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terça-feira, 16 de novembro de 2021

Maratona do Rio reabre corridas de rua no Brasil

 Com mais de 20 mil participantes, evento nos cartões postais da capital carioca marcou o retorno das provas presenciais



Esporte em grande ascensão em número de praticantes, a corrida de rua voltou à ativa no Brasil neste feriadão, após quase dois anos sem eventos oficiais. A Maratona do Rio de Janeiro, maior prova da América Latina, reuniu mais de 20 mil corredores de todos os níveis, procedentes de diversos estados e até de fora do país, em quatro modalidades. Foram dois dias de uma grande festa que marcou a retomada do circuito de provas de rua, tendo como cenário os principais cartões postais cariocas.

Entre os atletas de elite, o vencedor da prova principal, a maratona (42 km), foi Justino Pedro da Silva, de Petrolina-PE, responsável por quebrar o recorde da prova, que estava vigente desde 1998, com 2 horas, 13 minutos e 31 segundos, ganhando uma premiação de R$ 10 mil. Entre as mulheres, o troféu também foi para Pernambuco. Mirella Saturnino de Andrade chegou em primeiro lugar com o tempo de 2 horas, 44 minutos e 51 segundos. Também foram disputadas as distâncias de 10 km e 5 km.

A meia maratona, realizada no domingo, foi vencida por uma atleta olímpica. A catarinense Simone Ferraz, que representou o Brasil nos Jogos de Tóquio na prova dos 3.000m com obstáculos, sagrou-se campeã nos 21 km com o tempo de 1 hora, 15 minutos e 21 segundos. Mais acostumada com as pistas, ela conquistou assim a sua primeira prova de rua importante. "Para fechar um ano perfeito", comemorou. Entre os homens, o baiano Marcos Fernandes da Cruz foi o vencedor, com o tempo de 1 hora, 8 minutos e 42 segundos.

Um evento como esse, porém, não pertence somente aos atletas de elite. Afinal, a corrida é um esporte altamente democrático. Os milhares de amadores, ávidos pelo retorno das provas de rua, foram os responsáveis pelo tamanho da festa. A reportagem do Correio do Povo participou do festival, correndo os 5 km. O cenário era muito parecido com o que se via em provas como essa antes da pandemia, mas a empolgação do público parecia ainda maior. E uma das diferenças era que, além de água, isotônico e a medalha de conclusão da prova, todos ganhavam álcool gel e máscara descartável na linha de chegada. Para se inscrever, era preciso apresentar comprovante de vacinação completo. A imensa maioria dos atletas correu sem máscara - desde o final de outubro, não é mais obrigatório o uso da máscara em espaços abertos no Rio.

"É muito especial estar na rua de novo. É a celebração da saúde. A Maratona do Rio é o grande festival das corridas de rua no Brasil. Vimos isso durante o verão europeu, e agora chegou a nossa vez, claro que com toda a cautela, mas é a oportunidade de estar com o público de novo", comemorou Márcio Callage, diretor de marketing da Olympikus, marca esportiva oficial do evento desde 2011.

As corridas de rua são o que são por causa de amadores como Nilson Lima, de Uberlândia-MG. Aos 68 anos, ele garante ser o brasileiro com mais maratonas concluídas: 289. É um recorde difícil de verificar, mas de qualquer forma uma marca impressionante. O currículo expressivo ficou parado por mais de um ano, mas agora voltou a crescer. No Rio, ele fez o "Desafio Cidade Maravilhosa 63", que consistia em percorrer os 21 km no domingo e os 42 km na segunda-feira.

Com 42 países visitados para disputar maratonas (chegou a completar um desafio de 50 provas em todos os 50 estados dos Estados Unidos), o empresário do ramo financeiro está se organizando para completar a 300ª em maio, na sua cidade natal, onde a maratona local recebeu o seu nome, Maratona Nilson Lima. Questionado sobre o motivo de tamanha vitalidade, responde: "Eu sou movido a desafio. A adrenalina é o que me empurra para frente e me faz ter disciplina. Mas o que eu faço, qualquer pessoa poderia fazer, com foco e determinação".

Porém, o evento teve uma nota triste. Um homem, cujo nome não foi divulgado, sofreu um mal súbito enquanto corria a meia maratona, domingo, não resistiu e morreu. Em nota, a organização da maratona lamentou o ocorrido e afirmou que a vítima recebeu atendimento das equipes de emergência.

Correio do Povo

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