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sábado, 14 de maio de 2022

Banheiros públicos fechados ou vandalizados são realidade no Centro de Porto Alegre

 Locais seguem fechados na Praça da Alfândega e Viaduto da Borges e com problemas no Terminal Conceição


Milhares de pessoas têm a Praça da Alfândega, no Centro Histórico, como parte do caminho para seu local de trabalho ou utilizam o espaço para lazer, passeio e intervalo de almoço diariamente em Porto Alegre. Se alguma delas precisar utilizar o banheiro da praça encontrará o local fechado com uma cortina de ferro. Usuários da local relatam que o banheiro junto aos decks onde estão os restaurantes, está fechado desde o final do ano passado. Outro conjunto de banheiros no local é de uso exclusivo de clientes dos estabelecimentos, conforme indica placa fixada na placa trancada.

Vera Regina Pereira da Silva, 60, engraxate há 18 anos na Praça da Alfândega, relata que é comum ver pessoas em situação de rua urinando e até mesmo defecando na rua. “Não temos banheiro. As pessoas estão fazendo suas necessidades em volta dos bancos”, diz. Ela mesma já passou pelo constrangimento de urinar nas próprias calças. “Semana passada eu tive que ir para casa, de ônibus, até o Sarandi, após fazer xixi nas calças”.

A engraxate lembra que, no final do ano passado, um homem fora assaltado dentro do banheiro, tendo a carteira levada por um criminoso. “Esse banheiro é bom. Falta respeito com quem frequenta a praça da Alfândega. Muita gente passa por aqui”, reforça, frisando a necessidade de um banheiro público de qualidade. No entanto, o fato relatado está dentro do que justifica o fechamento, na visão do poder público. 

Conforme o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), a operação está suspensa temporariamente devido a questões de segurança. No final do mês de abril o DMLU homologou a decisão, considerando o fluxo de utilização do local, a existência de outras opções nas proximidades, bem como os pedidos do comércio local para que o banheiro permaneça fechado. A reabertura está prevista quando da realização de eventos importantes na praça, com reforço nas ações de patrulhamento nessas ocasiões. 

Situação no restante do Centro

O Correio do Povo visitou alguns banheiros públicos para verificar as condições. Dos 32 banheiros ativos em Porto Alegre, conforme listagem do site da prefeitura, outros quatro deles estão no Centro: Terminal Parobé, Terminal Conceição, Praça Dom Feliciano e Viaduto da Borges. A exemplo do que foi apontado em reportagem especial realizada em 2019, que percorreu a totalidade dos banheiros públicos da Capital, o banheiro do Terminal Conceição é o que segue apresentando piores condições.


O odor forte incomoda. No banheiro masculino, um vazamento no encanamento da pia alagava o chão. Em um dos sanitários, a caixa de descarga acoplada na parede foi arrancada por vândalos e, no que seria destinado aos cadeirantes, o vaso foi retirado do chão. Em seu lugar, o buraco que servia de escoamento estava envolto em fezes. No momento da visita, os chamados banheiristas, contratados pela cooperativa que faz a limpeza para o DMLU, trabalhavam no local.

Wagner Luís Sabatino, 38, assistente administrativo trabalha perto e passa pelo terminal. Ele evita utilizar o banheiro, mas não teve alternativa. “Só vim porque estava muito apertado. É só para emergência mesmo e à noite eu evitaria. Mesmo apertado, segurava”, explica. Há relatos de assaltos e do uso dos espaços por pessoas em situação de rua até mesmo praticando atos sexuais. 

Local onde ficava o banheiro destinado a cadeirantes no Terminal Conceição. Foto: Matheus Piccini

O DMLU, por meio da Diretoria de Apoio Operacional, recebeu a solicitação de reparos na quinta-feira, 12, realizando vistoria no local. Os serviços de reparo estavam programados, conforme o departamento, para serem realizados na tarde desta sexta-feira, 13. O vaso foi retirado para desobstrução do encanamento e a reinstação está prevista para ocorrer no sábado.

Hidrômetros furtados

Os banheiros da Praça Dom Feliciano, na avenida Independência, embora em melhor estado de conservação, sofrem com constante falta d’água. Mesmo que não estivessem desabastecidos durante a visita, o relato é que os hidrômetros são furtados com frequência. Na ocasião, a ligação de água estava feita de forma direta, tanto para o banheiro feminino quanto para o masculino. Sobre isso, o DMLU confirma que o ponto é alvo constante de furtos e que "o relógio foi removido e foi feita a ligação direta", salientando que o departamento é isento do pagamento de água.


No Terminal Parobé, apesar do fluxo intenso de pessoas que chegam ou embarcam nos ônibus, as condições são aceitáveis. No Viaduto Otávio Rocha, na Borges de Medeiros, o banheiro de número 2 segue desativado. No número 1, o usuário Flávio Lenine Martins, 44, que é serralheiro e estava executando serviços no Cento, classifica o local com “nota 5,5, de zero a 10”. “Esse aqui até está bom. Já estive aqui semana passada. Para mim, que faço só o ‘número 1’ é tranquilo”. Ele desconhecia que tem que pedir o papel para secar as mãos.

Já o outro conjunto de banheiros do viaduto está fechado por questões estruturais. A Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (SMAP) reforça, no entanto, que o viaduto será totalmente revitalizado, em projeto orçado em R$13,7 milhões, que teve duas empresas interessadas quando da abertura dos envelopes no começo deste mês.  

Papel tem que ser solicitado

Outrora, era comum placas do DMLU alertando que não era fornecido papel para os usuários. A situação, no entanto, mudou nos últimos anos. Papel, sabão líquido e álcool em gel estão disponíveis ao público. No entanto, é necessário que o cidadão solicite ao zelador ou aos banheiristas o uso desses itens, que não ficam expostos nos sanitários. No terminal Parobé, por exemplo, um zelador fica próximo à escada de acesso aos banheiros com folhas de papel toalha.


Correio do Povo


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