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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

DEMOCRACIA NEGADA - Gilberto Simões Pires

 DICIONÁRIO

De uns tempos para cá, mais precisamente depois que os ministros do STF resolveram que cabe a eles e somente a eles decidir o que serve e o que não serve no nosso empobrecido Brasil, inúmeros cidadãos brasileiros foram procurar nos dicionários o real significado da palavra -DEMOCRACIA-. Mais: se a decantada SOBERANIA, tanto no sentido político quanto jurídico, significa que cabe, enfim, ao POVO o exercício da importante e devida AUTORIDADE sobre seus representantes.


DESCUMPRIR E/OU IGNORAR

Esta providência, aliás, se faz mais do que necessária neste momento, para que o DIREITO DEMOCRÁTICO de EXERCER A DEVIDA SOBERANIA seja corretamente entendido antes de criticar ou desaprovar as decisões que, de forma muito corriqueira e/ou sistemática vem sendo tomadas por aqueles que simplesmente resolvem DESCUMPRIR e/ou IGNORAR  o que está posto na nossa CONSTITUIÇÃO. 


TEXTO/DIÁLOGO, DE MAURÍCIO ERTHAL

Pois, enquanto me organizava para escrever o editorial de hoje, me deparei com o oportuno texto/diálogo que me foi enviado ontem à noite, de autoria do internauta Maurício Muhlmann Erthal, o qual cai como uma luva no sentido de oferecer uma correta dimensão da trágica situação que estamos vivendo. Eis: 


O POVO OU A CONSTITUIÇÃO?

- Professor, o que é mais importante, o povo ou a constituição?

- Ora, o povo! A constituição é apenas a materialização da sua vontade.

- E quem escreve a Constituição?

- Os representantes do povo.

- E quem cuida da Constituição?

- A mais alta corte do Judiciário.

- E o povo pode mudar a Constituição?

- Só por meio dos seus representantes.

- E se esses representantes não quiserem mudar?

- Aí não pode mudar.

- A mais alta Corte pode mudar a Constituição?

- Não, só podem cumprir a Constituição.

- E cumprem?

- Não.

- E o que fazer?


TAMBÉM NÃO

- Bem, aí os representantes podem tirar os ministros da mais alta corte dos seus cargos.

- E tiram?

- Também não.

- Mas o que fazer já que os representantes não tiram?

- Aí você tira os representantes nas eleições.

- Todos os representantes podem ser tirados?

- Na verdade não. Pois dos 513 congressistas apenas 27 chegaram lá pelo voto.

- Como assim?

- Por causa das LEIS ELEITORAIS como coligação partidária, proporcionalidade, etc.

- E quem fez essas leis?

- Eles mesmos, para não dependerem das eleições.

- E por que não querem depender das eleições?

- Porque são quase todos bandidos e ninguém votaria neles.

- E como fazem para entrar?

- Pagam para alguém famoso concorrer. Esse famoso consegue muitos votos e eles são automaticamente puxados e "eleitos" de mentirinha.

- Mas aí eles não irão trabalhar pelo país, apenas para eles mesmos.

- Essa é a ideia.

- E quem determina os seus salários?

- Eles mesmos.

- Quem determina seus aumentos de salários?

- Também eles.

- Sério? O que mais eles determinam, quais outras vantagens têm?

- Ah, bilhões do fundo eleitoral, bilhões do TSE,  bilhões em verbas de gabinete, emendas parlamentares, comissões, benefícios, venda de tempo de propaganda a outros partidos, lobby, propinas, desvios, porcentagens em contratos bilionários, casas, carros, luxos, bebidas, médicos, dentistas, massagistas, etc.


UM TAL DE 142...

- Bem, já que não posso tirá-los, posso ao menos reclamar na mais alta corte do Judiciário?

- Pode, mas não adianta. Porque além de não fazerem as leis, essa corte vive num luxo ainda maior que o dos falsos representantes. E esta corte precisa deles para garantir seus luxos, todos os seus infinitos privilégios e altos salários. Em troca a corte       protege estes falsos representantes jamais julgando seus inúmeros crimes. Além disso, estes ministros são sabatinados e aprovados por estes representantes corruptos que por sua vez só aprovam ministros igualmente corruptos que aceitem "trocar   favores".

- E o executivo pode tirar estes representantes?

- Não. Mas o executivo pode ser tirado por eles.

- E o executivo pode tirar esses ministros da alta corte?

- Também não, mas pode ser incriminado por eles.

- Bem, se os representantes do povo não representam o povo, a mais alta corte é sua cúmplice e o executivo pode se tornar refém de ambos, podendo até mesmo nem conseguir governar, o que dá para fazer?

- Nada. Não há o que fazer.

- Como assim, deve existir algo que possa ser feito!

- Não. É só se conformar, obedecer às leis, dar 6 meses do que você ganha para pagar todo o luxo desses vagabundos e ficar quieto.

- Ficar quieto?

- Sim, para não ser preso.

- Mas isso não é justo! Toda a população sofre horrores há décadas porque foi completamente escravizada por milhões desses bandidos que vivem no luxo, trabalham muito pouco e pretendem ser eternamente sustentados pelo sangue e suor da população!

- É exatamente isso. Você pegou a ideia. E não há nada que se possa fazer.

- E a única opção seria o que, o comunismo?

- Vejo que você ainda não entendeu direito. Isso é o comunismo. A única diferença é que em países pequenos e com poucas riquezas naturais toda a população se torna rapidamente miserável. Mas como o Brasil é um dos países mais ricos do mundo nas mais diversas formas de recursos naturais as pessoas acreditam que não somos um país comunista. Mas somos.

- E aqueles que se dizem comunistas, são o que? 

- Alguns são meros fantoches estúpidos e inconscientes, outros são cúmplices corruptos dos parasitas. 

- Mmmm!

- A ideia era dar a impressão para a população que eram dois grupos, para fingir uma disputa, entende?

- Claro.

- Um grupo fingia ser de direita e o outro de esquerda. Mas na verdade ambos eram ladrões e cúmplices na implantação do comunismo o país. E a velha concepção de que o poder é como um violino..

- Violino?

- Sim, segura com a esquerda e toca com a direita.

- Ahh! Igual a nossa mídia! Os patrões sempre "de direita", mas sempre contratando apenas jornalistas "de esquerda".

- Exatamente! 

- Meu Deus, mas que inferno! É um verdadeiro pesadelo viver num país assim. Tem certeza de que não existe nenhuma outra saída!

(o professor de aproxima do aluno e fala baixinho em seu ouvido) 

- Olha, existe um negócio aí, um certo artigo na Constituição, um tal de 142...


Pontocritico.com

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