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segunda-feira, 25 de julho de 2022

Ex-presidente Michel Temer descarta apoio do MDB a Lula no primeiro turno

 


Um dos principais líderes do MDB, o ex-presidente Michel Temer afastou, no domingo (24), a possibilidade de apoio, ainda no primeiro turno, do partido a Lula (PT).

Lideranças do MDB e do PT estavam em conversas avançadas, mas, nos últimos dias, as negociações foram prejudicadas após a ex-presidente Dilma Rousseff reagir a uma declaração de Temer de que a petista era “honestíssima”. Dilma, então, se posicionou publicamente ao dizer que Temer tenta limpar sua “inconteste condição de golpista”, referindo-se ao impeachment.

Temer classificou as declarações da ex-presidente como “violentas e grosseiras”. No PT, o movimento de Dilma foi recebido com preocupação. A ex-presidente divulgou uma nota em que chama Temer de “golpista” e “traidor”. Um dirigente da sigla ressaltou que essa nota não estava no roteiro e reconheceu que isso pode inviabilizar as negociações pelo apoio oficial do MDB à Lula.

Integrantes da “ala lulista” no MDB avaliam que foi um erro virar a artilharia contra Temer justamente no momento em que o ex-presidente e ex-vice de Dilma tinha sido escalado pela sigla para construir um acordo.

Apesar de petistas e emedebistas admitirem, reservadamente, que as declarações de Dilma atrapalharam as conversas entre os dois partidos, Temer afirmou que a dificuldade na aliança é anterior à reação de Dilma, uma vez que, “pelo que tem ouvido do partido”, acha difícil o apoio do MDB a Lula no primeiro turno.

“Pelo que tenho ouvido, o partido quer seguir com candidatura própria, não vejo condições para o apoio no primeiro turno”, disse Temer. O MDB tem como pré-candidata à Presidência a senadora Simone Tebet.

Temer admite que integrantes do comitê Lula-Alckmin procuraram o partido em busca de apoio, mas ele se queixa do tratamento da militância petista ao seu governo. “Eles mandam emissários, mas como vamos apoiar se eles falam que é golpe? Se falam que a reforma trabalhista, que eu fiz, é escravocrata? Querem destruir com meu governo”, reclamou o ex-presidente.

Sobre um apoio no segundo turno, no entanto, Temer não descarta novas conversas: “Aí é outra conversa, é um outro tempo”.

O Sul

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