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quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Manifestantes antivacina provocam tumulto na Câmara de Porto Alegre. Sessão teve símbolo nazista, agressões e até mordida em vereador

 


Na tarde desta quarta-feira (20), a Câmara Municipal de Porto Alegre foi cenário de agressões verbais e físicas que acabaram interrompendo a sessão parlamentar. Os incidentes tiveram como protagonistas um grupo que se opõe à exigência do comprovante de imunização contra covid e vereadores favoráveis à obrigatoriedade. Teve até símbolo nazista no Plenário e parlamentar mordido por manifestante.

Durante os debates sobre o veto do prefeito Sebastião Melo ao chamado “passaporte vacinal” para ingresso em determinados locais na capital gaúcha, o “clima esquentou” quando o presidente interino da Casa, Idenir Cecchim (MDB), solicitou que os ativistas antivacina – vestidos com camisetas verdes e amarelas – se retirassem do Plenário, por ostentarem cartazes com referência à suástica nazista.

Vereadores favoráveis ao comprovante imunização, como Leonel Radde (PT), também denunciaram a presença de símbolos ligados ao regime que governou a Alemanha (1933-1945) – o parlamentar chegou a apontar a presença, na casa, de um homem que teria participado neste ano de um protesto bolsonarista no Parcão vestindo um conjunto de túnica e capuz supostamente inspirado na milícia supremacista norte-americana Ku Klux Klan.

Claudio Janta (Solidariedade), que discursava em favor da imunização, também se estressou com os ativistas contrários ao passaporte vacinal e chegou a trocar empurrões. Ele também reclamou ter sido mordido na mão por um dos manifestantes e postou mensagem nas redes sociais:

“É um absurdo o que presenciamos nesta tarde na Câmara: vereadores foram agredidos por alguns membros do grupo antivacina. Alguns, inclusive, estavam com cartazes com o símbolo da suástica. Vergonha de quem faz essa afronta à vida!”.

Sua colega Karen Santos (Psol) também se posicionou sobre o episódio: “Pessoas ostentando a suástica invadiram o plenário e agrediram vereadores durante a sessão. Fascistas, inflados pela política nefasta de [Jair] Bolsonaro e seus apoiadores, que tentam impor suas ações negacionistas na base da violência e da ameaça”

Mesa Diretora se manifesta

No final da tarde, a Mesa Diretora do Legislativo municipal publicou no site oficial do Parlamento uma nota de repúdio aos incidentes registrados na Casa. Confira o texto na íntegra:

“Em face dos acontecimentos ocorridos na tarde de hoje nas dependências do Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre, o presidente em exercício, Idenir Cecchim (MDB), e a Mesa Diretora desta Casa repudiam com veemência qualquer tipo de manifestação política que utilize o expediente da violência.

O plenário da Câmara Municipal é a expressão da democracia na capital dos gaúchos e suas decisões são soberanas. Este Legislativo rejeita qualquer forma de intimidação contra seus integrantes.

Em hipótese alguma esta Câmara aceitará apologia à suástica, símbolo do período mais obscuro da história moderna da humanidade. Aqueles que buscam impor suas vontades pela força ou pelo terror nunca terão guarida nesta Casa. Pelo contrário, tais indivíduos serão submetidos ao rigor da lei e responsabilizados por seus atos”.

O Sul

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