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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Bolsonaro lamenta sequência de crises no seu governo: “só Deus explica a gente estar de pé”

 


O presidente Jair Bolsonaro lamentou a sequência de crises que atingiu seu governo durante o seu mandato. Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada nesta terça-feira (24), o presidente disse que parecia que estava sendo “testado” e que só Deus explicava seu governo ainda estar de pé.

Bolsonaro recebeu um coral evangélico e assistiu à apresentação do grupo. Após uma oração, o presidente fez uma espécie de retrospectiva do seu governo e citou como problemas a pandemia, a crise hidrológica que diminuiu o nível dos reservatórios e a geada que atingiu o País neste ano.

“O que conforta a gente é ter a consciência em paz e mesmo com dois anos de governo, com desgaste, com inflação, que vem do ‘fique em casa, economia a gente vê depois’. Produzimos menos e gastamos mais, inflação tá aí. Mas isso é uma coisa que aconteceu no mundo todo”, disse Bolsonaro, que completou: “Só Ele (Deus) explica a gente estar de pé. Não falta gente querendo aquela cadeira, não é para bom uso não. Os que criticam não apontam soluções.”

Na conversa, Bolsonaro voltou a atacar as urnas eletrônicas, apesar da ausência de evidências ou denúncias de fraude nas eleições, e também defendeu o uso de medicamentos sem eficácia comprovada. Aos apoiadores, o presidente reclamou da CPI e disse que as acusações que deve sofrer pela comissão seriam equivalentes ao “capeta apurando alguma coisa no paraíso”.

“Foi um primeiro ano difícil, o segundo acabou sendo mais difícil por causa da pandemia. Agora no terceiro, ainda tem um restinho da pandemia, espero que já esteja no final. Veio uma geada também. Estamos na maior crise hidrológica nos últimos 91 anos. Parece que eu estou sendo testado. Nunca se viu uma seca como essa. Reservatórios foram lá embaixo. Não sei como a gente tá resistindo ainda. Só tem uma explicação”, afirmou.

Atritos com tribunais

Em entrevista ao Canal Rural, divulgada nesta terça, ao comentar os atritos com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro disse que a corda já arrebentou. O mandatário é crítico a atuação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes e do corregedor-geral do TSE Luis Felipe Salomão.

Moraes é relator do inquérito das fake news. O ministro foi também quem autorizou, na última sexta-feira (20), operação da Polícia Federal mirando apoiadores de Bolsonaro, como o cantor Sérgio Reis.

Salomão, por sua vez, suspendeu a monetização de páginas acusadas de propagação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro. A ação atingiu vários perfis bolsonaristas e gerou reações de aliados do presidente.

“Olha, eu digo que aqui em Brasília não tem gente com superpoderes. Eu sou chefe do Executivo, sou transitório. Nós temos do outro lado da Esplanada a Câmara e o Senado, que também são passageiros. E mais à esquerda, o Supremo Tribunal Federal, onde alguns poucos ministros, no meu entender, têm exagerado, têm se exacerbado e prejudicam o andamento da nação”, afirmou Bolsonaro.

Em seguida, o mandatário afirmou: “Extrapolou, no meu entender, os limites. Não está arrebentando, arrebentou a corda”.

Impeachment

Bolsonaro tem avançado sobre integrantes da Suprema Corte. Na última sexta (20), apresentou um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. Ele ainda pretende apresentar um pedido de impedimento do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.

É a primeira vez que um presidente da República pede o impedimento de um ministro do STF. A tramitação e o julgamento ocorrem no Senado.

O artigo 52 da Constituição dá ao Senado Federal poder para “processar e julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade”.

O Sul

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