Expectativa é de que na quinta-feira o pedido seja reavaliado pelo Gabinete de Crise
Insatisfeitos com as restrições impostas pelo modelo de Distanciamento Controlado, empresários voltaram a pedir, nesta segunda-feira, na Capital, pela reabertura das quadras esportivas no Rio Grande do Sul. Em frente ao Palácio Piratini, um grupo liderado pela União Estadual dos Centros Esportivos do Rio Grande do Sul (UNECE-RS) protestou contra as medidas adotadas pelo governador Eduardo Leite e pediu a liberação da prática de esportes coletivos. A expectativa é de que na quinta-feira, durante reunião do Gabinete de Crise, o pedido seja reavaliado pelo governo gaúcho.
Representantes de 20 cidades gaúchas participaram do ato, que se encerrou na prefeitura, onde os manifestantes receberam apoio do prefeito Sebastião Melo. De acordo com o presidente da UNECE-RS, Bruno Carrão da Silva, proprietários de centros esportivos - que têm quadras de futsal e de futebol Sete - estão com os negócios 'parados desde o ano passado'. Conforme Silva, no Estado são 4,5 mil quadras, cujo funcionamento envolve o sustento de 18 mil famílias. "No Palácio Piratini, fomos recebidos na Casa Civil. Pedimos mais uma vez para o governo reavaliar nosso pedido de liberação dos esportes coletivos", afirma.
Ao destacar a retomada das atividades econômicas de diversos segmentos, Silva justifica o apelo do setor afirmando 'que quase tudo foi liberado', exceto o funcionamento dos empreendimentos do setor. "Os parques estão abertos ao público e não podemos trabalhar", observa. Segundo Silva, desde o ano passado pelo menos 27 colegas decretaram falência por não conseguirem dar conta do pagamento de aluguel e luz. "Estamos em guerra para abrir nosso trabalho", completa. Ele destaca que muitos empresários têm como única fonte de renda o aluguel das quadras. "É inviável manter o negócio nessas condições, sem auxílio do governo", critica.
Após sair em caminhada do Palácio Piratini até o Paço Municipal, o grupo foi recebido pelo prefeito Sebastião Melo na entrada da prefeitura. O grupo reforçou apoio ao prefeito, que discursou da entrada da sede do executivo municipal e criticou as últimas decisões da Justiça - envolvendo a suspensão das aulas - e os problemas enfrentados por conta das flexibilizações promovidas no modelo de Distanciamento Controlado. "Vocês querem e precisam trabalhar. Atividades esportivas trazem benefícios fisicos e mental, não vejo razão para não estarem funcionando", afirma.
Sobre a polêmica envolvendo a suspensão do retorno às aulas, Melo critica o envolvimento do Judiciário. "Acho profundamente equivocado que o Judiciário vem se imiscuindo em tema que é de decisão de prefeitos e governadores", destaca. Ele criticou ainda o sistema de cogestão. "A cogestão foi suspendida, retornou de forma precária, tem puxadinho para cá, puxadinho para lá, e deu oportunidade para que acontecesse o que aconteceu", afirma.
Correio do Povo
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