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domingo, 27 de março de 2022

Municípios gaúchos já podem aplicar quarta dose de vacina contra covid em idosos a partir dos 80 anos

 


Os municípios gaúchos já estão autorizados a aplicar nova dose de reforço de vacina contra o coronavírus em idosos a partir dos 80 anos, se houver disponibilidade de imunizantes. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), novos repasses serão previstos à medida em que o Rio Grande do Sul receber mais lotes do Ministério da Saúde.

Emitida pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, uma nota técnica sobre o tema estabelece que a vacina a ser utilizada para a dose desse novo reforço deverá ser, preferencialmente, a da Pfizer ou, de como alternativa, a de Oxford ou Janssen. O prazo mínimo indicado é de quatro meses após o reforço anterior. Nos próximos dias, o governo do Estado deve publicar orientação sobre o assunto às prefeituras.

A população total dessa faixa etária é estimada em 326 mil pessoas. Dessas, 74% (243 mil) já obtiveram a proteção-extra, mas um expressivo contingente ainda ainda não colocou em dia a sua situação vacinal. Aproximadamente 26 mil sequer receberam a primeira injeção, ao passo que outras 8,3 mil cumpriram tal etapa mas permanecem em atraso no segundo procedimento. E outras 63 mil estão com o reforço em atraso.

Dentre as que já fizeram a dose de reforço, ao menos 180 mil já estariam aptas a receber a quarta dose. Outras 28 mil chegarão ao prazo mínimo até o fim da primeira semana de abril.

Perda de eficácia

O monitoramento dos casos e mortes de covid pela SES aponta para um aumento das ocorrências entre os gaúchos maiores de 80 anos, fato que demonstra tendência de perda de proteção pelos idosos após alguns meses, mesmo quando adequadamente vacinados.

Alguns estudos têm demonstrado redução na efetividade da proteção a partir de três meses da aplicação e de maneira mais pronunciada após cinco meses. Essa queda pode ser explicada, em parte, pelo envelhecimento natural do sistema imunológico (imunosenescência).

De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o grupo com idade a partir de 80 anos apresentou o maior registro de internações e óbitos pela doença neste mês, período em que esses indivíduos corresponderam a 34% das hospitalizações e 56% dos falecimentos por coronavírus. Em números absolutos, isso representou 192  deas 558 internações e 71 dos 128 óbitos.

“Esses percentuais aumentaram nos últimos meses”, ressalta o Cevs. “Ao final de dezembro passado, por exemplo, o gaúchos de 80 anos para cima representavam menos de 20% das hospitalizações e cerca de 25% dos desfechos fatais da pandemia no Estado.

Redução de mortalidade

A Secretaria da Saúde divulgou nesta semana uma nova análise da relação entre a vacinação e as mortes por covid. Conforme o cálculo, um idoso com dose de reforço tem 17 vezes menos risco de óbito por coronavírus, no comparativo com aqueles sem qualquer dose.

Já na população de 40 a 59 anos, a chance de óbito pela doença se mostrou 14 vezes menor para quem recebeu a dose de reforço, em relação àquela não vacinada. De modo geral, o risco de óbito é expressivamente mais alto para não vacinados: quanto mais completo o esquema de imunização, menor a mortalidade.

Experiências estrangeiras

O anúncio dessa nova dose para esse público levou em consideração experiências recentes no Exterior. Estudos preliminares desenvolvidos em Israel, por exemplo, apontaram que em uma semana após a aplicação de segunda dose de reforço (quarta dose), o nível de anticorpos do indivíduo aumenta cinco vezes.

Com base neste análise, em janeiro deste ano as autoridades do país passaram a aplicar essa proteção adicional em idosos (a partir de 60 anos). O intervalo foi de quatro meses a partir do primeiro reforço (terceira dose).

No Chile, o governo disponibiliza o procedimento desde fevereiro a aplicação da quarta dose para pessoas na faixa de 55 anos em diante. A expansão foi motivada pela elevação do número de casos relacionados à variante ômicron e pela queda na efetividade da imunização em grupos mais vulneráveis.

Pessoas com baixa

No Brasil, desde dezembro do ano passado há uma orientação para esquema de quatro doses em adultos (18 anos ou mais) com baixa imunidade que receberam três doses no esquema primário (duas injeções de Coronavac, Oxford ou Pfizer, bem como a aplicação única da Janssen, mais o primeiro reforço). Nesses casos, a quarta dose é ministrada após quatro meses da primeira proteção-extra.

O Sul

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