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sexta-feira, 29 de julho de 2022

Com Argentina mergulhada em crise, presidente cria "superministério" da Economia

 Alberto Fernández nomeia presidente da Câmara dos Deputados do país, Sergio Massa, para tentar melhorar situação financeira

O presidente Alberto Fernández se reuniu nesta quinta-feira com Batakis 

Sergio Massa, presidente da Câmara dos Deputados da Argentina, foi nomeado o novo "superministro" da Economia, com três cargos sob seu controle, em meio a uma profunda crise política e econômica, informou a Presidência na quinta-feira. Com a nomeação dele, serão fundidos os ministérios da Economia, para os quais Silvina Batakis tinha sido nomeada a 4 de julho, o do Desenvolvimento Produtivo e o da Agricultura, Pecuária e Pesca. A Argentina registra uma das maiores taxas de inflação do mundo, com um acumulado de 36,2% no primeiro semestre deste ano, e a pobreza atinge 37% da população.

Massa, um advogado de 50 anos com uma longa carreira política, assumirá o cargo assim que "se resolver seu afastamento da bancada parlamentar", disse um comunicado da Presidência. A decisão de colocar Massa à frente dos três ministérios que serão fundidos ocorre no mesmo dia em que Batakis voltou à Argentina após visita a Washington, onde se reuniu com a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, e outros funcionários de organizações multilaterais.

O presidente Alberto Fernández se reuniu nesta quinta-feira com Batakis, economista com carreira no serviço público, e com Daniel Scioli, até recentemente embaixador no Brasil e recém-nomeado ministro do Desenvolvimento Produtivo. Ainda não está claro se, ao reunir os ministérios sob a tutela de Massa, os dois funcionários continuarão em seus cargos.

Ajuste e crise cambial

A Argentina está comprometida com um ajuste fiscal acordado com o FMI, no âmbito de um programa de crédito de cerca de US$ 44 bilhões assinado no início do ano para refinanciar um empréstimo que o país contratou em 2018. O acordo, que foi ratificado pelo Congresso, prevê a redução do déficit das finanças públicas de 3% em 2021 para 2,5% neste ano, 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024.

Mas a disciplina fiscal pesa sobre os setores mais pobres, que veem sua pouca renda devorada pela inflação galopante. Nesta mesma quinta-feira, milhares de pessoas marcharam às portas da Casa Rosada, sede da Presidência, para exigir o estabelecimento de um "salário universal" equivalente a duas cestas básicas para um adulto, cerca de 67.000 pesos (cerca de US$ 490 na taxa de câmbio oficial) para todas as pessoas de baixa renda.

"A pobreza venceu o país sobre nós", lamentou Mónica Sulle, líder do movimento Teresa Vive, durante a manifestação. As organizações sociais, que reúnem desempregados e trabalhadores informais, têm se aproximado da coalizão oficial Frente de Todos (peronismo de centro-esquerda), mas, à medida que a situação econômica e social se deteriora, são mais combativas contra o governo. O país também sofre com uma crise cambial, com uma grande diferença entre o preço do dólar oficial em cerca de 137 pesos, e o paralelo ou "azul", que é negociado no mercado informal acima de 300 pesos.

AFP e Correio do Povo


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