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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Candidatos ao Senado pelo RS debatem projetos na Amrigs

 Encontro foi promovido pelo Correio do Povo, Rádio Guaíba e pela associação; STF e saúde estiveram em pauta



Sete candidatos que concorrem a uma vaga no Senado pelo RS tiveram espaço para trazer suas ideias em debate na tarde desta quarta-feira. Organizado pelo Correio do Povo, Rádio Guaíba e Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), o encontro colocou frente a frente Ana Amélia Lemos (PSD), Comandante Nádia (PP), Hamilton Mourão (Republicanos), Maristela Zanotto (PSC), Olívio Dutra (PT), Professor Nado (Avante) e Sanny Figueiredo (PSB), que debateram suas propostas por quase duas horas e meia. 

Segurança pública, violência contra a mulheres, dívida do Estado com a União e necessidade de reforma tributária estiveram entre os principais assuntos nos blocos destinados a perguntas livres, como enfrentamento direto entre os candidatos. Antes, no início do debate, os candidatos responderam sobre ações de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e se defenderiam o andamento de processos de impeachment engavetados.

Dois dos quatro blocos foram destinados ao debate direto, com a ordem dos candidatos que perguntariam preestabelecida por sorteio. O primeiro desses embates foi entre Mourão e Olívio. O que poderia ser um duelo ideológico, no entanto, ficou restrito ao tema da reforma tributária no questionamento do general. O petista disse defender um imposto progressivo, com quem ganha mais pagando mais e controle público para evitar sonegação. Mourão comparou a situação do Estado com SC, vendo investidores migrarem para fugir da carga tributária gaúcha.

Assuntos relacionados às mulheres estiveram em “dobradinhas” entre Ana Amélia e Sanny, que abordaram políticas afirmativas, e entre Nádia e Maristela, abordando propostas para o combate à violência doméstica. Já Nado, com passagens pelos ministérios da Justiça e da Educação focou nesses temas em seus espaços.

Mandato participativo é tema polêmico

No momento mais acalorado, Ana Amélia provocou Olívio, questionando se ele cumpriria todo seu mandato ou deixaria para os suplentes. O candidato petista, que promete um mandato participativo com os suplentes, disse que se relacionará com a sociedade, através do diálogo, e que está disposto a "aprender com os mais jovens". O assunto voltou nas considerações finais, onde o petista afirmou que não vai abdicar do mandato e que "não pretende morrer tão cedo". 

A Comandante Nádia, em questão dirigida a Hamilton Mourão, seguiu no tema. Mourão afirmou que, para ele, isso seria "estelionato eleitoral”. A vereadora disse que, na Câmara da Capital, os mandatos coletivos fazem “um rodízio”, possibilitando que pessoas desconhecidas do eleitor assumam cadeiras.

Candidatos debatem telessaúde

Um dos blocos do debate foi destinado para o tema da saúde, com os candidatos respondendo a uma pergunta da direção da AMRIGS. Coube ao presidente a entidade, Gerson Junqueira Junior, fazer o questionamento sobre a visão dos postulantes à vaga sobre a prática da telessaúde e seus critérios normativos e técnicos. O assunto avança no Senado Federal, sendo aprovado esse ano o Projeto de Lei que autoriza e disciplina essa modalidade de medicina.

Mourão lembrou que o tema vem sendo discutido há muito tempo, lembrado da sua aplicação nos anos 1990, no Exército. “Temos condição de fazer isso avançar e acabar com o ciclo da ‘ambulancioterapia’”, disse, citando a necessidade de grandes deslocamentos para atendimento. Sanny defendeu o uso da tecnologia com a garantia do sigilo dos dados de médicos e pacientes. “Não podemos esquecer do capital humano”, afirmou.

Ana Amélia entende que, em uma era de tecnologia, a telessaúde “auxilia na massificação do atendimento”. A candidata destacou que o contato pessoal é melhor, “mas nem sempre isso é viável dado as distâncias e as carências que temos”. Nádia destacou a agilidade que esse tipo de atendimento traz represamento de cirurgias e atendimento. “A telemedicina veio para favorecer não só os médicos, mas, principalmente, os pacientes”, analisa.

Para Olívio, o Senado pode aperfeiçoar a prática, ouvindo as associações médicas, as entidades e a comunidade. Maristela disse ser a favor de toda a tecnologia que ajude a melhorar “principalmente na questão de saúde”.

Voz dissonante, Professor Nado disse que observa com reserva o tema. Ele comparou a questão ao ensino.Frisou que o professor é, muitas vezes, substituído por instrutor. “Fico imaginando a possibilidade de substituir o médico”, provocou. O candidato defende a necessidade de escutar os conselhos da categoria.


Correio do Povo

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