa de faturamento por ano é de aproximadamente R$ 300 a R$ 500 milhões por ano”, observa.

O governador Ranolfo Vieria Júnior afirma que o projeto vai mudar a realidade daquela região e vai trazer desenvolvimento econômico e social. “É uma área que, lá atrás, era para ter sido instalada uma montadora de veículos, que acabou não se realizando, não se concretizando, e de uma certa forma frustrou a sociedade gaúcha naquele momento. E agora conseguimos reverter esse quadro, instalando uma montadora de aeronaves”, destaca. Segundo Ranolfo, a produção de aeronaves na fábrica - localizada às margens da BR 116 - deve iniciar em 2025.

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin afirma que o termo de cessão de uso oneroso protege tano o Estado quanto o investidor, que vai pagar um aluguel de R$ 5,6 mil, que vai permitir uso para análise de solo, de fundição, estudo de estrutura e licenças ambientais. “A empresa vai fazer investimentos básicos, aterro, fazer estudo e precificar tudo isso. Quando tiver liberações ambientais, pode começar a gastar e 'botar' dinheiro para fora junto com o Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (Proedi)”, explica. O contrato de uso de cessão onerosa pode ser prorrogado por um ano. O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, afirma que existe muito grande na cidade por conta do investimento da Aeromot.


Correio do Povo

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