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quinta-feira, 21 de abril de 2022

Operação resgata trabalhador idoso escravizado em Quaraí (RS)

Homem de 64 anos vivia em péssimas condições de trabalho e hospedagem



Uma força-tarefa realizada pela Polícia Civil de Quaraí, pela Superintendência Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul e pelo Ministério Público do Trabalho resgatou, na tarde desta quarta-feira, um idoso mantido em condições de trabalho análogas à de escravo no município de Quaraí.

O resgatado, um homem negro de 64 anos, vinha trabalhando há três anos e meio em uma granja em Quaraí. O próprio resgatado relatou que trabalhou todo esse tempo na propriedade sem receber salário. Ainda contou que era constantemente submetido a humilhações, era alvo de ofensas racistas e recebia alimentação insuficiente, chegando a recorrer a frutas colhidas no chão da fazenda para matar a fome. O proprietário da granja também teria, de acordo com o resgatado, retido os documentos pessoais do homem.

O trabalhador alega que muitas vezes dormia ao relento e que seu alojamento na granja era um galpão precário construído com tábuas e folhas de zinco e piso de terra batida. O espaço era mantido como depósito de materiais, de rações para animais e de venenos para a lavoura, além de ser constantemente infestado por ratos e pulgas.

O homem trabalhava na granja em diversas atividades, como ordenha de vacas, corte de lenha, trato de gado e manutenção de parreiras. Foi internado no início do mês de abril ao sofrer de fortes dores na coluna e outros problemas de saúde. Foi neste momento que se tornaram de conhecimento público as denúncias de sua condição, em razão do trabalho da psicóloga Alessandra Caroline Ortiz Zimmerman, que acompanhou o internado.

O proprietário da granja, ouvido pela Polícia Civil de Quaraí, confirmou apenas em parte as condições de hospedagem e trabalho.

Pós-resgate

Na sequência do resgate, o idoso será encaminhado à assistência social do Município para que se providencie condições dignas de hospedagem após a alta hospitalar e receberá o seguro-desemprego em razão do ocorrido. Serão cobradas, ainda, as verbas rescisórias e indenizações para a vítima de trabalho escravo. O acusado, se condenado, poderá ser preso, além de ter que custear as multas e demais despesas do processo.

Correio do Povo 

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