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quarta-feira, 11 de maio de 2022

Banco Central sinaliza “provável” afrouxamento na política monetária

 


A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (10), pelo Banco Central (BC), trouxe sinalizações de que a autoridade monetária pretende começar a afrouxar a política monetária, que segue em território contracionista com consecutivas elevações na taxa básica de juros, a Selic.

O BC admitiu desafios com a inflação, que segue elevada mesmo com o alto patamar de juros, e se mostrando mais persistente que o antecipado com fortes pressões nos componentes ligados a alimentos e combustíveis, e aponta pouco efeito dos juros no controle dos preços.

“O ciclo de aperto monetário corrente foi bastante intenso e tempestivo e que, devido às defasagens de política monetária, ainda não se observa grande parte do efeito contracionista esperado bem como seu impacto sobre a inflação corrente”, diz o BC na ata.

Embora tenha admitido que a alta dos juros tem gerado pouco efeito no controle dos preços, o BC sinalizou como “provável, uma extensão do ciclo, com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião.”  A autoridade espera uma inflação de 7,3% ao final do ano, bem distante da meta de 3,5%, e mantém o otimismo de encerrar 2023 no patamar de 3,4%.

O BC também ressalta riscos inflacionários com o cenário externo, em especial pela guerra no Leste Europeu, o aumento nos preços das commodities, e a desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada.

Embora sinalize uma possível vontade de finalizar o ciclo de alta de juros, “o Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas”.

Desaceleração

O Copom avaliou nesta terça que o aumento da taxa básica de juros da economia nos últimos meses, com reflexo nas taxas bancárias, “cria um risco de desaceleração mais forte [da economia] que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes”.

Na semana passada, o Copom elevou a taxa Selic (básica de juros) para 12,75% ao ano no décimo aumento seguido da taxa básica de juros da economia. Com isso, a Selic atingiu o maior patamar em mais de cinco anos. Em janeiro de 2017, a taxa estava em 13% ao ano.

Até o momento, entretanto, o BC avaliou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgado recentemente “indica um crescimento em linha com o que era esperado pelo Comitê”.

“O mercado de trabalho segue em recuperação e indicadores relativos ao comércio e à indústria apresentaram melhora na margem [nas últimas semanas]”, acrescentou.

Em março deste ano, o BC estimou que o crescimento da economia seria de 1% em 2022. Já o mercado financeiro estimou, na semana retrasada, que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um expansão de 0,70% neste ano. Em 2021, a economia cresceu bem mais: 4,6%.

Com a decisão sobre a taxa básica de juros da semana passada, o Brasil retomou a liderança do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management. Os juros reais, ou seja, descontada a inflação, atingiram 6,69% ao ano.

O Sul

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