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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Pequenas despesas também estouram o orçamento

 por Maria Inês Dolci

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Por parecerem irrelevantes, continhas podem se multiplicar e a desequilibrar o orçamento

Cuidado com as continhas –aqueles boletos e despesas diárias que parecem irrisórios. Justamente por serem aparentemente irrelevantes, podem se multiplicar e ajudar a desequilibrar o orçamento, algo ainda mais arriscado em tempos de altos preços e de baixos salários.

São casos como os do cafezinho, das viagens de aplicativo, das compras por impulso em farmácias, lojas de roupas e supermercados. Aí há outro risco: o de não lançar estas despesas, porque são muitas. E, reforço, pequenas, inocentes.

Como não foram registradas, não são computadas. Mas aquele valor somado pode fazer falta antes que entre dinheiro novo na conta-corrente. Não significa que tenhamos de desistir de pequenas satisfações, como beber um cafezinho na padaria mais próxima no meio da tarde. O ideal, contudo, seria lançar todos esses gastos, e moderar o apetite por novos desembolsos de dinheiro.

Os felizardos (a) que ainda têm emprego formal e vale-refeição também enfrentam um dilema: almoçar fora de casa ficou bem mais caro. Nem sempre o valor do benefício cobre todo o gasto. Então, algumas pessoas não sabem se comem menos para não ter de completar o valor da conta, ou se comem à vontade pagando do próprio bolso. A saída pode ser trazer de casa uma fruta ou um doce para a sobremesa.

Outra armadilha é comprar alguns alimentos (leite, café, carnes bovina e de frango, óleo de soja, chocolate etc.) sem planejar bem antes. Os preços dispararam nos últimos meses. É difícil não comer o que se gosta porque a conta ficou salgada demais. Por isso é tão importante calcular ainda em casa o custo aproximado do que iremos adquirir no supermercado, para ter uma visão mais clara do quanto poderemos gastar.

Até na hora de economizar deve-se manter o bom senso. Explico: há produtos próximos ao vencimento com preços bem mais acessíveis. Vale a pena caso tenhamos certeza de consumir tais itens em prazo bem curto. Mas se a quantidade for muito grande e o consumo pequeno, eles vencerão e terão de ser descartados.

Uma dica: pequenas despesas não devem ser pagas com cartão de crédito, porque teremos a impressão de não desembolsar nada para ter acesso a determinados produtos e serviços, mas os valores constarão da fatura mensal, obviamente.

Enfim, o aperto financeiro exige um raciocínio mais prático, e refrear as emoções tão comuns do ser humano: desejo de aproveitar a vida, de comer e de se vestir bem; vontade de se divertir e de ter mais conforto. É muito chato enfrentar um cenário como o que temos nos últimos anos no Brasil. Se nos endividarmos, contudo, o que já é desagradável ficará mais preocupante, tirará o nosso sono e sossego.

Fonte: Folha Online - 02/08/2022 e SOS Consumidor

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