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domingo, 3 de abril de 2022

Eduardo Leite é o único que não olha adversário como inimigo, diz ex-presidente do PSDB José Anibal

 João Doria, que renunciou ao governo de SP para disputar Presidência, não tem condições de liderar terceira via, diz tucano



O ex-presidente do PSDB José Anibal classificou de “desastre” a estratégia do ex-governador João Doria para lançar sua pré-candidatura à Presidência da República nesta quinta-feira (31). Para ele, Doria não tem condições de unificar a chamada terceira via, embora tenha vencido as prévias do PSDB contra Eduardo Leite, que renunciou ao governo do Rio Grande do Sul, mas ainda não anunciou para qual cargo pretende concorrer. “Ele ganhou, mas não levou. Continua com 2 pontos e com alto grau de rejeição”, disse Anibal. O ex-presidente tucano diz ver em Leite qualidades que, segundo ele, faltam a Doria. “Não trata adversário como inimigo. Ele é o único candidato que olha para frente, e não para trás.” Veja abaixo os principais trechos da entrevista ao R7.

O que o senhor achou da estratégia do ex-governador de São Paulo João Doria?

Um desastre. Terminado o dia, o que nós tivemos? Tudo igual. Ele conseguiu um bom holofote da mídia para o ato final de governo e uma carta do presidente do partido dizendo que ele é o candidato indicado pelas prévias. Olha, o que ele queria era uma carta assinada também pelo MDB, pelo União Brasil e pelo Cidadania, que estão no mesmo universo que nós. Ele queria eram manifestações do PSDB de todo o Brasil em favor dele, mas não teve nenhuma. Foi um jogo que não teve impacto. E acho que do ponto de vista da posição eleitoral dele, das intenções de voto, também não mudou nada. Ele vai ter pela frente dois, três meses para tentar melhorar. Depois das prévias, passaram-se quatro meses e ele não moveu nada das intenções de voto. Continua com 2 pontos e com alto grau de rejeição.

O senhor acha que João Doria reúne condições para liderar um movimento de unificação da terceira via?

Não teve e não tem. E acho difícil de ter. De qualquer maneira, ele terá alguns meses pela frente para circular pelo Brasil. Uma coisa que sempre me impressionou, que sempre me mostrou que o Doria não estava no caminho virtuoso, é que ele ganhou a indicação na prévias em novembro e, passados quatro meses, nunca houve reunião de adesão à candidatura. O que se percebeu, logo após a vitória nas prévias, que ele ganhou, mas não levou. Que não havia adesão a ele. Não havia entusiasmo com a candidatura.

O futuro do PSDB corre algum risco com esse racha que parece interminável e com a falta de apoio ao candidato que venceu as prévias?

Eu acho que em junho o PSDB tem condições de se unir. Por que ele [Doria] ou o Eduardo Leite vão aparecer em pesquisas, circular pelo Brasil e conversar com a sociedade. Quando chegar em junho, os outros aliados, como o União Brasil, MDB, Cidadania e a candidatura da Simone Tebet, que está crescendo pouco a pouco – e deve crescer mais porque é uma excelente candidata –, vão todos pensar. Bom, quem é o melhor candidato? É quem estiver mais bem posicionado nas pesquisas. E quem tiver demonstrando mais capacidade de agregação e de diálogo com a sociedade brasileira, que está tão sofrida.

Qual deve ser a movimentação do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite a partir de agora? Segundo o R7 apurou, ele deve se encontrar amanhã com o ex-juiz Sergio Moro. Esse é o caminho?

O Eduardo fez um excelente governo. Você pode olhar as pesquisas lá no Rio Grande do Sul e ele está muito bem avaliado. O que o Eduardo fez? Um pacto com a Assembleia Legislativa de transparência em torno das reformas. Duas destacadamente: a previdenciária e a administrativa. O Rio Grande do Sul estava pagando salários em duas parcelas. Uma no dia 10 e outra no dia 20. Estava pagando 13° em 12 parcelas e não tinha nenhuma capacidade de investir. Aí ele chamou os deputados e disse: ‘Olha, se nós votarmos essas reformas, a situação vai melhorar para todos nós que estamos partilhando desse processo, mas vai ser melhor para a população do Rio Grande do Sul. O que aconteceu? As reformas foram votadas em janeiro de 2020 e no final do ano o estado tinha voltado a investir. Colocou todas as contas em dia. E no ano passado o estado cresceu 12%.

Além disso, o Eduardo tem uma característica importante: ele não é polarizador, não fica dizendo que o problema do Brasil é fulano, beltrano, Lula ou Bolsonaro. Ele aponta para os desafios do país e diz que, para vencer esses desafios, é preciso agregar forças políticas e sociais, construir um parlamento que realmente esteja disposto a votar políticas públicas, que não fique somente trocando votos com o Executivo em troca de emendas. Portanto, ele tem um discurso apaziguante. Não trata adversário como inimigo. Ele é o único candidato que olha para frente, e não para trás.

O Eduardo Leite reúne condições de promover convergência entre partidos como PSDB, Podemos, Cidadania, União Brasil e MDB?

Não tenho a menor dúvida disso. Veja que a carta que nós divulgamos há 14 dias pedindo ao Eduardo que ficasse no PSDB foi assinada por todos os ex-presidentes, eu inclusive, pelo Bruno Araújo, o atual presidente, por 23 ou 24 dos 32 deputados federais. Por cinco dos seis senadores e por todos os pré-candidatos a governador pelo PSDB. Todos ali manifestavam o desejo de ele permanecer. Foi uma adesão real, e esse pessoal está no mesmo pensamento agora e não abriu a boca para defender a postura do Doria ontem. Pelo contrário, vejo hoje muitas críticas dizendo que foi puro marketing.

Qual a avaliação que o senhor faz da postura do presidente do PSDB, Bruno Araújo, no episódio de ontem?

O Bruno está muito tensionado. O Doria fica em cima, pressiona, constrange. O Bruno durante a semana tinha dado declarações que o candidato deveria sair de uma coligação de partidos, priorizando quem estivesse mais bem colocado, que a situação ainda não estava fechada e que o Eduardo Leite também poderá se colocar, viajar, conversar, aparecer em programas de televisão etc., e isso levou o Doria ao desespero.

R7 e Correio do Povo


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