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segunda-feira, 26 de julho de 2021

“Eleições são uma questão de segurança nacional”, diz Bolsonaro

 


O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira (22) que as eleições são uma “questão de segurança nacional”, e não um tema político. Mais cedo, autoridades políticas criticaram a suposta ameaça do ministro da Defesa, general Braga Netto, de que o pleito de 2022 não será realizado sem adoção do voto impresso. “Quando vejo algumas autoridades tuitarem que isso é uma questão política, que certas pessoas não devem se meter nisso, quero dizer a vocês que isso é uma questão de segurança nacional. Eleições são uma questão de segurança nacional. Nós temos que ter certeza que quem for ganhar nas urnas, esta foi realmente a intenção do eleitor”, afirmou o presidente, em sua “live” semanal.

O recado do presidente aparentemente foi para o ministro do STF Gilmar Mendes, que se pronunciou na quinta-feira sobre a notícia do jornal O Estado de S. Paulo de que Braga Netto teria advertido por meio de emissários o presidente da Câmara, Arthur Lira, de que as eleições poderiam não acontecer “se o atual sistema de votação for mantido”.

“Os representantes das Forças Armadas devem respeitar os meios institucionais do debate sobre a urna eletrônica. Política é feita com argumentos, contraposição de ideias e, sobretudo, respeito à Constituição. Na nossa democracia, não há espaço para coações autoritárias armadas”, registrou Gilmar no Twitter.

Os ataques do presidente ao sistema eleitoral começaram logo pela manhã, quando acusou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, de interferir politicamente na tramitação da proposta sobre o voto impresso na Câmara dos Deputados. “Estava bem encaminhada, a proposta, para tramitar na Câmara. De repente, o ministro Barroso, do nada, vai para dentro do Parlamento e se reúne com líderes partidários. Nos dias seguintes, o que muitos desses líderes fazem? Trocam os integrantes da comissão e colocam lá parlamentares contrários à aprovação desse projeto”, afirmou Bolsonaro m entrevista à rádio Banda B, do Paraná. O dono da emissora é o deputado estadual do Paraná Luiz Carlos Martins, filiado ao PP.

Em seguida Bolsonaro questionou a contagem de votos de sua eleição em 2018, vencida no 2º turno, e também o resultado do pleito presidencial de 2014, em que Dilma Rousseff (PT) foi eleita.

“Vou demonstrar o caso da minha eleição, que, no nosso entendimento, ganhamos no 1º turno. Vamos mostrar um quadro quando se cristaliza na tela do seu computador, na televisão. Não é possível, naquele momento, eu ter 49% dos votos, onde quase tudo precisava apurar no Nordeste, quase nada no Sudeste, e a gente passar para 47%”.

Há mais de um ano o presidente promete que apresentará “brevemente” o que diz serem provas de suposta fraude na eleição de 2018. “Acredito, pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, que eu fui eleito no 1º turno”, disse em março de 2020.

Na quinta-feira, ele prometeu apresentar, na semana que vem, o resultado de levantamento que alegou ter mostrado que a eleição de 2014 foi vencida pelo atual senador Aécio Neves (PSDB).

A eleição foi conquistada por Dilma e uma auditoria realizada pelo PSDB nos sistemas de votação, concluída em novembro de 2015, não encontrou nenhum indício de adulteração de votos, programas ou do sigilo do pleito.

Durante a entrevista à rádio, Bolsonaro foi indagado sobre o fato de ceder a Casa Civil, para acomodar um integrante do Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI). “O Centrão é um nome pejorativo. Eu sou do Centrão, eu fui do PP, do PTB, fui do então PFL (atual DEM). No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PPB”, desconversou o presidente.

Bolsonaro reconheceu que precisa dos parlamentares do Centrão para garantir a governabilidade – o hoje presidente já chegou a afirmar que o Centrão “é o que há de pior no Brasil” e que, se fosse eleito, não faria acordos políticos com os parlamentares do Centrão.

“São mais de duzentas pessoas [que integram o Centrão] Eu vou governar com um quinto da Câmara? Não tem como governar com um quinto da Câmara”, reconheceu. As informações são do jornal Valor Econômico.

O Sul 

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