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domingo, 22 de maio de 2022

Bolsonaro diz que acordo com Musk é “início de um namoro” e não informa detalhes, prazos nem valores

 


Sem dar detalhes, prazos e custos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, falaram sobre o projeto da Starlink, que vai conectar à internet 19 mil escolas na zona rural do país, além de monitorar a Amazônia, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (20). Segundo Bolsonaro, o acordo com Elon Musk é como o “início de um namoro”. Nenhum contrato foi firmado.

“É a primeira vinda aqui, um primeiro contato, o início de um namoro. Tenho certeza que vai acabar em casamento brevemente. Ele é uma pessoa bastante objetiva e quer concretizar o seu sonho de forma mais rápida possível”, afirmou o presidente.

O programa “Conecta Amazônia” foi anunciado pelo bilionário, que se encontrou com o Bolsonaro em um hotel de luxo em Porto Feliz (SP), nesta manhã. A reunião teve como assunto principal as iniciativas tecnológicas para a proteção da Amazônia, incluindo o uso de satélites para levar internet e monitoramento do desmatamento na região.

Faria já havia tido uma reunião com Musk sobre o mesmo assunto em novembro de 2021, quando houve o convite. O encontro desta sexta-feira deveria ter ocorrido em 19 e 30 de março, mas foi adiado em função da guerra na Ucrânia. “Nós seguramos a informação por questão de segurança”, explica o ministro.

De acordo com ele, Musk tem autorização para colocar 40 mil satélites em cima da Amazônia, mas nenhum contrato foi assinado até o momento. “Se o governo brasileiro puder ter as informações [dos satélites] para poder agir, será bem melhor”, reforça.

Faria explicou que o bilionário tem dois satélites lançados e autorização para mais 40 mil. “Ele precisa instalar uma ‘porta de entrada’ para a região norte e a empresa está correndo para isso. Ele vai definir a data, mas nos próximos meses isso deve ocorrer”.

Durante a coletiva, o ministro lembrou ainda de um sonho de Musk de ajudar escolas sem internet e em lugares diferentes.

“É uma pessoa que nunca criticou a Amazônia, sem nunca conhecer, como muitos fizeram. Ele veio para aqui para conhecer a verdade, para saber o que é a Amazônia”.

O Brasil já tem mecanismos tecnológicos para monitoramento da Amazônia. Desde 1988, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, recebe e processa os dados sobre perda de floresta. As imagens são obtidas via satélite e o nível de precisão é de 95%, segundo o próprio instituto.

Especialistas ouvidos pelo g1 apontam que Amazônia não precisa dos satélites de Musk, mas de fiscalização. Já nas escolas sem conexão com a internet, o problema também é a falta de computadores.

Já o presidente falou que, com a ajuda dos satélites de Musk, iria por um “ponto final” nas questões de incêndio, focos de calor e desmatamento ilegal na região.

“A Amazônia está no coração do mundo inteiro. E esse é o oferecimento dele, inclusive, levar internet para toda a região. Isso é muito bem-vindo. E, com isso, se mostra para o mundo a verdade sobre aquela região tão cobiçada, e não é de hoje, por outros países. Ao se levar a verdade, vamos mostrar que a Amazônia é preservada”, explica Bolsonaro.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) detectaram a derrubada de 1.197 km² de floresta na Amazônia em abril, 54% a mais do que o registrado no mesmo mês de 2021.

“Com isso, a região teve o pior abril dos últimos 15 anos, desde que o instituto iniciou o monitoramento por satélites, em 2008. A área de floresta do tamanho da cidade do Rio de Janeiro foi posta abaixo no bioma”, avalia o Imazon.

Ainda durante a coletiva, Bolsonaro disse que falou com Musk sobre a bateria de nióbio, mas que isso não está no radar do empresário.

O Sul

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