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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

"Terra de ninguém": moradores do bairro Floresta apontam insegurança e abandono da região

 Bairro fica próximo ao 4º Distrito, região que vem recebendo investimentos públicos e privados



São tantos, e tão graves, os problemas descritos pelos moradores do bairro Floresta que listá-los já é uma tarefa árdua. A rua Paraíba, localizada próxima ao 4º Distrito, na zona Norte de Porto Alegre, é descrita por quem reside na região como insegura, repleta de lixo e moradores em situação de rua pelas calçadas, prostituição, ocorrências de tráfico de drogas e, inclusive, assaltos. Questões que não apenas preocupam constantemente os habitantes, como espantam possíveis investimentos nesta, que é uma das áreas mais visadas dentro dos planos de reurbanização da área. 

“As autoridades têm nos dado um respaldo, que na realidade é ínfimo, e só vêm depois do fato ocorrido. Aqui é um lugar que já foi pujante no passado, centros de comércio fantástico, mas hoje estão abandonados. Não há limpeza pública, e agora estão fazendo algumas bocas de lobo. Estas reciclagens que estão ali são fontes de doença, ratos, baratas, mosquitos da dengue”, desabafa Henrique Ferreira, membro da Associação de Moradores do Bairro Floresta e morador da rua Paraíba há 13 anos. 

"A sensação é de quem transita pela via está à mercê da própria sorte. “Estamos buscando quem possa nos ouvir. Aqui não é o paraíso. É a boca do inferno, irmão. Virou terra de ninguém”, salienta. Os moradores buscam alternativas para driblar a insegurança e a falta de soluções concretas. Uma delas foi a criação de um grupo de WhatsApp onde são compartilhadas experiências. “É urgentíssimo a questão da segurança pública. Falta policiamento. Precisa colocar um efetivo aqui, coibir a prostituição. Chamar o Ministério Público para agir nesta região”. 
 
O 4º Distrito é uma das regiões que mais recebe investimentos públicos e privados na atualidade na Capital, por meio do Programa +4D, apresentado no final do ano passado. A ideia é recuperar a área, degradada por décadas de moradias e ocupações que estão longe de serem chamadas de desenvolvidas. Nem sempre foi assim, diz Ferreira. “Aqui já foi considerada uma das ruas mais bonitas de Porto Alegre. Ainda permanecem algumas casinhas históricas germinadas, que eram da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA)”. 
 
“Estes novos empreendimentos são bem-vindos, porque oxigenizam a região e trazem novas pessoas e novas ideias. Mas se não houver uma força policial ostensiva e atuante, é tiro n’água. Se não houver uma gestão por parte do Executivo, os investimentos serão acanhados e também será tiro n’água. Isto se esvazia, as pessoas cansam”. A situação atingiu níveis caóticos há cerca de um ano, conforme relata o morador, não por um fato específico, mas pelo conjunto de acontecimentos e sensação de crescente descaso do poder público. 
 
O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM), coronel Ivens Giuliano Campos dos Santos, afirma que o comandante de companhia fará contato com os moradores para compreender as demandas do local. “Vamos conversar com as pessoas, interagindo novamente com a comunidade, e inclusive explicar a metodologia do policiamento. Estaremos presentes para devolver a sensação de segurança”, comenta. 

“Frequentemente, temos reuniões com o pessoal dos bairros, onde sabemos mais pontualmente quais são os problemas de segurança pública de cada região”. O comandante ainda diz afirmar, “com muita tranquilidade, que não há este volume de ocorrências que temos [na rua Paraíba]”, baseado em estatísticas da corporação. Por isso, ele reforça também a importância do registro de ocorrências via 190 para que haja um trabalho mais concentrado na via.   

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) afirmou, por meio de sua assessoria, que a varrição no trecho da rua Câncio Gomes até o viaduto da Conceição ocorre diariamente, em razão do aumento de resíduos no entorno do bairro Floresta. Geralmente, este trabalho é executado à tarde, já que, pela manhã, as equipes coordenadas pela Diretoria de Limpeza e Conservação (DLC) estão na rua Voluntários da Pátria e no Loteamento Santa Terezinha. O órgão reforça que a população pode solicitar limpeza ou denunciar focos irregulares de lixo pelo telefone 156.

A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), também pela assessoria, disse que a equipe de Abordagem Social realiza "ações sistemáticas" no Floresta, onde "o tráfico é muito forte". Na região da rua Paraíba, seis abordagens foram solicitadas à central responsável. A área é atendida pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial IV - Céu Aberto (CAPS AD IV).

A Fasc ainda informou que o entorno possui monitoramento por câmeras da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) e Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic). Também que a Polícia Civil e BM fazem abordagens no local diariamente e a Guarda Municipal (GM) realiza ações esporádicas nos ferros-velhos da região.



Correio do Povo


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